E eu também não sou asiático

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Pov Annabeth

Durante a primeira aula do dia me peguei pensando no que eu e Percy éramos, amigos? Ficantes? Quase namorados? Pensar nessa palavra *namorados* me fez estremecer, já que esse é um posto que eu queria muito ocupar, mas então eu vi drew com todo o seu gloss, delineados e unhas postiças rindo do nada que Percy falava e percebi que fora da escola tudo parece muito mais perfeito, ter que lidar com drew não estava em nenhum dos meus planos.


Deixo essa questão para depois e volto a atenção para a aula.

No intervalo vejo Nico mais cabisbaixo do que o normal, sento na arquibancada ao seu lado e vejo que ele está olhando para a tela do celular que está aberta em alguma conversa

- aconteceu alguma coisa? – pergunto, nico não me olha e demora um pouco para responder mas por fim diz :

- minha irmã.. Bianca, acho que ela vai se mudar – a gente quase não tem informação nenhuma sobre Bianca, nico quase não fala quem dirá falar... Dela

- para onde? –

- ela vai vir morar aqui –

- e por que você parece triste? –

- vou ter que dividir o quarto –

-bem... Pelo menos você vai ver ela todo dia né – pela primeira vez desde o começo da conversa nico me encara com um olhar que parece dizer “ e por que você acha que eu quero isso?” já conheci Bianca uma vez, ela é impressionantemente parecida com nico, uma versão feminina do mesmo, além disso ela é bem tímida como ele e doce, então não sei por quê nico parece ver problema com a presença da irmã, até que uma luz acende na minha cabeça – nico, alguem da sua família sabe que você é gay? – nico nega com a cabeça – como vão as coisas com o solace? –

- do mesmo jeito... Ele é meio babaca sabe? Mas eu gosto dele—

Isso foi meio... Fofo? Meus olhos lacrimejam, talvez eu esteja emocionada? Não sei.

Na hora da saída Percy segura o meu braço quando eu já estava descendo as escadas, olho pra ele que abre a boca algumas vezes pra falar algo mas sem som algum, comprimo a sobrancelha e antes que eu pergunte qualquer coisa Percy segura meu rosto com as duas mãos e me beija, retribuo enlaçando meus braços ao redor de seu corpo, eu não sei o que aquele beijo significou e sinceramente não sei se quero realmente saber, quando nos separamos percebo drew encarando a gente assim como todos os nossos amigos, alguns outros alunos e Ethan, o que devia ser meio previsível já que Percy resolveu me beijar no lugar em que todos passam para ir embora na hora da SAÍDA, sinto minha bochechas queimando mas dou um sorrisinho, aos poucos as pessoas vão saindo e Percy pergunta :

- quer tomar um sorvete? –

Pov hazel

Na segunda espero frank chegar do lado de fora da escola, visto uma saia jeans e um cropped vermelho, meu cabelo está solto um pouco mais arrumado do que o normal , já que depois que frank foi embora no domingo eu tentei pintar ele e deixá-lo um pouco mais escuro, mas não funcionou muito bem ele  ficou só um pouco mais escuro quase não dava pra notar , vejo Ethan andando com fones no ouvido e olhando para o chão, penso em me esconder ou correr para dentro da escola mas não o faço, não o faço porque já sou bem grandinha pra ficar me escondendo, no entanto, quando vejo Ethan caminhando com um moletom preto e uma calça Jeans
escura eu não posso evitar de me sentir... Ansiosa? Acho que depois da minha conversa com frank eu me senti mal por fazê-lo se sentir inseguro e não quero fazer isso de novo porém sei que Ethan é o causador disso e mesmo o achando uma boa pessoa não faço a menor ideia do que se passa em sua cabeça e não sei se ele vai me por em uma situação como aquela de novo. Quer dizer, ele não me pós em situação nenhuma, eu fiz isso, eu aceitei que ele dormisse na minha casa, por que não consigo dizer... Não?

Ethan cruza seu olhar com o meu e da um sorrisinho, não retribuo continuo parada estática, ele se aproxima e para de frente para mim e tira seus fones os deixando apoiados no pescoço

- por que parece que você está sempre esperando por ele? – pisco algumas vezes tentando processar o que ele tinha acabado de dizer

- isso é um pouco cruel de se dizer Ethan... Até mesmo pra você – e agora é a hora dele piscar tentando processar, por fim ele dá um sorriso de lado e me olha de um jeito esquisito

- você pintou seu cabelo? – me surpreendo por ele ter notado e ao mesmo tempo acho estranho porque tenho certeza que quase não dá pra notar e então nego com a cabeça, Ethan cerra os olhos os deixando quase imperceptíveis – ficou bonita... A cor –

- eu já disse que não pintei –

- é... E eu também não sou asiático – esboço um sorrisinho que logo some, não me sinto confortável ao seu lado, não como me sentia antes, e então vejo frank andando a passos largos respiro aliviada e dou uma corridinha até ele deixando Ethan para trás, não olho pra trás em nenhum momento ao invés disso abraço Frank o que me faz sentir confortável instantaneamente, seus braços fortes me seguram, depois o beijo ele segura minha cintura com uma das mãos enquanto a outra segura o meu pescoço e eu envolvo seus pescoço com os meus braços, quando o beijo cessa eu mordo o meu lábio inferior ponderando e pergunto – tem algo... Diferente em mim? – frank me analisa dos pés a cabeça, cada milímetro de mim e por fim diz

- acho que... Não? Tem? – nego com a cabeça e dou um sorriso e  seguro sua mão.

Porém, mais tarde não consigo parar de pensar sobre.

No intervalo, enquanto Annie conversava com nico, eu, Thalia e piper fomos ao banheiro e Thalia soltou a seguinte pergunta :

- então... Hazel como foi a sua primeira vez com Frank? – piper da um tapa no ombro de Thalia e eu sinto meu rosto queimando, nego com a cabeça

- não aconteceu ainda – pra ser sincera, não é uma coisa que eu costumo pensar muito, ficar abraçada com Frank, segurar sua mão e o beijar costuma ser suficiente e eu também nunca parei pra pensar que ele poderia pensar diferente, bem ele nunca me deu motivo pra achar isso, mas quando Thalia diz aquilo eu percebo que já estamos namorando a algum tempo e que é normal os casais já terem dormido juntos a essa altura.

- sério? – pergunta piper, assinto.
Depois disso pareceu que eu tinha levado um tapa na cara, estou pra fazer 17 anos daqui a duas semanas e mesmo assim talvez eu seja apenas ingênua demais pra perceber os sinais que as pessoas deixam pelo caminho.

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