Ally olhava para a amiga sem entender como ouviu alguém chamá-la se não foi Emma e se estavam sozinhas em casa. As duas estavam estáticas sem saber se deviam ir à cozinha ou fazer de conta que nada aconteceu no entanto se ignorassem aquilo não poderiam ficar em casa descansadas e por isso começaram a caminhar lentamente para a cozinha na esperança de não terem nenhum encontro com ninguém do além.
Entraram e não tinha ninguém.
-Ótimo...está tudo bem...certo?
-Ally...atrás de você...tem alguém...
Atrás de Ally estava uma mulher de cabelos longos castanhos, batiam-lhe a cintura, eram ondulados e moldavam o rosto corado e bem estruturado da mulher. Vestia um vestido florido e solto branco que complementava a complexão jovem da mulher que deveria estar perto dos seus talvez trinta. Não tinha nada de estranho nela ou assustador, além do facto de nenhuma saber como ela entrou na casa e ela saber o nome de uma delas, apenas parecia cansada e tinha algumas marcas ao longo dos braços como se fosse segurada à força. Parecia ter um interesse excessivo em Ally, não tirava os olhos dela e esbanjava um meio sorriso que demonstrava que sentia algum tipo de ligação com ela. A mulher não falou mais nada mas começou a dar passos lentos em sua direção, parecia ter dificuldade em andar mas não tinha nenhuma ferida aparente. Andando de uma maneira desajeitada a jovem mulher preparava-se para tocar o rosto da menina quando foram interrompidas por batidas muito fortes na porta de entrada.
Não eram batidas normais, parecia que alguém estava prestes a destruir a porta, batidas violentas que eram acompanhadas por berros animalescos brutais demais para serem de uma pessoa. A feição da mulher mudou, os olhos antes carinhosos pareciam aterrorizados e começaram instantaneamente a lacrimejar e rapidamente a sua face estava banhada em lágrimas que não conseguia controlar, num ato espontâneo segura a barriga e murmura algo entre soluços.
-Ele vem aí, ele vai me achar...tenho de... ir embora- a mulher com imensa dificuldade começa a andar apressadamente tentando correr mas sem sucesso em direção à porta das traseiras, estava ofegante, ela parecia saber quem estava na porta. Emma puxa Ally, que permanecia estática e sem reação, para a despensa, tremia muito mas consegui abrir a porta e empurrá-la para dentro entrando logo de seguida. A porta da despensa tinha algumas frestas que Ally usou para tentar decifrar o que a mulher tentava fazer enquanto Emma, convencida que aquilo eram duas pessoas que tentava invadir a sua casa, sacava o telemóvel discando o número de emergência.
-911, qual a sua emergência?-uma mulher respondia do outro lado da linha com uma voz monótona.
Foi aí que viram. A mulher que tentava incansavelmente abrir a porta das traseiras consegue finalmente e aí as meninas olham para as suas costas. Faltava uma parte da cabeça dela, era um buraco grande de onde um líquido escuro e expeço escorria vagarosamente, nas costas tinham inúmeros golpes profundos que pareciam ter sido causados por uma faca e muita raiva, o sangue quase negro que saía da cabeça descia indo de encontro com os outros golpes que pareciam expelir mais e mais aquela gosma, um bocado grande de carne faltava das suas costelas quase as deixando expostas.
-911, qual a sua emergência?-repetia a mulher com ligeira irritação na voz.
-Desculpe, liguei sem perceber...-desligou a chamada sem dar tempo da outra responder.A mulher saiu e as pancadas fortes pararam assim ela de suas vistas. Emma sabia que aquela mulher não estava mais viva, não adiantava de nada chamar ajuda para ela...
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Segunda Morte
TerrorEmma vivia a sua vida aborrecida de uma jovem de 17 anos à espera que algo interessante acontecesse, só não sabia que o seu desejo se tornaria verdadeiro e muitas coisas aconteceriam e seriam reveladas. Conheceu pessoas, viu coisas e quando deu por...