Brisa de um Mar solitário (beefleaf)

Capítulo 4: Como nos velhos tempos

Espero que estejam gostando da fic :D

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No dia seguinte, He Xuan havia se apresentado ao nobre que procurava os serviços de um forte cultivador para solucionar seus problemas com relação ao fantasma que estava matando seus funcionários e prejudicando seus negócios. O trabalho era simples: se He Xuan matasse o fantasma, iria ser recompensado com um bom dinheiro. O nobre alertou que algumas pessoas já haviam tentado matar aquele ser, mas nenhuma conseguiu.

Naquela mesma manhã, antes de ir até o casarão do nobre, Shi Qing Xuan havia pedido sua permissão para ir junto com ele atrás do fantasma. Como o antigo Mestre do Vento vinha cultivando já há um tempo, ele queria poder vivenciar "uma grande aventura" e ajudar He Xuan, como havia dito. Por conta disso, He Xuan passou na pousada para buscá-lo antes de seguirem caminho, Qing Xuan havia ficado lá apenas para terminar alguns afazeres e trocar suas roupas.

A costumeira trança longa de Shi Qing Xuan havia sido trocada por um rabo de cavalo alto, que deixava seus cabelos cheios caírem por seus ombros, enfeitando sua bela figura. Suas roupas agora eram trajes de um verde mais escuro, apropriados para a situação em que enfrentariam.

He Xuan estava com suas vestes pretas, como sempre, e carregava uma longa espada em suas costas. Por ser, supostamente, um "cultivador", ele obviamente não poderia utilizar de seus poderes de Rei Fantasma, por isso optou por uma arma mais comum e que não levantasse suspeitas. Como havia sido um grande guerreiro em vida, ele era muito bom no manuseio de armas.

Visando a proteção de Shi Qing Xuan, ele providenciou para ele uma adaga longa, cuja bainha e cabo eram negros e possuíam belos detalhes dourados. Ele havia buscado ambas as armas em seu covil, utilizando uma Matriz de Distância para chegar até lá e voltar rapidamente antes do amanhecer, sem que Qing Xuan notasse.

Ambos preparados, eles rumaram em direção ao local que havia sido indicado como sendo o covil do fantasma. Após sair da cidade, teriam que percorrer a estrada principal que levava a capital e depois desviar por um caminho que passava por algumas montanhas até chegar às terras de plantio que localizavam-se próximas à região.

Durante o caminho, os dois homens andavam lado a lado. Qing Xuan parecia alegre como sempre, enquanto He Xuan mantinha sua postura séria. Apesar de estarem em silêncio, com Qing Xuan comentando vez ou outra sobre algo na paisagem, esse silêncio não era desagradável. Pelo contrário, Shi Qing Xuan sentia como se fossem familiarizados e estava confortável ao lado do outro, pensando sobre a conversa da noite anterior e em como ela "os aproximou" ao seu ver.

Em alguns momentos, Qing Xuan admirava a adaga presa em sua cintura, sentindo-se grato pela preocupação de He Xuan consigo. O outro não havia demonstrado ou falado muito quando entregou a arma a ele, apenas disse que seria algo necessário naquela missão. Mas Qing Xuan sentia que era capaz de enxergar através daquela máscara de seriedade, realmente acreditando que He Xuan tivesse alguma afeição pela amizade que estavam construindo

Após percorrerem todo aquele caminho, chegaram à uma mata fechada que ficava próxima a estrada. Segundo às instruções que He Xuan recebeu mais cedo, dentro daquela mata seria possível encontrar o fantasma, visto que ele se escondia por ali e atacava os funcionários do nobre que passavam pela estrada.

Antes que adentrassem em meio às árvores, He Xuan virou-se para Shi Qing Xuan, pedindo que ele esperasse. Acontece que a energia espiritual de Qing Xuan não era a mesma que ele possuía nos dias em que foi um deus, portanto, He Xuan havia decidido emprestá-lo um pouco, sobre o pretexto de que tratava-se apenas de uma medida de segurança, pois Qing Xuan cultivava há pouco tempo. O antigo mestre do vento sentiu-se agradecido e aceitou.