O idiota do Bowers e a minha primeira vez

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Ao longo dos meus escassos quinze anos de existência, nunca me veio à mente pensar em viver um relacionamento amoroso com um garoto. Lamentavelmente, minha atenção estava em tentar manter minha sanidade diante da catástrofe que era minha família. Eu nunca havia chegado, até então, nesse pensamento, nessa fase de hormônios efervescentes... até que tudo se transformou naquela noite.

Até então, as únicas alusões que eu havia tido a respeito de romances derivavam das páginas dos livros que pertenciam à minha mãe. Eram narrativas fantasiosas e surreais, retratando casais cujas trajetórias envolviam homens partindo para a guerra, deixando suas amadas à espera por longos anos. Somente após esse árduo período, eles reuniam seus amores. Eu poderia falar que a minha imagem de amor vinha do casamento dos meus pais, mas eu estaria mentindo.

Eu poderia dedicar inúmeras horas à leitura, repetindo o processo quantas vezes fosse necessário. Sempre apreciei a maneira como os livros me conferiam controle, onde cada estrofe, verso e palavra adquiriam realidade somente quando meus lábios as pronunciavam.

Sem a minha intervenção, elas permaneciam apenas como letras perdidas entre outras, e, conforme meu desejo, poderia abrir o livro para reunir o herói e a heroína, ou, caso contrário, simplesmente fechá-lo, deixando-os separados para sempre.

Naquele primeiro dia extenuante de aula, ao retornar para casa, vivenciei um momento de quase colapso. Um carro azul desgovernando que vinha em alta velocidade, quase atropela-me em cima da causada.

Parei encostada na parede, com a mão sobre o peito

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Parei encostada na parede, com a mão sobre o peito. "Que susto" pensei, olhei para o carro, "quem será esse louco?"

- Ei! - Exclamou Henry Bowers, projetando metade de seu corpo para fora do carro.

- Ficou assustada? - Vociferou de dentro do veículo, que estava parado a centímetros de mim. Eu tentei escapar daquela situação, meio aprisionada entre o carro e a parede atrás de mim. Cheia de raiva, hesitei em encarar seus olhos.

- Quer uma carona? - Ele propôs. Henry Bowers possuía uma atratividade física marcante; Apesar de seu corte de cabelo, que eu considerava bastante desfavorável, seus fios loiros, mesmo em um estilo que eu achava feio, conferiam-lhe um charme peculiar. Talvez, ironicamente, fosse isso que me encantasse mais do que sua lamentável personalidade.

- Ah, não, imagina! Não precisa se preocupar! Quase me atropela e ainda quer ser o herói me levando para casa? Que cavalheiro altruísta você é! - Exclamei com ironia. Minha bolsa ficou presa na calota do carro, eu a puxava em vão.

Victor Criss desceu do veículo e ofereceu sua ajuda, gesto que aceitei de bom grado. Logo em seguida, Henry desceu e observou seu amigo soltar a bolsa. Quando finalmente conseguiu, instruiu-o a retornar ao carro.

- Bem, eu sei que você mora longe daqui. Me deixa te levar até a sua casa, é o mínimo depois de não ter conseguido te atropelar, certo? - Ele sorriu ironicamente, conseguindo quebrar minha postura de raiva, embora eu ainda mantivesse minha cautela.

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