your money || noart

cap. 14

Narrador

Depois de ter conseguido acalmar o amigo, Sina preparou um chá para o mesmo e se sentou junto a ele no sofá, em silêncio.

- Por mais que ele me batesse, fosse alcoólatra e não ligasse nenhum pouco pra mim - dizia baixo - Ele era meu pai, e obviamente eu vou sentir falta dele.

- Eu sei como se sente - pensava antes de dizer - É como se sentisse que todos vão esquecer que você existe e que você nunca mais vai ser feliz - Tyler assentia - Mas eu estou aqui. Estamos aqui um pelo outro, e o que precisarmos vamos nos apoiar.

- Eu sei... - sorria fraco - É pra isso que servem os amigos, e você é a melhor que eu poderia ter - abraçava a alemã.

Logo ouviram um barulho, um barulho inconfundível. A sirene de uma viatura.

- O que eles tão fazendo aqui? Não fizemos nada! - Tyler perguntava confuso, mas Sina sabia exatamente o que eles queriam.

- Você é de menor, agora que seu pai faleceu o Conselho Tutelar vai vir atrás de você.

- Não vou com eles - se levantava de um pulo.

- Se tranca no quarto e só sai quando eu mandar.

Tyler obedecia se trancando no quarto e fazendo o mínimo de silêncio possível.

Sina respirou fundo e camimhou até a porta abrindo a mesma.

- Posso ajudar? - perguntava tentando passar normalidade.

- Queremos ver o senhor Tyler Lewis - uma moça negra dizia mostrando o distintivo de delegada.

- Ele não está.

- Como sabe? Queremos conferir - tentava entrar na casa junto com mais um policial mas Sina os barrava entrando em sua frente.

- Assim que soube da morte do pai dele vim direto pra cá e não o encontrei.

- Tem alguma ideia de onde ele esteja?

- Nenhuma.

- Certeza? - assentia - Então por que demorou pra atender atender a porta?

- Eu não demorei - revirava os olhos - Eu estava procurando ele na sala dos fundos, que por sinal tá uma zona - desviava do assunto.

- Se o encontrar, diga que o estamos procurando.

- Certo.

A loira olhava pela janela se certificando de que os policiais já haviam ido. Foi até o quarto em que o amigo estava dando duas batidinhas na porta.

- Eles já foram.

O amigo saia do quarto com uma expressão de alívio, se jogou no sofá e olhou pra Sina que o observava.

- Quer dar uma volta?

- O que? - se assustava.

- Acho que eu preciso me distrair, ficar me lembrando disso toda hora não vai ajudar.

Sina ficara surpresa com a "disposição" do amigo. Quando seu avô faleceu foram os piores dias de sua vida.

Ela não saia do quarto pra nada, não falava com ninguém, ficava o tempo todo vendo fotos e vídeos com os dois que agora não estavam mais entre ela, não deixava ninguém chegar perto do quarto dos avós depois que descobira que seus pais queriam se livrar de suas roupas e pertences, e também não comia.

Mas aos poucos a garota fora melhorando. Saindo do quarto, depois bebendo suco, depois voltando a ir pra escola, depois voltando a sair com Tyler, e depois de algum tempo estava "boa" novamente.