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elisa

Eu estava um pouquinho cansada mas não podia reclamar, eu estava feliz por ao menos ter um emprego, ainda mais em uma época de crise como aquela. Estávamos vivendo uma pandemia, quem diria? Aquilo era totalmente surreal.

— Acorda Elisa! Tem mercadoria. — Camila passou por mim, segurando uma cesta lotada de produtos enquanto seguia uma senhora.

Acabei rindo da situação dela e segui para o balcão, cumprimentando o entregador enquanto esperava ele deixar as nossas caixas, eram muitas. Me apoiei no balcão e foi então que ele passou pela porta, parecia que tudo estava em câmera lenta, enquanto ele jogava para o lado o cabelo caindo no rosto.

Eu estava babando, graças a Deus a maldita máscara escondia o sorriso no meu rosto. Cara, ele era gato.

— Moça? — O mais velho me chamou, me fazendo voltar a realidade. — Preciso que você assine!

Balancei a cabeça algumas vezes, tentando ignorar aquela beleza surreal e então assinei as notas. Me despedi do entregador enquanto pensava em um jeito de empilhar as caixas para que elas não caíssem.

Demorou algum tempo e então levantei o meu olhar, procurando pelo garoto em todos os corredores. Ele havia sumido.

— Ele já foi. — Camila apareceu, me fazendo levar um leve susto. — Por que você não fala com ele? Vocês já se conhecem!

— Ele me passou o número dele há dois anos, conversamos uma vez e então ele nunca mais respondeu! Sério, não viaja.

Revirei os olhos, Noah Urrea era literalmente um crush impossível, sem contar com outro fato, ele namorava.

— Você não vai saber se não tentar.

— A namorada dele é maluca e surtada! Deus me livre, eu prefiro não tentar.

— Tudo bem, tudo bem. — Ela riu, pegando uma das caixas de papelão. — Mas vai por mim, ele vai voltar.

— E por que você tem tanta certeza? — Camila me olhou com um sorriso, começando a caminhar para longe.

— Ele vai precisar de mais tintas para consertar a cagada. — Ela deu de ombros. — Ele levou pó descolorante e água oxigenada.

Oh, não.