Vozes que Sussurram ao Vento

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- Mama, está completamente louca. Sabe muito bem que não pode invocar a Carta de outra pessoa, ainda por cima alguém que nem Carta tem.

Mama Queen levantou-se de sua cadeira.

- É claro que sei querido, mas uma das partes vai me conceder permissão, não se preocupe.- disse ela calmante enquanto arrumava um baralho de tarô em sua mesa.

- E posso perguntar como fará isso?

-  É claro que pode, mas não aqui, vamos para um lugar mais reservado.

Andaram um pouco mais a frente desviando da diversão que se escancarava no lugar e chegaram a um dos quartos privativos da Casa dos Prazeres, entraram e começaram a conversar:

- Como é que você acha que aquele belo espécime pode ser o destino dela? Quer dizer, ele é claramente alguém que não pertence a Casa da Sabedoria, mas com certeza se encaixa em algo aqui, beleza ele tem...

- Ele é um humano, Lion.

O leonino piscou surpreendido e sem reação.

- Como é?

- Um humano, e para ser sincera, um bem peculiar.

O jovem celestial olhou para Mama Queen em choque, não chegou a ser um olhar horrorizado, mas espantado com certeza.

Então...

Começou a rir.

- Você é muito danadinha, sabia disso Mama?

- Assim que ele entrou eu vi a linha do amor dele, foi algo involuntário, mas eu vi. Eu jamais tinha visto uma linha humana, imagina a minha surpresa...- Ela pareceu sentida, realmente não queria ter invadido a privacidade dele desta maneira, no entanto foi algo muito forte.- Galáxia está apaixonada por ele.

Lion sorriu ironicamente lembrando do passado.

- A Galázinha está apaixonada por ele?- Lion riu debochando.- E a história se repete então, não é?

A dama ficou em silêncio.

- O passado não tem o direto de se repetir, Lion! Gaia vive, eu sinto isso. Acho que talvez ela esteja no mundo humano, eu não sei... esse sentimento de confusão é novo para mim.

- O que eu gostaria de tentar entender é o que eu tenho a ver com essa história?

- Gaia era sua prometida.

- Não. Ela não era. Não oficialmente, faltava três anos para que o contrato fosse... selado - o belo celestial pareceu incomodado. - Mama, escute. Morta ou não... Eu não quero me envolver nisso.

Mama Queen olhou bem para Lion.

- As pessoas falam que os leões não amam mais ninguém senão a sí mesmos, mas você a amou.

- Eu era uma criança, crianças não sabem o que é amar.

- Não seja besta meu adorado amigo, você sabia o que era amar, sempre soube. E apesar de não ter a maturidade necessária, seu amor por ela estava sempre lá, iria ser despertado futuramente, infelizmente...

- Não foi.

- E o fato de uma nobre nascer sem uma Carta do Destino é deveras intrigante, não acha?

- Eu nunca entendi muito bem essa coisa toda de Carta do Destino, eu sei que meu Clã não possui uma, o que na minha opinião é o certo, não se pode obrigar uma pessoa a amar outra.  

- Não. Não se pode, mas elas não são obrigadas a nada, Lion, são influenciadas é verdade, mas obrigadas? Jamais.

- Está se escutando, Mama?

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