Capítulo 3

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Ninguém perde por dar amor; perde quem não sabe amar.

AMANDA:

Coração a mil por hora, mãos levemente suadas. Próximo endereço. Próximo bilhete. Próximo mini ataque de pânico.

Você está quase lá, e eu sou quase seu. Estou mais ansioso do que nunca.

Quase meu? Como assim? Isso é um casamento? Meu corpo começa a tremer, e sinto o frio na barriga crescer, a evidência clara de um sentimento novo e assustador. Henrique é claramente uma pessoa intensa, e não saber o que esperar dele me deixa cada vez mais assustada.

De repente, começo a divagar sobre os encontros que já tive na vida. Algumas boas conversas regadas a vinho, que às vezes terminavam em beijos e promessas de um segundo encontro que nunca aconteciam, porque eu nunca sentia que deveria. O sexo, raramente casual, fluía normalmente, um orgasmo de uma boa conversa, mas nem sempre um orgasmo sexual.

Com meu ex-namorado, o sexo tinha cheiro de álcool e cigarro. No início foi bom, mas depois se tornou frio e sem graça.
Mas por que estou pensando em sexo agora?
Afasto o pensamento e tento me concentrar no que está acontecendo bem na minha frente. Ainda sinto como se tudo isso não fosse real, e essa sensação se intensifica quando Fred entra com o carro numa enorme mansão luxuosa. Fecho os olhos, respiro fundo e digo para mim mesma: É agora!

Ele para o carro em frente à casa e me entrega outro bilhete, preto e perfumado. Encaro o bilhete com um nó na garganta, me perguntando se dessa vez está escrito "eu te amo" ou "quer casar comigo?" Porque, sinceramente, só falta isso. Abro o bilhete calmamente, mas não consigo evitar a pergunta: por que esses bilhetes me deixam tão nervosa?

" Você chegou, finalmente, por favor, suba as escadas, estou esperando por você. "

E finalmente chega o grande momento de estar cara a cara com Henrique de novo. Meu coração dispara, e a mente se enche de perguntas, embora eu nem saiba por onde começar. Mas sei que, acima de tudo, o que mais quero é vê-lo novamente.

Quero agir com naturalidade, como quando nos conhecemos no banheiro, mas ainda carrego poucas informações sobre ele. Estou usando um vestido caro que ele pagou, depois de dormir no andar particular do seu hotel luxuoso, e agora olho para uma mansão que parece ser a casa dele. Minha confiança, que parecia sólida, desmorona. Não consigo pensar em uma única piada que possa quebrar o clima entre nós.
Existe um clima entre nós?

Fred abre a porta do carro. Respiro fundo, limpo a garganta e sigo em frente, tentando manter a fachada de Amanda, a superconfiante de sempre. Caminho até a porta, me perguntando como um cara que disse que não estava disposto a ser o príncipe encantado de ninguém consegue fazer tudo isso. Essa conta simplesmente não fecha.

A entrada da casa é impecável, com uma arquitetura moderna, janelas de vidro e muros altos. Um pequeno caminho até a porta, adornado com flores e luzes bem posicionadas, leva até uma porta de madeira que parece ter três metros de altura. Tudo o que vejo parece ter sido milimetricamente planejado, e quanto mais me aproximo, mais nervosa fico.

Agora estou diante da porta, tocando seus detalhes, apreciando-a, quando, de repente, um som eletrônico a faz se abrir. Finalmente entro na casa, e fico completamente maravilhada. É simplesmente perfeita, luxuosa demais, dessas que eu só vi em filmes, mas nunca de tão perto. Já estive em festas da editora, em casas luxuosas, mas nada como essa.

Tudo na casa é branco, predominantemente. Tudo limpo, excessivamente limpo, nada fora do lugar. Até parece o próprio Henrique. A decoração segue tons de branco e bege, com pouquíssimos detalhes em cores escuras.

NÃO ME CHAME DE PRINCESA!Onde histórias criam vida. Descubra agora