Às vezes, o amor é como pular de um precipício, você conhece os riscos, mas mesmo assim não se importa.AMANDA:
Isso é loucura! Meu Deus, o que estou fazendo? Meu subconsciente sabe melhor do que meu próprio coração que isso é insano. E mesmo assim, entro no carro. Olho para ele, vejo nos seus olhos, e ouço, em alto e bom som: "Confia em mim." Meu Deus! Eu não confio nem em mim mesma, nesse momento. Sempre encarei a vida de forma arriscada, mas isso... isso pode ser a melhor ou a pior escolha da minha vida. E, de algum jeito, isso me dá coragem, embora eu tenha plena consciência de que é loucura. Estou indo contra todos os princípios básicos da sobrevivência feminina.
De repente, minha respiração fica ofegante, minhas pernas começam a balançar involuntariamente, e minhas mãos estão suando. Não sei mais o que fazer. Tento calcular a possibilidade de aproveitar que estão conversando e fugir, mas sempre que olho nos olhos dele, é mais forte que eu. Há um mistério ali que eu preciso desvendar.
Henrique então abre a porta do carro e sorri, como se tentasse amenizar a tensão.
— Esqueceu isso — diz ele, me entregando o envelope.
Ele percebe meu nervosismo e, com um gesto suave, toca meu rosto, segurando meu queixo com delicadeza.
— Eu prometo, isso não é nenhuma piada, nem uma brincadeira de mau gosto, e muito menos um truque para te levar para a cama.
— E o que é, então?
— Um jeito criativo de te chamar para sair.
Bem criativo, mesmo.
Eu sorrio e balanço a cabeça, sem saber o que dizer. Queria dizer tantas coisas — que isso é uma loucura, que ele é louco, que eu também sou louca... mas, no fundo, acho que nossas loucuras combinam.
— A gente se vê mais tarde — ele diz, com um sorriso irresistível, mas eu fico em silêncio. Devo responder? Eu não sei.
Ele fecha a porta e Fred entra no carro. Ele é cordial, mas silencioso — silencioso demais. Isso só me deixa mais inquieta e aumenta minha ansiedade. Não faço ideia de onde estamos indo, e meu estômago começa a embrulhar. Depois de alguns minutos na estrada, Fred pede que eu abra o envelope.
Eu o seguro com uma sensação de frio na barriga, e, para minha surpresa, o envelope tem meu nome impresso em papel cartão, na fonte Times New Roman, tamanho 20, cor dourada. É estranho, especialmente considerando que acabamos de nos conhecer. Minha mente começa a correr. Não fui "escolhida" por acaso. Ele planejou tudo isso, com certeza. E, no fundo, só existem duas opções: ou ele é muito criativo, ou... um psicopata.
Por enquanto, vou apostar na segunda opção
No envelope tem três endereços, um deles até que é familiar, então eu deslizo os dedos pelo papel de cheiro adocicado e noto que em baixo de cada endereço, há etiquetas segurando pequenos envelopes na cor preta, então eu abro o primeiro.
"Oi Amanda, não se assuste, está tudo bem. Eu só quero que você tenha um bom dia antes do nosso primeiro encontro, que eu chamei carinhosamente de 'dia de princesa'. Mas, já que você não gosta desse nome, pode chamar de 'dia de Amanda', se preferir.
Até logo."
Primeiro encontro? Como assim? Mil coisas passam pela minha cabeça. Mãos gélidas, o frio na barriga, o medo de não saber o que estou fazendo, para onde estou indo... A vergonha de, talvez, estar prestes a fazer algo sem saber exatamente o que, por dinheiro, ou quem sabe por algo ainda mais inesperado... Conversar? Tento me convencer de que é só isso, uma conversa, mas a ansiedade me corrói. E então percebo o motivo de não conhecer o endereço.
É uma loja que eu jamais entraria, levando em consideração o meu pequeno salário. Quando o carro finalmente para, Fred abre a porta para mim.
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NÃO ME CHAME DE PRINCESA!
RomanceEm uma noite, após muita insistência da amiga, Amanda decide ir a uma boate. Lá, ela conhece Henrique Valadares: um jovem atraente, misterioso e absurdamente rico. Para sua surpresa, ele parece já saber tudo sobre ela - e vai ainda mais longe ao lhe...