Capítulo 68

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Minha cabeça já explodia.

Passamos a noite inteira planejando o que iriamos fazer, Mariana foi muito prestativa  e ainda por cima sempre que podia tranquilizava Reed que parecia lhe dar ouvidos. Meus amigos entraram nessa sem reclamar, Pogues pra sempre, esse era o lema que guiava nossa amizade nos momentos ruins, como nos bons.

Mesmo que todos negassem eu sabia. Sabia que alguém não sairia vivo.

Somente eu, Reed e tio Ben, conheciamos o trabalho de Ettore. Ele foi contratado para torturar meus pais e diversas pessoas que meu tio conhecia. Reed o conhecia também, e mesmo ele negando e falando que daria tudo certo, sabia que alguém morreria. De um jeito ou de outro.

— Blue você precisa descançar um pouco, sabe que vai passar por uma nova tempestade. Precisa estar descançada. — Meu tio comunicou e era verdade eu precisava ser a Blue de um dia atrás por mais um tempinho.

A Blue Hall, a da jaqueta de couro, era fria, forte e completamente estrategista e sua maior caracteristica era o sangue. Por isso precisava deixar para usa-la mais tarde.

— Tudo bem tio, mas se ligarem novamente deixem que falem só comigo, não esqueça. — Meu tio concordou e pediu para JJ me acompanhar.

Fomos nós dois para o quarto que a um tempo atrás nossos amigos nos trancaram para nos juntar novamente. Naquele dia eu sentia que as coisas iam mudar e sempre eu estou certa. As coisas mudaram, pra pior.

Sempre que eu e JJ nos juntavamos de vez, a droga do meu passado voltava para me assustar de qualquer forma e me lembrar mais uma vez que eu não sou a maior escolha e nem a melhor de JJ.

Sou só o maior problema.

— Blue por favor da pra relaxar por um tempo pelo menos?  — JJ se aproximou me puxando para sentar na cama.

— JJ antes de qualquer coisa... — Desviei o olhar porque aquilo era difícil pra mim demais e ninguém imaginava. — Desculpa, desculpa por tudo isso que eu to causando...Isso tudo é culpa minha JJ por isso que eu to tão preocupada. Porque eu não queria ser esse peso na vida de todos. — Lágrimas já rolavam sem eu mesmo querer e JJ segurou meu queixo.

— Blue cala a boca. — JJ me interrompeu e me fez olhar de vez pra ele. — Você não é peso pra ninguém, você acha que quando eu escolhi você eu não sabia que uma hora ou outra eu ia ter que saber usar a senhora pow pow de verdade? — Perguntou e ri em meio as lágrimas. — Blue você não vai morrer e se isso acontecer... — JJ pegou minha mão. — Eu vou junto! — JJ foi tão sincero que foi perceptível em seus olhos.

Me aproximei capturando seus lábios devagar e ficando de frente em seu colo. Passeava saboreando cada canto de sua boca, tocando seu corpo, segurando com força seus cabelos, em gesto de carinho não de tesão. Não tinha como ter sabendo que poderia ser o último sexo que a gente faria. 

— Eu te amo! — JJ terminou o beijo e disse entre selinhos.

— Te amo JJ!  — Respondi e o mesmo sorriu me puxando para deitar em seu peito porque ele sabia que eu adorava aquilo e me acalmava muito.

Fechei meus olhos sentindo JJ fazer um carinho muito bom nos meus cabelos. O sono e o cansaço já me vencia por completo.

Um lugar escuro preenchia meu campo de vista, não se podia ver nada só sabia que estava caminhando porque um pouco de minha sombra refletia luz na penumbra.

Nada de vozes, passos, pessoas, nada. Um completo nada.

Continuei caminhando com mais pressa para frente até ver uma bomba relógio. Me assustei arregalando os olhos, a bomba marcava dez minutos e sua contagem era lenta demais só causando mais pânico. Alguém acendeu uma lâmpada velha e tomei um susto.

𝐀 𝐂𝐚𝐥𝐦𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐃𝐨 𝐅𝐮𝐫𝐚𝐜𝐚̃𝐨 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora