Capítulo 50

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Milagres médicos existem. Sendo adoradores do altar da ciência, nós não gostamos de acreditar que milagres existem. Mas eles existem. Coisas acontecem. Não podemos explicá-las nem sequer controlá-las, mas elas acontecem. Milagres acontecem na medicina. Acontecem todos os dias, mas nem sempre acontece quando precisamos deles.

Sala de cirurgia

- Mandou me chamar chefe? - Arizona perguntou vestindo o avental e logo após as luvas.

- Sim,talvez vamos precisar de você,se a mãe não resistir você poderá fazer uma cesarea. - O chefe avisou,a equipe já estava exausta.

- Mais aspiração,aperta aqui.

- Batimentos da mãe caindo...

- Preparem as pá...

- Pressão caindo...

- 1 de atropina...

- Pressão pulmonar subindo...

- Preciso de mais plasma fator sete,estamos perdendo ela.

Monitor apita sem parar.

- Já substituímos praticamente todo o sangue...

- Iniciando massagem cardíaca...

- 1 de adrenalina...

- Encontram esse hemorragia logo e vamos fechar. - o chefe ordenou.

- Três de adrenalina e um de atropina...

- Dr Webber tem um minuto para estabilizar o coração ou eu vou tirar o bebê. - Arizona avisou se preparando.

- Vai,vai...carregam as pás...

- Afasta...

Choque.

- Sem atividade cardíaca...

Arizona realiza a cesariana.

- Tá respirando? - o pediatra pergunta.

- A cor está péssima, estimula e faz sucção,faz ela respirar.

- A mãe esta morrendo. - um interno grita.

- Vou tirar o natimorto. - Arizona avisa. - George pega ele aqui. - Arizona fala chorando. - Como isso foi acontecer? - ela fala desolada,as lágrimas escorriam dos olhos.

- Doutora Arizona,se controle,isso faz parte do seu trabalho. - o chefe fala repreendendo ela.

- Depois dos procedimentos de praxe posso levar para o necrotério doutora? - George pergunta segurando o bebê sem sinais vitais.

- Não 007,enrola em uma fita e entrega de presente para a mãe. - um interno debochou.

- CALA A BOCA,SAI DO CENTRO CIRÚRGICO AGORA RAPAZ. - o chefe gritou expulsando o interno.

-Batimentos da mãe estão subindo...

- Como está a bebê? - Arizona pergunta terminando a cesárea.

- Sem batimentos cardíacos...

- Ligue esses monitores,fazem uma ventilação cardíaca,o apgar ainda está em 0...

- Vai nenezinha não desiste...

- Conseguimos a mãe está voltando. - a equipe comemora.

- Vamos entubar a bebê. - a pediatra avisa.

- Tubo posicionado, começa a ventilação.

- Hemorragia da mãe controlada...

- Começando massagem cardíaca no bebê...

- Vamos pequena guerreira...vamos...

- O coração do bebê está batendo...- Arizona avisa depois de um minuto da massagem.

- O coração da mãe está firme.

....

Hora do óbito 10:06pm...

Nós fizemos tudo que estava ao nosso alcance,mas elas não resistiram...

Derek se sentia perdido,o corpo todo doía,ele chegava acompanhado das filhas segurando uma em cada mão para o funeral,dessa vez ele não vestia a camisa azul que Meredith adorava,sempre dizia que realçava os olhos deles,as filhas não vestiram os vestidos coloridos e floridos,usavam preto como os demais que estavam ali.
Naquela manhã o sol não brilhou,chovia fraco,estava frio.
Da porta ele olhou o caixão da esposa,com dois caixões brancos pequenos um em cada lado,seus bebês estavam ali,toda a promessa de um futuro estava ali,ela tinha prometido que eles seriam extraordinários juntos e agora?
As pessoas se aproximavam dos três demonstrando afeto e solidariedade.
Mais uma vez ele via as filhas chorando a morte da mãe,da verdadeira mãe,eles nem tiveram tempo de contar a verdade para elas.
O corpo quente que ele era acostumado a acariciar,agora estava pálido...gelado,os lábios carnudos que por muitas vezes se perderam sobre o seu em um maravilhoso beijo...hoje estavam roxos.
Ele ficou ali observando por longos minutos segurando as mãos das filhas...

- Derek?!

continua...

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