03: Quando te sinto distante

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"Boa leitura"
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Setembro, 19 de 2020
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Naquela manhã chovia forte, o que significava que Yoongi não iria à praça na esquina da rua dos Berry. O que era realmente frustrante, visto que o garoto realmente gostava do lugar.

Andou devagar até a cozinha, ainda estava de pijama e com o rosto inchado, quando viu o pai sentado à mesa com sua mãe. Viu a mais velha chorar baixo enquanto o pai falava baixinho.

Não podia ouvir o que era, mas tinha em mente o que poderia ser. Visto que na noite anterior não se desculpou com a mais velha pela conversa perturbadora.

Se sentiu culpado e sabia que realmente era. Mas, poxa, ele não queria que sua mãe deixasse de seguir um sonho por medo. O que aconteceu consigo não tinha sido culpa da Min, e ele sabia que no fundo ela sabia disso.

Com cuidado, voltou para o quarto. Decidiu que seria melhor deixar os dois conversarem à sóis. Aproveitou para trocar de roupa e lavar o rosto.

Como chovia, ele não poderia sair pra Praça, mas mesmo assim ele iria sair. Precisava sair de casa e se distrair, se não ficaria melancólico de novo.

Resolveu ir ver um velho amigo. A anos que não via o jovem. Para ser sincero, desde que este se casou com sua alma-gêmea, uma bela mulher de belos cabelos azuis.

Desceu para avisar que iria sair, dando um beijo na cabeça de cada um dos pais, recebendo um "cuidado" de seu pai e um olhar triste de sua mãe, mas que ele sabia que significava "juízo", como sempre.

Seu amigo não morava longe, era apenas algumas ruas distante da sua. A casa era mediana e tinha uma cor entre o pêssego e o creme, bem no início da esquina da rua Amarela.

Quando chegou lá, foi recebido por Grace, a esposa de seu amigo Seokjin. Os cabelos azuis vivos agora estavam desbotados em um azul tão claro, que até parecia branco.

— Yoongi, a quanto tempo. — Sorriu amistosa, enquanto convidava o velho amigo de seu marido para entrar. — Espere só um minuto, vou chamar o Jin.

E assim se foi, sumindo escada acima.

Sentou-se sobre o sofá branco e macio da sala média. A casa era realmente bonita e tinha cheiro de  lavanda. Com toda certeza aquilo era obra de Seokjin, o mais velho amava esse cheiro porque lembrava a cor de seu amor. Lavanda.

— Yoon! — Gritou estético da escada, quase caindo da mesma ao chegar perto do amigo. — A quanto tempo, meu amigo. Por onde andou?

— Você sabe, o de sempre. — Sorriu cabisbaixo.

— Ainda não encontrou sua alma-gêmea perdida?

— Não e pelo que vejo, nunca irei encontrar. — Disse. — Já fazem anos e nada de  encontrar outro renegado, e muito menos algum que seja sensível. Irei morrer sozinho e com a alma renegada pelo mundo dos mortos.

— Não diga bobagens! Eu sei que acabará encontrando, tenha fé. — Tranquilizou o Kim. — Se bem, que eu até lembro de ter sentindo a vibração de um renegado na praça esses dias.

— Sério? Onde? Que praça?

— Aquela perto da rua Azul. Estava passeando com Grace esses dias e senti a vibração. — Disse, ainda tentando se lembrar do dia. — Estava perto das pedras brancas, sabe, aquelas perto do lago que você vive indo.

— A que horas  foi?

— Poucas horas antes do almoço, se eu bem me lembro.

Yoongi sorriu radiante, repleto de felicidade e esperança no peito tristonho. Depois de tantos  anos, havia uma luz no fim do túnel.

E uma das boas...

"Obrigada por lerem"
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Quando choram os olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora