Expira.
Inspira.
Meus movimentos estavam saindo no automático, meu cérebro repetia meus próximos movimentos e todas as minhas falas de forma rápida, em modo de defesa.
Inspira.
Expira.
Um olhar bastou para eu entender que estava na hora.
Engoli em seco, sem saber o porquê de estar tão nervosa, afinal eu seria apenas uma espécie bem estranha de mensageira. Só precisava fazer uma pergunta para em estranho.
Qual é Charlie, é bem fácil.
Desviei de algumas pessoas na festa, meu alvo era bar improvisado.
Não o bar em si, na verdade.
Ele enrolou as mangas da blusa preta que usava.
Meus olhos nem piscavam com o medo de perdê-lo de vista.
Eu tinha uma missão e iria cumpri-la.
Minhas pernas funcionavam em modo automático até que o caminho entre mim e ele estava livre.
Respirei fundo e segui determinada até ele.
A música abaixou, fazendo o barulho de meus saltos – talvez – me denunciar.
Ele ergueu os olhos castanhos para mim e eu ergui a muralha de confiança que eu tinha. Sentei-me no banco ao seu lado e ele ajeitou a postura.
Sorri diante do gesto.
— Gabriel. – Falei e sorri quase automaticamente em sua presença.
— Charlie. – Ergueu uma sobrancelha, e eu vi um sorriso se esgueirar pelo canto de sua boca.
— Eu vou ser direta. – Comecei — Você ficaria com a Martha?
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Apenas Amigos
RomanceAlguns sentimentos podem ser o que não são. Mas seríamos nós capazes de dizer quando exatamente eles mudaram? Sempre temos alguém que nos entende, talvez não seja nosso melhor amigo ou amiga, mas sempre existe aquela pessoa que se conecta a você de...