Eu surtei escrevendo,
e sofri um tico tambem.x
Charlie: Estou em Recife.
Enviei a mensagem para as meninas em nosso grupo assim que avião pousou.
Sabia que elas não veriam tão cedo, já que era de madrugada.
Minha cabeça doía, meu estômago revirava lembrando-me do porquê eu odiava ― em pequenas partes ― viajar de avião.
O enjoo pós-viagem.
Chequei a hora.
04:45 da manhã.
— Senhores passageiros acabamos de pousar em Curitiba, espero que aproveitem a estadia e obrigado por viajar com a nossa companhia aérea. ― O piloto falou e eu tirei o cinto.
Não havia despachado bagagem, então apenas tirei a minha mala de mão do local e coloquei a bolsa em cima da mesma.
Uma criança estava de pé em um dos acentos a minha frente, a garotinha pulava e sorria, acabei rindo para ela e piscando.
— Você veio sozinha? - ela perguntou e eu concordei com a cabeça, mostrando o crachá que eu usava indicando que eu era menor de idade e estava sob a orientação das comissárias de bordo.
— Sim. - respondi — E você?
— Estou com a minha mãe. ― Ela falou e agarrou o encosto do acento.
Sorri e então dei tchau com a mão, recebendo o gesto de volta.
Tirei o crachá e entreguei a comissária de bordo.
— Obrigada por viajar conosco. ― Ela falou.
— De nada. ― Falei e sai do avião.
Meu coração estava batendo normalmente, mas aos poucos foi acelerando, e eu sabia porquê.
Eu iria, eventualmente, vê-lo.
Assim que sai pelas portas automáticas, vi minha tia abrir um sorriso enorme.
— Charlie!
— Camila! - falei e andei até ela para abraçá-la.
— Como você está? Como foi o voo?
— Foi bom, tia, e eu estou bem.
Ela passou um braço por meus ombros, Camila era mais alta que eu, e eu não era baixa, tinha meus bons 1,70 de altura.
— Me deixa tirar uma foto sua. ― Ela falou e me soltou, me deixando com minha bolsa e minha mala. Foi para a minha frente e eu sorri tímida, para o celular. — Vamos! Abre mais esse sorriso!
— Camila, por favor! Vai dar 5 da manhã!
— Anda logo!
Ri da sua impaciência falsa e abri o sorriso que ela tanto queria, até que notei que ela estava gravando.
— E então como foi seu voo?
Ri daquilo, e comecei a andar devagar, enquanto ela andava de costas.
— Para com isso.
— Sorria!
— Para, tia!
— Sorri logo!
Olhei para o celular e sorri genuinamente, acabei rindo em seguida e abaixei a cabeça, balançando-a negativamente em seguida, quando passei por minha tia. Ela parou de gravar e veio para o meu lado.
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Apenas Amigos
RomansaAlguns sentimentos podem ser o que não são. Mas seríamos nós capazes de dizer quando exatamente eles mudaram? Sempre temos alguém que nos entende, talvez não seja nosso melhor amigo ou amiga, mas sempre existe aquela pessoa que se conecta a você de...