Eu ainda não dormi.
O quarto não tem janelas.Só uma porta lacrada,para a luz não passar.Estava me sentindo como em uma caverna.Era dificil saber quando já era dia.A garota dormia do meu lado,meu braço estava dormente,mas,melhor do que deixa-la dormir sem nenhum apoio.E eu estava preocupado com o trauma que esse inferno podia causar a ela.Preciso livra-la.
"Tudo bem ser fraco".
Olhei para trás,pensando ter ouvido alguém,porém,tudo que vi,foi uma parede escura.
Percebi passos vindo até a porta.Meu coração acelerava,meu corpo tremia...era meu demônio,meu pai! Atrás daquela porta.Quando ele abriu,eu o vi com os olhos embaçados.Tinha uma tesoura,e um pedaço de bolo,em prato de plástico.
- Está na hora de brincar...- Aquele mesmo sorriso aterrorizante surgiu.
A garota abriu os olhos,e rapidamente se arrastou um pouco para trás.
- Não vou deixar que toque nela!- gritei,enfrentando minha própria vontade de fugir dali.
- Não se preocupe.Não vou tocar nela...você vai!- ele me olhou de lado.- Você é um predador! Caçe sua presa.- Disse,socando meu estômago.
Agora rasgue à roupa dela.
Ele ergueu à tesoura para mim,com suas mãos ásperas e seu olhar fixo.
Ela me olhava,implorando com os olhos,para que eu,não fizesse isso.Peguei a tesoura da mão dele...
- Não! Não toque em mim!- Dizia ela murmurando.
"Agora!".
Com rapidez perfurei a perna dele,e o bolo caiu no chão.Segurei na mão dela correndo pra fora.
Ela escorreu na saida da porta,enquanto ele gritava.O sangue escorria por sua perna,mas,ainda assim à segurou pelos pés.
Eu chutei a cara dele,quase que arrependido.Corremos em direção à saída...seria à hora da nossa liberdade!
Quando empurramos à porta com tudo,um frio de felicidade percorreu minha espinha.
"Volte...Não pode salva-la se você for também!".
Respirei fundo,engolindo seco.
De onde vinha essa voz?!A garota ficava mais linda com o rosto exposto ao sol.
Parei,segurando à mão dela,e não exitei.Beijei sua boca,e gritei:
- Fuja! E sequer pense no que aconteceu aqui nessa casa de novo! Ou ele vai encontra-la! - Ela me olhou sem reação e correu.Eu mergulhei na imensidão da cidade,e me frustei.Como ninguém nessa cidade gigantesca desconfia do meu pai!
- Dinheiro é tudo - disse ele certa vez.Entrei para dentro,e subi para o meu quarto correndo.
Minhas paredes eram rabiscadas por toda parte.Eu desenhava em tudo,quando minha mãe conseguia fazer meu pai ser menos mal.Peguei um taco de beisebol que tinha no suporte da parede,e esperei ele vir.
- Eu sei que você esta aqui! Você está sendo malcriado de novo!- Dizia gritando enquanto subia as escadas,vindo em minha direção.
Esperei do lado da porta,preparado para atingi-lo.
Eu vi a maçaneta se mecher e segurei firme o bastão.Ele abriu.
Quando seu rosto apareceu,eu dei uma só na cabeça dele,e vi de relance a tesoura ainda presa em sua perna.A pancada o fez cair para trás,rolando pela escada.
Arregalei os olhos,quando fitei sangue no bastão.O larguei na hora!!Ele parou de rolar.Eu fiquei assustado.Achei que eu tinha me tornado um assassino,mas,respirei aliviado quando vi sua barriga subindo,como se estivesse respirando.O chão estava com sangue jorrando pelo piso branco.
Desci lentamente as escadas,pensando se ele ainda se levantaria.
Começei a correr,e meti os dentes no chão quando ele me pegou de surpresa.
Me socou na cara,de novo,de novo...era como uma besta realmente.Sempre tendo forças para me bater.
"Empurra o braço direito dele,que está dando apoio,com toda sua força!"
Eu apenas fiz,e ele desceu com a cara ao chão.
Aproveitei e corri para perto da porta de entrada.
Fiquei de costas,mas,senti uma mão me puxando para fora da casa.Quando olhei bem,policias gritavam e um abraço carinhoso cobria meu corpo.
- Mãos pro alto!- Eles gritavam.
Até que me desprendi do que eles diziam,e olhei para à pessoa que me abraçava.
Foi quando me surpreendi.Era ela,e tinha voltado,mas,porquê?À abraçei forte agradecido.
- Tentar ser heroi não é facil né? - Disse ela sorrindo com suas bochechas com covinhas.
- Eu pensei que eu não te veria de novo.Pensei que eu morreria aqui.- Ela me olhou sem esboçar nenhum olhar.
- Por isso beijou uma garota que você nem conhecia? -"Eu não parei pra pensar",pensei agora,comigo mesmo.- Ou tinha outro motivo?
- Bom...você é bonita,e a unica menina que converso na minha vida...eu deveria morrer sem te beijar? - Ela gargalhou e um policial disse:
- Vocês falam muito alto.Esperem aqui.Nós vamos leva-los à um lugar bacana.
Ela me olhou e eu olhei para ela.
- O mundo nos fez crescer rapido demais.- falámos ao mesmo tempo.
Virei os olhos para a luz do carro da policia que ofuscava minha visão.Os policias indo e vindo com suas armas grudadas no suporte que tinham na cintura.Seus rostos sérios levando o criminoso,e jogando com força dentro do carro.
Ouvi os sussurros do homem ao telefone,que encostava a mão em sua arma,como se esperasse alguma coisa acontecer.Seus labios secos e seu rosto palido,lado a lado ao telefone.Eu ri sozinho enquanto a garota,estava preparada para à decisão que tomamos entre olhares.
Entendi claramente através da leitura labial o policial dizer:
- Orfanato.- Era a palavra chave para nossa fulga.Fomos nos afastando de fininho,até corrermos para o mais longe possivel.
Antes que os policias imprudentes sentissem nossa falta.- Policias nada inteligentes.- Disse a garota,e me toquei que não sabia o nome dela.- Não sabem cuidar de umas criançinhas.
- Qual o seu nome? - Perguntei e ela sorriu.
- Você ja leu alguma historia? - Franzi o cenho sem enteder,tal pergunta.
- Sim...porquê? - Ela me fez virar a rua a esquerda,quando já estavamos distantes dos policiais.
- Nas historias,os autores criam os nomes dos personagens.Porque não recomeçamos com novos nomes?Porque não fazemos uma nova historia,nisso que chamamos de vida? - Eu fiquei sem palavras.O barulho dos carros batendo na lombada que passávamos,era tudo que eu ouvia.
- Meu nome é Clarice.- Ela estende a mão.
Pensei o que faríamos com nossas vidas à partir dai.Sem contar que meu pai,se vingaria de tudo.Ele é rico!
Logo,sairá dá prisão."Seremos Noah green."
Apertei sua mão macia e falei,com um tom de voz sincero.
- Noah.Meu nome é Noah.
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O Pai (Proximo Capitulo Em Breve)
DiversosNoah um garoto aprisionado pela psicopatia de seu pai.Aprisionado e torturado sem observar nada além de uma sala minúscula. Até que certo dia tudo muda,ao encontrar coragem e amor. E uma nova jornada começa,em busca da esperança de uma vida normal e...