Ouço os gritos na sala.Os gemidos de dor.Eu sou fraco.Ponho sobre as orelhas duas almofadas,aquilo tudo me torturava.
Respiro refletindo,porque tanta raiva? Tanto odio.Desço as escadas vendo minha mãe caida no chão aos prantos.
Tinha sangue pela sala,seu nariz parecia quebrado e haviam hematomas pelos braços.- Para já com isso!- Minhas pernas tremiam.- Mi-minha mãe! - Eu só queria ter noites diferentes,e só dormir sorrindo.
- Essa vagabunda,não é sua mãe! É só mais um monte de merda que entrou na sua vida,com minha permissão!- Ele chuta ela de novo,e de novo,e de novo.
Eu dou um passo a frente fechando a mão.- O que eu esperava fazer? - Ele sente que eu estou desafiando ele,então,ele me derruba.
- Aaahhh!!- Gritei.
Meu braço quebrou com o impacto na quina do degrau.Posso sentir a dor insuportável do meu osso quebrado,rangendo por dentro.
- Ta doendo! Ta doendo! - Eu murmurava.
Quando ela já não respirava mais,ele se aproximou de mim e me virou,comigo ainda em agonia.
- Onde doi filho? - Eu quase não via seu rosto por causa dos olhos embaçados com lágrimas.
- No braço...- po-po favor! - gaguejo.
Ele se levanta e pisa com toda força no braço quebrado.
- Nãooo!! - "Dor,dor,dor,dor..."
Minha mente fica vazia.
Vejo que o osso esta para fora.Posso ver minha carne gritando.Começo à gemer...não consigo nem vê lo mais.Quando percebo,ele está me puxando pelas pernas.
-"Nós somos uma familia de sorte que nunca reconheceu à pobreza"- disse certa vez meu pai.
Não adiantaria gritar,em uma casa inteira à prova de som.- Que tipo de pai lunático eu tenho?Ele me leva até um quarto pequeno e vazio.E me pega pelos cabelos,e bate minha cabeça contra o chão até que sinto que vou desmaiar.
- Nenhum filho meu,vai ser um molenga.- Com Saimon desmaiado,seu suposto pai,pega o telefone.- Alô,Dr.Ricardo?
- Sim.Sou eu.Com que posso ajudar?- Um sorriso de canto apareceu em seu rosto.
- Meu filho foi malcriado de novo.Venha cuidar dele como sempre.
Hors depois.
- Acorde! Seu inutil.
Acordo assustado.Meu braço braço parecia melhor...ele sempre tem os recursos que precisa.
- Coma.- Um prato de plastico é jogado no chão e a comida se espalha.- Cada pedaço...- Um pouco de arroz cru,feijão jogado fora de um restaurante,e concerteza...isso aqui é carne crua.
- O que está esperando? - Olho nos olhos dele com medo.
- Essa carne é de onde?- Ele recolhe a comida do chão com as mãos.
- Do cachorro do vizinho.- um olhar tenebroso surge em seus olhos.- Engole!!
Ele enfia a comida guela abaixo.Posso sentir a carne fresca e gosmenta entrando pela minha garganta.
O arroz cru passando pelo céu da boca,e o feijão podre vindo de acompanhamento.Meu corpo se nega a digerir aquilo!
- Merda! Seu bostinha! - Ele me empurra porque acabei vomitando nele.
- Porque isso comigo? - começo à chorar,ainda sentindo o gosto horrivel da comida.Estou morrendo de fome e essa coisa bagunçou o meu estômago.
Normalmente eu sou preso nesse quarto por pouco tempo.O triste é que não a ninguém com quem eu possa contar.Ninguém que sentirá minha falta.
Alias,ja faz um tempo que meu pai "me matou",subornando muita gente.Lembro das vezes em que eu tentei fugir.E de quantos cortes com tesoura ele fez em minhas costas.E depois,costurou tudo como se minha pele fosse um pano.
Comparando tudo,o braço nem foi nada.
- Voltei.- Disse ele escondendo algo atrás da parede.
Tentei me afastar,mas,ele jogou uma garota em cima de mim.
- Amanhã eu venho,te ensinar para quê serve uma mulher.- A garota parecia com medo,e provavelmente só tinha 12 anos,assim como eu.
- Qual o seu nome? - Perguntei a ela soltando-a das cordas e fita na boca.
- a-a-ju-da...- Ela me olhou com aquele olhar de quem tinha passado pelo terror que eu passo todos os dias.E fica cada vez pior.
A garota era morena,de cabelos ondulados.Seus olhos eram castanhos claros.
A luz se apagou.
- Não! Não! - Ela gritava e se debatia.
- Tudo bem...Eu estou aqui.- Seguro na mão dela.
Eu tenho que salva-la!...
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O Pai (Proximo Capitulo Em Breve)
AcakNoah um garoto aprisionado pela psicopatia de seu pai.Aprisionado e torturado sem observar nada além de uma sala minúscula. Até que certo dia tudo muda,ao encontrar coragem e amor. E uma nova jornada começa,em busca da esperança de uma vida normal e...