Dói, perceber o não dito
Lidar com a falta
Encarar a verdade nua
E escutar os urros dos monstros.
Dói, e não há anestésico
Que te prepara para ingratidão
Ou alivie a sensação de abandono
Nada arranca de dentro
O que veio de fora.
Dói, não receber aquele afeto
Nas proporções que nos doamos
De não ser escolhido, ser deixado
Ignorado e subestimado.
Dói.
Mas a decepção
Cura a ilusão.
Laura Pinheiro
