O Sonho de Sophia | Saga Amores Predestinados Vol. 1 | Disponível na Amazon

Capítulo 4

Não consegui pregar o olho essa noite. Eu estava na rua, certeza. Onde conseguirei um novo lugar para morar? E como vou conseguir dinheiro? Não tenho tempo de encontrar um emprego, nem algum lugar para alugar. Estou perdida.

Amanheceu e no momento em que abri a porta do quarto, Sr. James apareceu.

— Precisamos conversar. — Ele disse.

Respirei fundo e o segui até seu escritório, nos sentamos, ele atrás de sua mesa e eu em uma cadeira de frente para ele.

— Ela quer que você saia dessa casa. — Ele falou o que eu já imaginava, mas que não estava pronta para ouvir.

— O senhor sabe que não tenho para onde ir e meu curso ainda não acabou. — Falei quase entrando em desespero.

— Ela está magoada, é como se você tivesse roubado o lugar dela, roubado a tarefa de ser mãe. — Eu queria ter dado uma resposta bem malcriada.

— Mas eu não tenho culpa! — Quase gritei tamanho meu desespero.

Meus olhos já começaram a lacrimejar, mas eu não iria chorar.

— Eu sei que a culpa não é sua, vamos dar um tempo para ela...

Interrompi-o.

— E enquanto ela tem esse tempo eu moro onde? Na rua? — Perguntei sarcástica, não conseguindo me conter.

— Vou arranjar um lugar para você ficar, um minuto.

Ele se afastou rapidamente, ligou para alguém e logo voltou para perto de mim.

— Já consegui um lugar, é a casa do meu sobrinho. Ele tem uma casa enorme e quase não fica lá, então você vai poder ficar mais à vontade, não precisará cuidar de criança, terá moradia igual tinha aqui, vamos mandar dinheiro para sua alimentação e também para o transporte, já que fica um pouco mais afastado do curso.

Eles eram responsáveis pelo meu almoço, era quase um hotel. Eu tinha direito a café da manhã e almoço, janta não.

Eu não achava ruim cuidar de Oliver, não mesmo. Foi estranho morar com uma família que eu não conhecia, agora imagina morar sozinha com um garoto que eu nunca vi na minha vida, e se ele fosse um assassino? Suspirei imaginando minha mãe gritando pelo telefone e me fazendo a mesma pergunta "e se ele for um assassino?".

— Tudo bem. — Dei de ombros.

Era isso ou rua. Preferi isso.

Fui arrumar minha mala, voltei à sala e Oliver estava ali com sua mãe.

— Você vai embora? — O pequeno me perguntou fazendo uma cara triste. Dei um meio sorriso.

— Vou sim Oliver.

— Ela vem te visitar alguns dias, certo Sophia? — Sr. James me perguntou. Olhei assustada para ele e ao mesmo tempo Sarah o olhou o repreendendo.

— Certo.

Dei um sorriso sem saber ao certo o que falar. Abracei o pequeno e sai, nem me despedi de Sarah. Sr. James me levou até a casa, que era menor que a da família que eu estava, mas ainda assim era maior que o apartamento que eu dividia com mamãe.

— Ele não está aí e acho que chegará só de noite, se chegar. Aqui está a chave e boa sorte.

Entregou-me a chave e saiu andando, mas antes de entrar no carro para ir embora, virou-se para mim.

— Se precisar de algo, me ligue.

Sorriu, voltando e me entregando um papel com seu número. E depois foi embora, agora sem olhar para trás.