3 - Rostos flutuantes

215 58 241
                                    

O coração de Diana foi parar na garganta quando a água se fechou sobre sua cabeça

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O coração de Diana foi parar na garganta quando a água se fechou sobre sua cabeça. Tentou voltar para a superfície, mas era como se algo agarrasse seu tornozelo, impedindo-a de subir.

Ela se debateu, se esquecendo de todas as aulas de natação, o pânico enchendo seus pulmões. Enquanto chutava o que a segurava e reunia forças para dar outro impulso para cima, captou um movimento à esquerda.

Aquilo, a coisa com forma de mulher, parecia deslizar na água na direção dela. Era terrivelmente linda; uma beleza que a fez pensar na morte e no abismo. Os cabelos, enfeitados com rosas negras, se moviam para trás em uma dança hipnótica e os olhos eram negros como um céu obscurecido. Nos lábios, o sorriso de uma serpente traiçoeira.

Quando ela deslizou a mão e roçou os dedos frios em seu rosto, Diana abriu a boca para gritar e engoliu água.

O ar faltou. A consciência ameaçou falhar.

Outro lampejo rápido, outra sombra embaixo da água.

Os olhos de Diana se arregalaram, incrédulos com a familiaridade do segundo rosto disforme nas ondas turvas.

Diego?!

Mãos fortes e quentes envolveram seus braços.

O rosto da mulher macabra e de Diego desapareceram.

Ela tossiu ao ser puxada para cima, expelindo a água dos pulmões.

Seu corpo rolou pela margem do rio, trêmulo e ofegante. Tossia sem parar. Olhou para os lados, pronta para agradecer à pessoa da sua equipe que a resgatara do afogamento.

Mas não havia ninguém ali além dela.

— Diana! — Escutou a voz de Leon ao longe.

Piscou, acostumando-se com a claridade da manhã, a pele arrepiada de frio, as roupas molhadas sorvendo o calor do corpo. Viu Leon, um dos policiais e o perito correndo em sua direção.

— Diana, o que aconteceu?!

— Eu...

O que diabos tinha acontecido?!

Assim que o perito e o policial se afastaram, em busca de algo que pudesse aquecer a delegada, Leon se agachou ao lado dela.

— Você caiu? — Havia uma interrogação na face dele.

— Não. Algo me puxou para dentro do rio. — Ela bateu os dentes, tremendo de frio.

— Algo...?

— Olha, não sei explicar, e agora estou com frio e irritada. Só tente trazer a Tris aqui para ela "ver" o local o mais rápido possível.

Estremeceu ao se lembrar da mulher de beleza sombria.

Diana inclinou a cabeça, encarando as nuvens cheias no céu. Diego. Tinha certeza de que havia visto o rosto dele. Bom, também poderia ser uma ilusão por ter quase perdido a consciência. Faria sentido, afinal, aquela data que tanto odiava estava chegando.

Rosa Negra | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora