Capítulo 2: Me ame bem

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| Chaeyoung

Eu estava quase de saída, apenas aguardando Dahyun passar pela cozinha e pegar ao menos alguma fruta para que não desmaie de fome enquanto estivesse trabalhando. Sentada no sofá da sala, olhando para as paredes de cor clara, sendo a única exceção uma parede vermelha, onde ficava uma porta para a cozinha, ali Momo, Sana e Jeongyeon comiam alguma coisa, imagino ser alguma fruta ou cereal.

Mina passou pela sala, com um vestido simples e ainda descalça, acenando para as três meninas no outro cômodo. Não sei se eu fui ignorada, ou apenas não vista, mas ela não me cumprimentou. Nayeon também apareceu aqui, entrou na cozinha e comeu um pouco do cereal, que eu menti que tinha pouco e Mina nem foi conferir, caiu tão facilmente, fiquei até surpresa. Depois de um tempo, Nayeon entra no porão, saindo com Dahyun e Tzuyu.

— Finalmente! —  Digo me levantando do sofá de um tom de azul claro. —  Achei que não iria sair. Vá comer alguma coisa, eu vou te esperar.

—  Não precisa, pode ir. —  Dahyun diz sorrindo e depois foi para a cozinha.

—  Agora que eu já esperei um tempão, vou esperar o resto. —  Vou até a porta da cozinha e fico encostada no batente da porta.

Dahyun disse que Jihyo estava chamando Momo, ela se levantou e foi até o porão, passando pela porta marrom, é tão simples e óbvio, ninguém imaginaria que ali existem armas e fichas de crimes. Nunca alguém sem ser nós entrou ali, afinal, para que entrariam no porão da nossa casa? Para eles somos apenas mulheres trabalhadoras, o que não está completamente errado, claro.

Decidi descer e ver o que estava acontecendo, não me esqueço da conversa entre Dahyun e Jihyo sobre me colocar junto com Mina para resolver aquele caso. Nunca resolvemos algo juntas, já tivemos ajuda uma da outra em alguns, mas nunca as duas eram as principais.

Uma forma de entender é imaginar cada caso como um teatro real, quem cometeu o crime é o antagonista e a menina que vai resolver tudo, a protagonista, as outras são personagens secundárias importantes. Poderia ser apenas uma peça teatral, mas é a nossa realidade.

Abri a porta e desci cada degrau, sentindo o metal gelado do corrimão contra minha pele quente pelo calor que fazia na sala, graças ao aquecedor. Conhecia aquela casa tão bem quanto me conheço, andar por ela é algo simples para mim. Eu poderia ficar aqui para sempre.

—  Chaeyoung, é bom que você tenha vindo! —  Jihyo falou e se levantou. —  Não deveria estar indo para o trabalho?

—  Eu tenho uns minutinhos enquanto Dahyun se arruma. —  Falei e sorri, sentando na cadeira. —  O que farão hoje?

— Eu preciso terminar de escrever uma música, devo levar o papel da composição ainda hoje.

—  Estou de férias, não preciso trabalhar naquele escritório chato. —  Momo trabalhava na contabilidade de uma empresa, o que não era nada a cara dela. —  Vou ficar aqui, fazendo um monte de nada, descansando para estar muito bem enquanto aperto gatilhos, ou deslizo facas.

—  Vai esperar o cara voltar para resolver o caso? —  Ela fez que sim com a cabeça. —  Eu vou pegar algum, Jihyo? —  Perguntei de provocação, ela não sabia que eu ouvi aquela conversa no dia anterior.

Jihyo olhou para os lados e voltou a se sentar, virando a cadeira para o computador. Ouvi a porta abrindo e uma voz gritando meu nome, era Dahyun, me chamando para ir. Me despedi das meninas e começo a subir as escadas correndo. Vi Dahyun assim que coloquei os pés no primeiro degrau, ela estava com um blusa cinza e uma calça preta, bem simples até.

Saímos da nossa casa, podendo ver a fachada branca simples dela. Ali do lado de fora, era possível observar carros passando e muitas pessoas. Mais um dia começa agora. O caminho pela calçada foi feito como sempre, entre empurrões de muita gente apressada e reclamações.

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