Capítulo 4: Faça como deveria

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| Chaeyoung

Saí da sala onde eu e Mina estávamos conversando com o dono da boate, com a desculpa de mandatos mensagens para uma amiga, mas na verdade estava indo para o banheiro. Desbloqueio meu celular e vejo as notificações, realmente tinha uma mensagem de uma amiga.

Jihyo: A polícia está quase chegando aí
Jihyo: Nayeon conseguiu colocar um rastreador na viatura, eles estão a caminho
Jihyo: Saia daí, eles conhecem vocês duas, é melhor não arrajarem encrenca hoje

Eu não respondi, apenas mandei mensagens para Mina. Voltei para a porta da sala, mas não entrei, apenas me encostei na parede do lado, continuando a mexer no celular. De repente, uma mão com unhas grandes pintadas de branco ficou na frente, me dando um susto imenso.

— Mina, que susto!

— Está devendo alguém? Se assustou tão fácil.

— Pare de bobeira. — Revirei meus olhos depois de desligar a tela do celular.

— O que aconteceu? Saí o mais rápido que pude.

— Nada. — Puxei a bolsa dela e guardei o celular. — Jihyo disse que a polícia está vindo para cá, em poucos minutos já está aqui.

— Isso é ruim?

— Claro! Eles nos conhecem, conhecem Nayeon também, sabem que não frequentamos lugares assim.

— Está bem, vamos embora.

Já estávamos quase na saída, quando Mina se virou um pouco assustada. Ela passou um tempo encarando os dois homens que tinham entrado e eu não estava entendendo nada.

— Eles são da polícia, o outro eu tenho quase certeza de que estava no ônibus que peguei hoje mais cedo. —  Mina sussurrou no meu ouvido, pegando minha mão e começou a andar de novo. — Espero que eles não tenham nos reconhecido.

— Acho que reconheceram, ou não teriam devolvido a encarada.

Soltei a mão dela, apenas andando do seu lado. Ela pegou o celular da bolsa e ligou para alguém, mas continuou andando com passos lentos junto comigo. Pude ver a viatura policial que Jihyo tinha falado estacionada há alguns metros da entrada para a boate, mas não comentei nada com Mina por saber que ela também viu.

A rua estava quase silenciosa depois da boate, estávamos caladas desde que Mina desligou a ligação. Até tinha o barulho de raros carros que passavam por ali, não podíamos ouvir muitos barulhos, também o barulho dos insetos e alguns latidos de cachorros estavam presentes, nada muito além disso. De certa forma, tudo aquilo me remetia a calmaria, uma tranquilidade tão grande quanto chegar em casa e tomar um banho depois de um longo dia de trabalho. Fugia dos padrões matinais e diurnos agitados de Seul, a madrugada deu um novo toque, mesmo que fosse apenas nesta área.

Preciso admitir que trabalhar com Mina não estava sendo tão difícil como eu imaginava que seria. Claro que gosto de trabalhar sozinha, mas ter uma companhia para voltar até nossa casa é melhor, mesmo que não estivéssemos falando muito. Não chegávamos a ser inimigas, óbvio que não, éramos apenas duas colegas de trabalho muito competitivas, mas nunca nos aprofundando tanto em uma conversa para conhecer um pouco mais da outra.

Perguntei das horas para a menina que estava do meu lado, com a intenção de, pelo menos, iniciar uma conversa sobre como o tempo está passando rápido demais, ou devagar demais, dependendo do horário. Mina apenas pegou o celular, o ligou e virou a tela para mim, tudo sem dizer uma palavra. Ela parecia um pouco aflita e talvez até um pouco nervosa, mas imaginei que tivesse sido a conversa com Chung-Ho, já que as palavras dele não eram as mais gentis que já ouvimos.

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