Capítulo 7: Deixe-me ouvir a verdade oculta

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| Mina

Tudo aquilo estava me deixando nervosa. A insegurança prevalecia firme pelas tantas incertezas e dúvidas que dançavam entre meus pensamentos durante o caminho, uma sensação ruim tomava conta de tudo ao redor. Comecei a brincar com o esmalte branco da unha, que já estava descascando desde o início da semana, tentando não tirar muito para não sujar o carro.

Nayeon avisou que deveríamos descer e assim fizemos. Sana foi para um pouco mais longe, enquanto Chaeyoung, Momo e eu ficamos treinando alguns golpes. Em um momento, Momo foi chamada por Jihyo, deixando nós duas sozinhas. A mais nova parecia nervosa, tanto que decidiu não treinar mais, sentando-se na calçada. Observo a garota com um casaco preto e cropped branco mexer brevemente nos fios curtos de cabelos, fico tentada a sentar ao lado dela e, sem resistir, assim o fiz.

Observei a expressão triste de Chaeyoung, pensando se, mesmo depois de como nos implicávamos, poderia ter sobrado um pouco de paixão. Um pensamento estúpido, brevemente apavorante quando finalmente começo a entender meus sentimentos.

— Aconteceu algo? — Pergunto depois de finalmente ter uma conclusão sobre o que faria depois.

— Mina, não me iluda mais do que já fez nos últimos tempos com esse jeitinho preocupado e amoroso. Você mudou de mais, não acha?

Arregalo os olhos surpresa, não esperava tal resposta da garota, o que fez com que eu quisesse descobrir mais sobre o que acontecia. Mas, ao mesmo tempo, milhares de memórias preenchiam minha mente, momentos realmente bons, pelo menos para mim, que fizeram as últimas semanas serem mais do que apenas passar raiva com Chung-Ho. O fato mais curioso, todos tinham a presença de Chaeyoung.

Nunca senti algo ruim por ela, isso é verdade, mas nem por isso sentia algo maior do que empatia e certo carinho. Refletindo melhor, os dias têm sido suportáveis graças a ela e sua presença, todas as memórias positivas estão vinculadas quase unicamente a Chaeyeong. Involuntariamente, sorrio me lembrando do dia depois da boate, quando decidimos passar na padaria aberta vinte e quatro horas mais próxima.

" — Vai querer bolo de qual sabor? — Chaeyoung me perguntou animada, agarrando meu braço e a apoiando no meu ombro enquanto andava.

— Morango com cobertura de chantilly. — Respondo e passo a língua pelos meus lábios, ansiosa para sentir o sabor do doce. — E você?

— O mesmo que você.

Da posição que estávamos, eu consegui a sentir o cheiro forte do shampoo utilizado por ela, tenho certeza que Chaeyoung também poderia sentir o meu. Diferentemente de antes, quando provavelmente a afastaria, tudo o que eu mais precisava era de seu abraço depois de ouvir tantas maldades de um ser só.

Quando a luz branca e o letreiro colorido da padaria começaram a aparecer, a garota de afastou, fazendo com que eu sentisse certa falta de seu toque. Balancei a cabeça para afastar tais pensamentos, me repreendendo logo em seguida.

Podia ouvir Chaeyoung conversando com a atendente, que parecia ter mais ou menos nossa idade e usava o uniforme do lugar. Senti que a conhecia de algum lugar, mas reparo que ela já foi uma paciente com anorexia depois de muito tempo, a menina estava diferente, havia ganhado peso e um aspecto saudável ainda estava com ela, fiquei feliz de ver sua evolução. Quando ela traz nossos pedidos, também me reconhece, fazendo um agradecimento rápido e eu fiz questão de dizer que não era preciso.

— De onde vocês se conhecem?

— Ela era minha paciente. — Dou a primeira garfada no bolo, apreciando o sabor doce e cremoso do chantilly.

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