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Erin.
Acordei com Ethan chorando e pulei da cama, assustada, porque ele raramente chorava daquele jeito logo pela manhã. Corri do meu quarto para o dele, estava de pé no berço e com os dois dedos na boca. Seu rosto estava molhado, manchado com as lágrimas e seus olhinhos me deixaram amolecida logo cedo.
— Ah, seus dentinhos estão doendo. Mamãe entende, meu amor. — Peguei-o no colo e beijei sua testa. — Sei que está coçando. — Verifiquei se ele estava com febre e parecia que não, mas eu sabia que era uma questão de tempo. Para acalmá-lo, me sentei na cama para amamentar.
Ethan parou de chorar e eu fiquei com ele em meus braços, admirando a sua beleza. Ele era perfeito e felizmente, parecido comigo. Não tinha nada do seu doador de esperma e esperava que a personalidade passasse longe.
Paul e eu namoramos por seis meses antes que eu engravidasse. Não passamos para o passo de conhecer nossas famílias, fizemos alguns amigos em comum e eu não podia dizer que fiquei super apaixonada. Gostava muito dele, dos nossos momentos, de tudo que nos divertimos juntos, nas noites no meu apartamento alugado próximo ao campus e o sobre o quanto ele tinha uma bela visão do futuro.
Estava iludida por um sorriso bonito e com o tempo, percebi que ele fazia coisas realmente desagradáveis comigo. Foi sútil. Abusivo com um sorriso no rosto. Quando engravidei, não me dei o trabalho de lhe dizer. Voltei a morar com o meu pai porque fiquei insegura de ficar sozinha. Quando Ethan nasceu, me deu pânico de criar o meu bebê sozinha e ao mesmo tempo, eu tinha que me assegurar que o Paul não fizesse parte das nossas vidas.
Algumas semanas depois do nascimento, enviei um documento para que ele renunciasse à paternidade. Ele assinou sem nenhum problema ou qualquer palavra trocada entre nós. Fiquei bastante magoada porque meu filho era a pessoa mais importante da minha vida e por seis meses, Paul e eu éramos um casal e ele não tinha coração. Ele era um homem que foi capaz de me machucar tão profundamente que levou semanas para que eu pudesse me recuperar.
Assim que ele terminou de mamar, levei-o para cozinha comigo porque estava muito mais cedo do que precisava acordar e decidi aproveitar para fazer um café da manhã caprichado para nós dois. Fiz panquecas, um café preto bem forte e dei ao meu menino agitado uma banana com aveia, deixando que comesse biscoitos sozinho. Ele esfregou por todo lugar enquanto comia com a calma que eu não conseguia todos os dias.
Tomei banho junto com o Ethan, ele estava um pouco enjoado, chorando atoa e sabia que os seus dentes rompendo estavam incomodando. Me vesti com ele rodando pelo quarto, pegando seus brinquedos e espalhando. Fiz a minha maquiagem e peguei minha roupa separada e passada: uma calça envelope preta, sapatos de saltos médios para baixos e uma blusa branca de gola alta com um terninho.
Arrumei a bolsa dele para ficar na creche do meu trabalho e a minha bolsa. Para biblioteca, ia trabalhar de carro, porque ele tinha direito a ficar na creche que a empresa terceirizada que eu trabalhava fornecia para as mães. Mesmo que o meu emprego fosse apenas de meio período, eu tinha muitas esperanças de que me efetivassem para uma vaga melhor e que ganhasse mais.
— Vamos embora, menininho. — Beijei sua bochecha, colocando-o na sua cadeirinha, todo agasalhado e dei seu Homem-Aranha de borracha, que ele mordia com aflição, tentando coçar os dentes a todo custo.
Dirigi com cuidado porque estava tudo molhado, meio escorregadio e estacionei na vaga costumeira, saindo com o Ethan e as bolsas.
Parei na creche com os braços tomados e o coloquei no chão, no tapete de brinquedos e o grito de protesto chamou atenção das outras crianças.
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Prontos Para o Amor
Roman d'amour[DEGUSTAÇÃO] Uma doce história de amor envolvendo dois desconhecidos, de lados opostos da vida, que se encontram e descobrem que para amar, basta estar com o coração aberto. Erin era uma jovem mãe, estudante, batalhadora, com força e garra para cons...