[1] jimin

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Rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?
(Paulo Leminski)

🌙

Estávamos no avião, faltava algumas horas para finalmente, chegarmos em Paris, um dos meus irmãos mais novos, estava sentado ao meu lado enquanto o mesmo assistia um desenho no aparelho do automóvel. Passei os dedos sobre os fios negros do meu cabelo e suspirei fundo, antes de sairmos de casa, meus pais deixaram um trilhão de avisos de que não deveríamos causar o caos em Paris, e como sou um bom filho, era a coisa mais estupida deles me dizerem. Afundei o corpo na cadeira desconfortável do avião e enfiei uma das minhas mãos no bolso fundo da calça. Acabei acompanhando o desenho com o meu irmão até o fim da viagem.

— Vem, meninos. – Foi o que minha mãe disse assim que conseguimos pegar as malas na esteira do aeroporto. O sorriso no rosto dela deixava bem claro a felicidade em estar na cidade dos sonhos dela. Todos nós fomos a caminho do hotel, e enquanto isso, no carro, coloquei os meus fones que tocava uma música qualquer do Cage The Elephant.

A cidade parecia mais bonita a cada vez que eu olhava, deixei que meu corpo se abaixasse um pouquinho na janela do carro para que talvez pudesse ver mais, o que foi falho. Depois de alguns minutos, chegamos ao hotel e eu acabei ficando num quarto sozinho, o que era incrivelmente bom, com as malas na minha cama, olhei ao redor do mesmo e abri a sacada para me apoiar sobre a beirada para assim olhar para metade da Torre Eiffel que aparecia. O vento gélido bateu sobre meu rosto meio pálido e eu decidi ligar para o Yoongi que atendeu rápido.

— Ei, ei, Paris-boy. — O garoto disse animado o que me fez gargalhar, deslizei o dedo para poder trocar a câmera e que ele pudesse ver a mesma visão que eu.

— Já pensou, hyung, eu e você em Paris?

— Eu com certeza iria procurar um francês rico pra me casar, que o Taehyung me perdoe por dizer essas palavras. — Agora quem riu foi ele, dava para ver a xicara de café na escrivaninha e o seu gatinho deitado do lado dele, meu deus, como eu amava aquele gato.

— Deixa de ser bobo, eu estaria te levando pra gente conhecer todos os pontos turísticos.

— Você é chato.

Revirei meus olhos para o de cabelo verde e mostrei o meu belo dedo do meio que foi retribuído da mesma forma segundos depois. Me despedi do mesmo, porque já tinha prometido pra mim mesmo que iria ver a cidade está noite, dei alguns leves passinhos pelo quarto e caralho, eu estou em Paris. Comecei a cantarolar uma música enquanto andava ao banheiro para tomar um banho e sair. Após escolher uma calça jeans e um moletom cinza, já que a temperatura havia caído um pouco, avisei meus pais e assim, logo, sai do hotel com os cabelos ainda meio molhados. Havia muitas pessoas na rua e meus olhos arregalados capturavam tudo como se fosse uma câmera fotográfica, a estrutura da cidade me deixava eufórico. Foi quando avistei uma lojinha que havia uns discos e cd's na vitrine e eu juro, meus olhos devem estar brilhando agora.

Sem enrolar, adentrei pela porta automática, na loja tocava ''Crazy - Gnarls Barkley" bem baixinho, o atendente mascava um chiclete e me deu um leve aceno, havia vários discos e alguns chaveiros numa parte da loja, o que era muito fofo, além de ter algumas revistas também. Deslizei os dedos por cada disco que estava separado em gêneros, havia alguns que eu nem conhecia, por isso, fui andando enquanto procurava algum gênero que me agradasse porém, mesmo imerso ao meu mundo, os meus olhos foram automaticamente guiados para um cabelo laranja. E eu nunca havia visto alguém com uma cor tão forte de laranja como aquela, reparei que o garoto estava na parte das revistas, com uma que parecia falar sobre divas do pop na mão, deixei que meus olhos percorressem por seu corpo, pela jaqueta de couro, os jeans apertados e suas botas. 

CHAOS IN PARIS • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora