*Ciano*Fomos à sala de O2 e retiramos nossos capacetes. Os cabelos negros de Rosa se soltaram sem intensões. Percebi que estamos sós, por isso comecei a desembuchar:
— Sabe no que estou pensando? — Ela vira-se. — Que um beijo de algum modo consegue aquecer todo o corpo.
— O que quer dizer com isso?
— Acho interessante essa curiosidade. Queria saber se os outros cosmonautas utilizavam esse método aqui em Polus.
— Ciano, eu gosto de você. Mas não tô pronta para esse passo. Não com você. Desculpa.
— O que? Como assim?
— Eu sei o que você quis dizer.
— Sério? Eu não sei o que você está tentando dizer.
— Esquece. Só não vai rolar.
— Você está achando...
— Acabou Ciano.
— Então tá. Desculpa pela invasão de privacidade — digo saindo enquanto resmungava.
Aconteceu uma coisa bizarra na sala de O2. Já se passaram três dias e ainda estou me corroendo por dentro! Sabia que não deveria dizer aquelas coisas. Agora o clima com a Rosa está esquisito. Por isso é ótimo ficar só: você evita remorsos.
*Rosa*
Não estou entendendo. O Ciano começou a me evitar, e sempre que eu passo por ele, fica revirando os olhos. Mas também não pretendo falar com ele:
— Ciano! — O alarme dispara.
— Os reatores dispararam! Preciso de uma pessoa em cada lado! — Vermelho
*Ciano*
Droga, a Rosa vem falar comigo!
— Ciano! — O alarme dispara.
— Os reatores dispararam! Preciso de uma pessoa em cada lado! — Vermelho
Fomos em direção a um dos dois reatores. Mas enquanto estavamos correndo, as luzes que iluminavam as áreas exploradas se apagaram. Todos entraram em desespero. Eu corri em direção a elétrica e vi o Laranja encolhido perto do interruptor. Eu liguei as luzes e segurei o Laranja pelo traje.
— O que pensa que está fazendo?!
— Eu não fiz nada! Eu juro! — Laranja.
— Por que desligou as luzes?! Por que?!
— Não fui eu. Socorro!
— Cala a boca!
— O que está havendo aqui?! — Vermelho.
— Pessoal! O Branco está morto! — Marrom.
— Não! — Rosa
— Tem dois impostores conosco Vermelho! Ele apagou as luzes para que a gente não visse! — digo perfurando o laranja com meus olhos.
— Não fui eu! Eu juro! — Laranja.
— Mas faz sentido! — Azul.
— Então o que você estava fazendo aqui sozinho?! — Eu.
— Solta ele Ciano! Vamos para o laboratório agora!
Laboratório
— Esta missão está cada vez mais séria do que eu pensei. Duas pessoas foram mortas. E temos um responsável provável. — Vermelho.
— É sério, não sou eu. — Laranja — Confia. Confia em mim Vermelho!
— Cala a boca! — Marrom
— Então, como eu ia dizendo, não dá mais para ignorarmos o fato que tem um impostor entre nós.
— Após dois assassinatos, você repara. — Eu.
— Precisamos fazer decisões. — Vermelho.
— Decisões. — Roxo bufa.
— E se a gente votasse? — Preto ergue a mão.
— Ótima ideia. — Roxo.
— Mas um voto pra quê exatamente? — Rosa.
— Para decidirmos quem é o suposto impostor. — Preto.
— Então que seja. Teremos apenas uma chance para votarmos em alguém. — Vermelho.
— E se eu não quiser votar? — Roxo.
— Poderão ter essa opção.
— E o que faremos quando acharmos o suspeito? — Marrom.
— Vamos prendê-lo na nave. — Vermelho.
— Não faz sentido. — Preto.
— Como assim não faz sentido? — Vermelho.
— Pense comigo. Por que prenderíamos alguém que tem a possibilidade de ter matado cruelmente duas pessoas?
— Porque é mais seguro. — Rosa.
— Estaríamos confiando no assassino em ficar só.
— Faz sentido. — Roxo.
— Não. Vocês querem matá-lo?! Não vou permitir que façam isso. O que vão pensar de nós se fizermos isso?! — Vermelho.
— É preciso! — Azul.
— Não! — Vermelho.
— Não façam isso pessoal! Ainda não temos certeza. — Rosa.
— Alguém vota no laranja? — Roxo.— Parem já! — Vermelho segura os braços do Laranja.
— Temos o direito de votar. Então, quem vota em matar o laranja? — digo enquanto todos levantam as mãos, exceto o Vermelho e a Rosa. — A maioria vence.
— Eu voto no Preto — diz o Laranja, me fazendo olhar para o Preto. Tentando entender o motivo deste voto inútil.
— Cinco contra três. — Marrom.
— Até você Ciano? — Rosa pergunta quase chorando.
— Rosa, pense no que eles fizeram com sua amiga. É a sua oportunidade. — Eu.
— Parem agora! Eu ordeno! — Vermelho grita desesperadamente irritado.
— Senhor, se fosse o estuprador de sua filha não o mataria? — diz o Preto caminhando.
— Mas ele não é um estuprador! E como sabe que tenho uma filha?
— Filha? Cosmonautas devem evitar ter filhos, sabia? — Marrom.
— O que irão fazer comigo? — Laranja.
— Iremos fazer justiça. — Verde.
— Justiça? O que estão fazendo é primitivo! — Vermelho.
— Nada mais importa agora. — Preto puxa um bisturi da mesa.
Esperem! — diz o Vermelho repetidamente. — Não é seguro executarem ele. — Azul revira os olhos. — Não aqui.
O que disse?! — Laranja.
— Tem um pequeno penhasco ali.
— Se é pequeno, então não serve.
— Vão entender quando levarem ele até lá.
— Vamos. — Verde
Agarramos o Laranja pelos braços e pernas e o carregamos até o penhasco. E todo o caminho ele gritou.
— Não! Eu tenho família!
— Eles também tinham seu desgraçado! — Marrom.
Quando nos aproximamos do penhasco, vimos uma grande chama. Oi melhor dizendo, magma. Então todos o entenderam o que o Vermelho disse.
— Por favor! — Essa foi a última coisa dita pelo Laranja. Apenas podíamos ver milhares e milhares de fagulhas de fogo subindo a superfície.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMONG US •ENTRE NÓS•
Mystery / ThrillerUm grupo de cosmonautas cruzam o espaço na nave The Skeld rumo ao planeta Polus! Porém, cada um deles possui particularidades e segredos. Alguns um tanto banais. Outros fatais. Tudo começou a despencar quando um dos tripulantes foi assassinado. Se e...