[ V ] ⠀† ⠀𝗻𝗼𝗶𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗮𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮𝘀 𝗻𝗼 𝗰𝗮𝘀𝘀𝗶𝗻𝗼, quinto ato.

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"A humanidade não se divide entre
heróis e tiranos. As suas paixões, boas e
más, foram lhe dadas pela sociedade,
não pela natureza."











CAPÍTULO CINCO




[ Jennie acordou em um sobressalto.
Ela viu o relógio na decoração do quarto de hospital,
já havia passado das 04:30.

Um silêncio mortal prevalecia nos
corredores,
como se não tivesse nenhum paciente ou funcionário perambulando ou simplesmente
respirando ali. ]




Essa sensação era nitidamente falsa. Haviam vários enfermeiros, médicos, cirurgiões, recepcionistas e uma multidão de pacientes na espera de atendimento. O diabo percebeu que, de alguma forma, injetaram algum tipo de sedativo nas suas veias. Não demorou muito para que arrancasse todos os fios que estavam presos em seus braços.

Indo em direção a janela, Jennie apenas saiu sorrateiramente como se não estivesse há vários metros longe do chão. O anjo caído não tinha preocupações com morte iminente ou feridas que não pudessem cicatrizar em pouco tempo.

— Sinto muito, doutora. Eu me dei alta desde ontem, você não me ouviu? — Resmungou para si mesma enquanto aterrissava no gramado.

O diabo escolheu um carro aleatório na rua e ordenou que o dono saísse. Então seguiu seu caminho até a casa que havia comprado antes de desembarcar. Muito embora ela pudesse apenas usar a hipnose, gostava de brincar com o dinheiro mundano de vez em quando. Fazia tudo quase sempre por mera diversão. Nada era tão importante, mas tudo era insignificante.

Ao chegar na mansão Clair de lune, Jennie foi recebida por Nikolai. Ele trabalhava há anos como mordomo da casa, então ela decidiu mantê-lo por perto e fazer bom uso dele.

— A senhorita seria Kim Jennie? É um prazer recebê-la! Eu sou Nikolai Velack. Gostaria de conhecer todos os aposentos?

— Posso perguntar o porquê a mansão recebeu um nome francês, Nikolai?

— Aparentemente a família Vlastov gostava muito da França, senhorita. Eles visitavam o país mensalmente.

Não que o diabo não soubesse, mas aquele foi o tempo perfeito de avaliar se o rapaz poderia ser facilmente hipnotizado. E a resposta foi um grande sim!.

Jennie o encarou profundamente até que as pupilas dele ficassem dilatadas. Então entoou:

— Você vai obedecer qualquer coisa que eu te disser para fazer. E não vai lembrar de nada que acontecer nesta mansão ou que seja ordenado à você, sequer vai falar quando não for solicitado. Entendeu bem? — Seu riso malicioso se alargou à medida que as palavras saíram.

— Sim, senhorita. Farei tudo que mandar sem hesitar e serei como um túmulo.

A voz de Nikolai parecia mecânica e forçada, sua parte consciente não estava mais lá e apenas restou o novo pau mandado do diabo.

Após deixar o rapaz na sala de estar com um olhar perdido e distante, tão silencioso como um cemitério, Jennie resolveu tomar um banho e ir atrás de alguma bebida forte. Suas feridas já haviam cicatrizado sozinhas desde que saiu do hospital. E pensar que os médicos ali queriam prendê-la no quarto e verificar a sua sanidade mental. A cena do bisturi deve ter deixado uma grande impressão, talvez ela devesse apagar isso da memória deles.

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⏰ Última atualização: Jul 04 ⏰

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