[ IV ]⠀† ⠀ 𝗼 𝗰𝗼𝗿𝗽𝗼 𝗲 𝗮 𝗮𝗹𝗺𝗮 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝗺, quarto ato.

1K 120 204
                                    





O ódio provoca dissensão, mas o amor
cobre todos os pecados.







CAPÍTULO QUATRO


[ A cidade de Rostov era como um centro comercial amplo e gélido. Assim que o navio atracou, a polícia russa adentrou para investigar a morte do casal de criminosos.

E todos os passageiros foram proibidos de descer, exceto por uns milionários que ainda conseguiram comprar alguns oficiais subalternos.

E o diabo não ia ficar e acompanhar o desfecho, parecia mais um homicídio seguido de suicídio. E eles nunca chegariam a outra conclusão. ]






Quem diria que o próprio diabo seria revistado na entrada do porto? Era um procedimento natural, mas Jennie pensou que deveria ter saído sem ser vista. Optou por andar como uma pessoa comum e foi submetida às regras humanas. Podia se livrar daquele segurança e de todos os outros, mas seria trabalhoso e chamaria atenção desnecessária. Por fim, ela se decidiu por apenas ficar parada enquanto fingia desinteresse.

— E então? Encontrou alguma prova que seja incriminadora? Caso tenha encontrado, eu tenho dinheiro o bastante para comprar seu silêncio. — Desdenhou, observando o homem com desprezo.

— Vocês ricos são todos iguais. — O segurança respondeu, tão baixo que mal podia ser ouvido.

Outro homem ao lado dele fez um som audível de "tsc!" e cuspiu no chão como se desprezasse toda a classe milionária do país. O diabo sorriu.

— Sabe, eu posso te ouvir resmungando na sua mente e fora dela. Se odeia tanto esse emprego e ter que lidar com esse tipinho, por que não usa essa arma na sua cintura? — O demônio incitou, suas íris brilhando de malícia e poder.

O segurança que estava de lado se virou de forma brusca e franziu o cenho. Na farda azul-esverdeada que ele vestia estava escrito "Vasily" (Василий) e abaixo o brasão russo.

— Foi com você mesmo que eu estava falando, Vasily. Por que não atira em mim com essa arma de brinquedo que vocês carregam? Se você quiser, eu tenho uma de verdade.

— Deveria respeitar os habitantes de outro país, estrangeira. Não ache que pode chegar aqui e sair causando bagunça na cidade, a punição na Rússia não é leve como nos outros lugares. — Um oficial se intrometeu na conversa, carregando uma arma verdadeira e mantendo seu olhar firme e mortalmente sério.

Jennie começou a se entediar com aquela conversa fiada, tinha outras coisas melhores para fazer ao invés de ficar bancando a boa estrangeira e seguir a legislação russa. Na mente de Vasily, ela começou a sussurrar até que as mãos dele tremessem. O homem ficou desnorteado e caiu no chão, balbuciando palavras incoerentes e perdendo o fôlego a cada respiração.

— O que está acontecendo?! Algum médico está presente? — O oficial se precipitou para ajudar e foi até o homem.

Outras pessoas se amontoram ao redor dele e aparentemente nenhuma delas havia cursado medicina ou sabia o que fazer na situação. Vasily começou a arregalar os olhos, as veias ficando arroxeadas como se estivesse sufocando. Sua boca espumou e o corpo se contorceu de dor, os ossos pareciam quebrar com barulhos estranhos e ruidosos. Até que ele desmaiou, parando de se debater e ficando totalmente imóvel.

 † Hellfire †Onde histórias criam vida. Descubra agora