Uma mera empregada

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Jurema ponderou sobre à oferta, enquanto terminava de organizar as últimas malas de sua senhoria.

— Os Fontaine são muito bem-educados, e seriam ótimos patrões, acredito eu, que tu te darás bem trabalhando para eles. – Foi à vez da jovem Madelaine comentar. — Ademais ganhará à desculpa de estar sempre de olho em Phillip, que devo dizer é um rapaz muito bem-apessoado, se é que me compreende. – Ela deu uma de suas risadinhas nada discretas, e abriu um sorriso acintoso direcionado à Jurema.

— Isso é o tipo de coisa para uma dama dizer Madelaine? Tenha modos! – Repreendeu Joshephine incrédula com à falta de escrúpulos da filha.

— Perdoe-me mamãe. Mas ainda sim não há como negar, ele é deveres estonteante.

A Bennet mais jovem, tomou o devido cuidado de sussurrar à última parte, para que fosse audível apenas por Jurema.

— Realmente agradeço pelo que estão fazendo por mim, mas vosmecês não deviam incomodar-te com isso! – Expremiu Jurema, encabulada. — Eu creio que logo encontrarei outro trabalho digno, além de ...

— Deixe de cerimônias, querida! Stuart e eu já tivemos o prazer de enviar uma carta de recomendação de nossa melhor serviçal.

— Sra. Bennet, mas ...

— Sem mais palavreado! Você irá começar amanhã mesmo sua fase de aprovação, é provável que o mordomo da família irá cuidar de tudo, César, se estou bem de memória. – Joshephine encaixou cuidadosamente um formoso chapéu, adornado de flores e fitas ao topo de sua cabeça, antes de se dirigir a porta do quarto já quase que inteiramente vazio. — Agora, devemos nos apressar, pois o trem já há de partir.

Jurema sem muitas opções, apenas concordou com à mesma, e seguiu pelos corredores da mansão, terminando os preparativos para a partida.

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Os Bennets eram uma das famílias mais ricas e renomadas que residia na pequena Alsace. Residiam, na verdade, pois naquele exato momento estavam de mudança.

Eles planejavam ir para à América, em busca de expandir os negócios para aquele continente tão convidativo, recheado de promessas e oportunidades. Além disso, Madelaine, estava a caminho de conhecer seu mais novo pretendente e quem sabe futuro marido, até porque durante a viajem teriam à oportunidade de se conhecerem profundamento, pelo tempo que estariam confinados no navio enquanto cruzariam o Atlântico.

Porém, nem todos estavam satisfeitos com à notícia, especialmente à pobre Jurema.

Com seus cabelos rubros, num ruivo estonteante, não muito comuns naquela província. Ela já nem poderia mais enumerar o tanto de vezes que sua cabeleira alaranjada fora motivo de menospreso e escárnio, juntamente com as pequenas manchinhas espalhadas por todo seu rosto branquelo. Muitos diziam que Jurema não era nada atraente para os padrões harmônicos de uma mulher em comparação ao das belas damas espalhadas pela cidade.

Jurema Belmont definitivamente não era uma moça para se unir no sagrado matrimônio.

À mesma não possuía o espécime de uma esposa digna, não apenas por sua beleza excêntrica — ou falta dela, como pensava. Mas também, por conta do sua origem humilde e desprovida de classe e fineza, que lhe fez uma pessoa não muito delicada, além de diligente.

Uma mulher quase que totalmente independente, um verdadeiro escândalo.

Quase.

Visto que ela tinha pessoas para com quem se preocupar, ao invés de ocupar-se com casamentos.

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