Perlê di Amore

Prológo - Os nobres Fontaine's

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Já se perguntou, alguma vez, quantas histórias um único lugar tem para contar?

Você entra na cafeteria para ler seu livro e tomar seu café, mas não sabe a história que as paredes podem lhe dizer sobre cada tijolinho. Quantos sonhos foram colocados ali, quanto esforço, choro e até mesmo amor.

Sim, o amor.

No interior da França, há uma cidade de nome Alsace. Você já deve ter ouvido falar de seus imensos vinhedos. Mas nada chama mais atenção em Alsace quanto o casarão amarelo da família Fontaine. Sua aparência imponente não deixa dúvidas de que ali, já se encontraram os nobres de maior requinte que já residiram na França. As melhores festas, os melhores banquetes.

Seu anfitrião era conhecido por sua firme postura. Seu bigode volumoso e seus cabelos grisalhos. Não havia nenhum lugar que sua gargalhada pomposa já não tivesse ecoado. Todos Conheciam Edward Fontaine, e devo dizer, não devo ter conhecido nenhum morador sequer que não gostasse do mesmo, sempre trazendo alegria e descontração por onde passasse.

Tentava levar seu vinhedo e sua vida familiar na mesma compostura, porém Margareth Fontaine não escondia em mostrar que uma vida boa era representada por jóias, vestidos caros e festas de renome.

Na verdade ela não costumava se esconder. Margareth era alta, seus olhos verdes penetravam no mais fundo coração. Seus cabelos levemente dourados, já pela idade, sempre presos em um firme coque, não deixava sua fina aparência ficar escondida sob nenhum holofote. Todos na cidade tinham um enorme desafeto por sua pessoa, bem diferente de como adoravam Edward, alguns até se perguntavam como terminaram juntos, porém está é uma história para ainda outra hora.

Para Margareth os costumes da família e seu alto status na hierarquia social da época era apenas o que mais importava.

No grande e vasto jardim da propriedade se ouviam passos rápidos. Eram Edward e Phillip. Seu único filho.

O mais velho, sempre procurou ensinar ao seu filho sobre ser livre, respeitoso e honrar com os deveres de um homem. E como de costume, o ensinava desde cedo como administrar um vinhedo. Afinal, ele seria o único herdeiro. Era seu doce homenzinho de espírito aventureiro e curioso sobre o mundo.

Entretanto, o tempo pode ser cruel, as vezes. E esse tempo chegou para Edward, deixando seu vinhedo e a adorada casa de cor amarela. Sua esposa nunca se interessou por tais assunto, de modo que, logo tudo se perdeu, quando este, viera a falecer, seguindo o inevitável ciclo da vida.

Após sua triste partida, hipotecas não foram feitas, fornecedores foram ficando nervosos e o amarelo do enorme casarão foi desbotado pelo tempo. Até que a chegada da maioridade de Phillip viera a tona, e com ela a responsabilidade e a missão de continuar a história de seu pai.

— Agora meu filho, tudo isto fostes seu! – disse Margareth. — Tu já sabes, que teu dever é restaurar o nome dos Fontaine. Olhe meus vestidos, estão desbotados, ralos. Todos da cidade já os tem. Sou a mais importante, não posso andar aos trapos!

— Mamãe! Como a senhora consegue pensar em vestidos numa hora destas? Precisamos focar em pagar os poucos funcionários que nos restam. Logo não sobrará ninguém nessa casa além da senhora e eu!

— Precisamos casa-lo o mais breve possível, isto sim! Fiquei sabendo que a família Hampshire veio morar em Alsace. Vieram da Inglaterra cansados da vida dos negócios. Possuem uma grande fortuna! Vamos fazer uma baile! Isso! Ótima ideia! — Margareth andava, falava e gesticulava ao mesmo tempo. Seus olhos sempre atentos a tudo ao seu redor.