O COMEÇO DO OBSCURO ARCO-ÍRIS
Todos nos temos um lado obscuro, um lado cheio de segredos que nos faz pensar em como a vida é e em como podemos lidar com isso. Não é como se a vida fosse perfeita de forma alguma, é como se todos tivesse algo para lutar e no final saborear a vitória mas também algo para esconder nas mais profundas tristezas que um dia já tivera e chorar escondido por algo não conquistado.
Ser próximo de mais a alguém estava longe de ser uma das coisas essenciais para Lula Molusco o silêncio de sua casa era seu maior refúgio e mesmo que o som alto do vizinho o incomodasse demasiado ele ainda contava ate dez e suspirava pesado.
Fazia exatamente um mês que Bob havia se mudado, seu passatempo preferido era ir com o amigo Patrick ao aquário da cidade ver as águas vivas, ver seu programa favorito do Homem Sereia e o Mexilhõzinho e as vezes uma vontade súbita de espiar o vizinho. Bob gostava de chamá-lo de Lula cara fechada, nesse meio tempo nunca o viu sorrir, mas sempre o escutava tocar e aquilo acalmava seu coração e todo seu sistema nervoso provocando-lhe arrepios e sonhos agradáveis durante a noite.
Lula respirou fundo mais uma vez adorava música, mas aquele tipo não lhe agradava largou o pincel de pintura pela milésima vez analisando a tela em branco percebendo um grande bloqueio criativo, tirou as roupas e entrou no banheiro deixando a água gélida molhar os cabelos e todo seu corpo causando um choque térmico.
Do outro lado Bob dançava em seu quarto sentindo a brisa entrar pela janela enquanto acompanhava a letra da música alta, sabia que não era um bom cantor, mas pouco se importava com isso. Olhou pela janela e se deparou com a janela vizinha aberta mesmo com pouco tempo que morava ali já se sentia íntimo do homem – pelo menos para ele era assim – Deu um passo à frente afim de chamar o amigo para uma conversa mas seu corpo travou ao vê-lo seminu.
Lula caminhava com a toalha presa a cintura enquanto a outra enxugava os cabelos, Bob sentiu a respiração falhar e pulou para o canto se escondendo entre as cortinas, seus olhos analisou o homem de cima a baixo o corpo levemente malhado o que o surpreendeu já que não imaginava que o mesmo seria adepto a exercícios, os cabelos balançando de acordo com a toalha o deixando mais sensual e quando ele se virou e deixou a toalha deslizar por suas pernas deixando sua bunda a mostra Bob sentiu que estava quase a sofrer um ataque cardíaco.
Sabia o quanto era errado ver o amigo em sua intimidade mas era tarde de mais para sair dali, sentiu seu corpo reagir a todas as formas imaginais suas pernas bambas, as pupilas dilatadas, o sangue correndo rápido pelas veias, o suor frio, poderia dizer que estava dente se não fosse pela excitação presente entre suas pernas. Lula vestiu sua cueca e em seguida o moletom, esticou as costas e então desceu as escadas, Bob precisaria de alguns segundos para se recuperar, mas o que de fato sabia era que aquela imagem jamais sairia de sua cabeça.
No dia seguinte – depois de bons sonhos – Saiu de casa rumo ao trabalho, Lula estava bem a frente, mas depois vê-lo de costas e imaginá-lo nu achou melhor seguir sozinho dessa vez.
Por outro lado, Lula se sentiu estranho. Estranho pelo fato de estar só, não que isso era ruim, mas já havia se acostumado com o jovem loiro irritante e mesmo que não admitisse em voz alta gostava dele, gostava da forma com que lidava com a vida e gostava que ainda que magoado ele sorria alegremente por ai. O fato é que Bob havia conquistado algo em Lula algo que ele nunca teve por alguém que não fossem artistas famosos. Admiração.
No restaurante nada havida mudado se não fosse o silêncio de Bob que hoje estava distraído ao ponto de deixar o hamburguer queimar.
– O que é Bob Esponja esse hamburguer está queimado o cliente está reclamando – Lula entrou pela cozinha jogando o prato ao lado da pia e cruzando os braços – O que foi o gato começou sua lingua?
Bob estava corado, paralisado, vislumbrado.
– Eu vou ajeitar isso – Riu nervoso – D-Deixe comigo.
– Acho bom porque não sou pago para aguentar cliente reclamando – Suspirou passando as mãos nos fios jogando-os para trás.
Bob jurou que ele fazia em câmera lenta, jurou que ele era lindo e jurou mais ainda que sua calça começara a apertar.
– Acorda Bob Esponja! – Ele estalou os dedos.
– C-Certo – Bob piscou algumas vezes e se recompôs preparando novamente o pedido na chapa quente.
No final do dia nada as mesas já estavam vazias e os dois homens estavam a limpar e organizar o restaurante para o dia seguinte, enquanto Lula limpava as mesas Bob esfregava o chão o olhando de canto de olho.
– O que é? – Lula perguntou o assustando.
– O que? – Disse desentendido.
– Acha que não percebi você me olhando o dia todo? – Lula cruzou os braços franziu o cenho e o encarou – Desembucha.
– Bom é que – Bob mordeu o lábio inferior buscando algo que não fosse o olhar dele – Você nunca sorri?
– Só quando necessário, quando a piada realmente tem graça ou quando preciso de usar do sarcasmo – Sorriu de canto – Como agora.
– Por que não sorri Lula Molusco? – Bob tombou a cabeça para o lado.
– Por que a vida não é brincadeira, você leva as coisas dessa forma e ela vem e te destrói, te arranca pedaços e depois você tem que seguir do zero – Aproximou-se o jovem loiro olhando-o de cima – Sorrisos são para idiotas que acreditam na verdadeira felicidade.
– E você não acredita? – Por mais que Bob estivesse se sentindo a menor pessoa do mundo precisava e queria saber mais dele.
– Não mais – O olhar antes duro e frio agora tomava um tom de tristeza – Vamos acabar logo com isso quero ir para casa.
Se afastou dele voltando a limpar as mesas.
O caminho de volta foi silencioso assim como o dia, não entendia bem o por que da pergunta e nem queria questionar mas não podia negar que sentia falta do Bob alegre que ficava o enchendo durante toda a volta para casa, sentiu-se mal pelo que havia falado mas não se desculparia seu orgulho era maior que isso e continuaria achando que o que foi dito foi certo.
Chegou em casa e sem grandes delongas adentrou o cômodo frio e solitário, suspirou pesado sentindo sua barriga roncar. Subiu para um banho quente quando viu a luz do vizinho ser acessa e, como se fosse um adolescente prestes a espiar a casa do lado se encolheu entre a escuridão observando o jovem loiro do outro lado, de inicio o viu encarar a janela solitária meio aberta mas depois balançou a cabeça girando os calcanhares e pegando a toalha, Lula se sentiu ridículo com aquilo ele era quase uma criança e se sentiu totalmente errado com o que fazia até notar ele somente de toalha vasculhando a cômoda atrás de roupa, seu corpo paralisou ali, já teve relacionamentos carnais nada sério mas sim já tivera mas ao ver toda aquela inocência, a pureza em seu olhar, o jeito alegre e despreocupado, tudo isso o fez sentir algo que não sentia a anos, anos estes que o fez esquecer todo e qualquer sentimento que o tinha dentro de si sentiu que estava corado, sentiu que o coração batia mais rápido, sentia que todo seu amargor agora se tornava doce, e quando a luz se apagou ele sabia o que estava por vir.
Bob Esponja seria seu grande arco-íris obscuro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Arco íris Obscuro
FanficSinopse O arco-íris é algo bonito representado por sete cores, é algo que aparece no céu e o deixa mais bonito algo que faz as pessoas parar e sorrir vendo-o brilhar. O arco-íris de uma pessoa pode ser colorido a maior parte do tempo, mas quando se...