XXXIX - Um babaca

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POV Sina Deinert

- A senhora acha que há algum problema em eu ir à festa?! - perguntei a médica a minha frente depois de ter explicado a situação, enquanto Noah continuava sentado ao meu lado com a cara fechada.

- Seu quadro teve uma melhora considerável, confesso que fiquei surpresa por ser em tão pouco tempo, mas apesar disso ainda é preciso tomar os cuidados. - ela parecia em dúvida.

- Não é uma festa agitada,é só um reencontro da nossa turma do ensino médio e eu prometo ficar sentada sempre.

- ok, acho que você merece reencontrar seus amigos, fique sentada o máximo que poder e lembre-se de nada de movimentos bruscos.

- Muito obrigada doutora! - exclamei feliz.

- Eu não acho uma boa ideia, pode prejudicar o bebê. - Noah se manifestou pela primeira vez.

- Sina melhorou muito, não acho que ela vá prejudicar a gravidez com isso, só precisa tomar cuidado. Aos poucos pode começar a praticar algumas atividades, inclusive, na próxima consulto se estiver tudo bem já a líbero pra voltar a fazer atividades físicas e até mesmo para voltar a ter relações sexuais. - Uou, acho que nenhum dos nós dois estávamos esperando uma dessas e isso fez a doutora rir da nossa cara.

- Não estou dizendo que você precisa fazer, mas que poderá voltar a fazer sexo, além de que relações sexuais ajudam a induzir o parto e deixar as coisas mais rápidas. - ela disse dando de ombros e nós apenas assentimentos.

- Mas nós não somos um casal. - foi involuntário falar isso, quando vi já tinha saído.

- ah, eu sei, vocês me explicaram a situação no inicio da gravidez, mas se você tiver alguém, não tem problema nenhum. - ela disse e eu apenas assenti ficando quieta.

Noah não falou nada e não dirigiu o olhar para mim em nenhum momento,talvez o constrangimento pelo momento da semana passada tivesse sido recordado nesse momento, então só agradecemos e saímos do consultório.

Bem, nessa última semana Noah parece mais distante e me sinto péssima com isso, será que é algum problema comigo?! Será que ele achava que depois do que aconteceu no domingo eu iria querer tentar algo que ele não esteja a fim, porque afinal, eu pareço um balão de passeio??

Achava que ficaríamos o caminho inteiro como havia sido na vinda e no resto da semana quando Noah só falou comigo o que era necessário, mas surpreendentemente sua voz soou dentro do carro.

- Então ta planejando transar com alguém por ai - Ele só soltou isso, não era uma pergunta, era uma afirmação.

- Mas do que porcaria você ta falando Noah?! - eu queria muito ter entendido errado.

- Você que falou lá no consultório. - O noah só podia estar enlouquecendo.

- Eu não falei nada seu idiota! - Eu estava oficialmente revoltada.

- Ah quer saber, esquece sina. - falou e aparentemente também estava chateado.

- para o carro. - falei e ele continuou dirigindo, ignorando o que eu estava falando. - para a merda do carro Noah. - falei e ele apenas me olhou e voltou a me ignorar. - Para a merda desse carro agora ou eu juro que me jogo dele em movimento. - ameacei e esperava muito que funcionasse porque se eu pulasse desse carro nesse momento, eu morreria fácil.

Ele suspirou antes de, finalmente, encostar no acostamento e se virar para mim.

- Olha aqui Noah, eu vou descer desse carro e pegar um uber e ir para minha casa e você vai para qualquer lugar, eu não me importo onde, contanto que seja bem longe de mim. - Ele parecia surpreso com minhas palavras. - Você me beija no meio de um restaurante, diz que me ama, depois quase me faz gozar e ignora tudo começando a ter umas crises de ciúmes descabidas, além de estar sendo um belo babaca idiota na ultima semana, então é isso mesmo. Eu não quero olhar na sua cara até que você deixe de agir como uma criança. - Falei e desci do carro batendo a porta.

Pude escutar ele me chamando, mas ignorei. Eu estava puta da vida com Noah, qual o direito que ele tinha de estar agindo feito um idiota por motivos que só existiam na cabeça dele?

-mas que merda Sina, entra no carro, vou te levar em casa. - ele disse saindo do carro e vindo até mim.

- Eu cansei de você Noah, nem quando a gente realmente namorava você tinha crises de ciúmes assim, e muito menos era um babaca como está sendo esses dias!

- Caralho Sina, eu estou enlouquecendo esses dias com tudo isso. Me desculpa ta legal, vamos, vou te levar para casa e dar seu espaço. - ele disse e passou as mãos pelo cabelo.

Olhei ao redor e nós estávamos no meio da BR, não aparecia nenhum uber para mim, não queria ceder, mas eu estava cansada e só queria ir para casa de uma vez. Mas com certeza não mudaria de ideia a respeito de sua estadia na minha casa. Suspirei e voltei pro carro sem olha-lo.

Fizemos o resto do trajeto em silêncio e quando chegamos a minha casa, logo sai do carro sem dar tempo dele falar nada, mas ele saiu do carro e fez menção em me seguir.

- Não venha! - falei me virando e apontando o dedo em sua direção.

- Para de fugir de mim Sina, já pedi desculpa, realmente estou com a cabeça fora do lugar e isso está me descontrolando. Mas você sabe que é perigoso ficar sozinha.

- Eu não quero você aqui Noah, eu preciso de um tempo de você. Cansei de ser ignorada, ou de não discutir as coisas que acontecem com a gente. Se precisar eu chamo minha mãe, Sofya ou Heyoon para me ajudar. Só, por favor, fica longe de mim! - Disse e ele ia argumentar, mas desistiu, apenas assentindo.

- Só se cuida ta legal, vou te dar seu tempo, mas se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo Sina, me chama! - disse e saiu.

eu não esperei que ele fosse embora para entrar também. Eu ainda estava furiosa, mas acima de tudo cansada. Essa ultima semana havia sido desgastante, e eu não fazia a menor ideia do que o havia feito agir assim, preferia acreditar que era apenas um surto do que pensar que ele havia mudado tanto nesse nível.

É claro que ele podia ter se afastado por ter medo de que eu envolvesse sentimento nisso, mas se ele não queria nada comigo, então não deveria ter me beijado e muito menos colocado a mão onde não deveria!

Esse tempo longe dele faria bem para nós dois, não dava para ficar vivendo com Noah todos os dias e alimentando uma relação que só existia na minha cabeça, principalmente quando ele não sente nada por mim, mas não consegue se controlar.

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