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Passaram-se várias semanas de árdua recuperação, em que Regina nunca ficava sozinha com ela e a torturava sempre carregando aquele homem, aquele ser que fazia aflorar o que havia de pior nela sem poder remediar, embora não tivesse culpa de repreendê-lo. Ela o observava com frequência e seus olhos se cruzavam, ela podia ler a zombaria em sua expressão, ele estava rindo dela, ou era apenas uma miragem, algo que ela queria encontrar nele que destruiria sua aparência de percepção.

Ela odiava a todos, Mary por entrar na sala sem ligar sempre que ele ia visitá-la, David porque ele nunca lhe dizia o que ela queria ouvir, que ela poderia ir para casa e a tranquilidade de sua poltrona, sua lareira e seu vidro. Do vinho ao anoitecer, ela odiava Ruby por insistir que ela deveria preparar seu testemunho para prender Henry para sempre e acima de tudo odiava Regina por trazê-la de volta para casa para ser uma espectadora de seu flerte infantil com aquele idiota que ela tinha como namorado.

Por outro lado, Regina não parava de procurar o momento certo, as palavras certas, o ambiente certo para inquirir sobre os sentimentos de Emma, ​​para saber se ela sentia o mesmo, se, como disse Robin, a amava. Se fosse esse o caso, ela seria a mulher mais feliz do mundo, mas o medo do abandono e da rejeição batia nela como uma cicatriz profunda, seu passado a ensinou como era se sentir uma estranha em sua própria casa e se Emma não a amava como ela Emma nunca seria sua casa novamente, doeria muito. Regina sempre foi corajosa, imprudente e um tanto inconsciente, mas nesses momentos ela morria de medo, ficava em pé de chumbo e revirava na cabeça, perder Emma seria o golpe mais duro de sua vida e, agora que tinha voltado dos mortos para ficar ao seu lado, ele não se via capaz de perdê-la novamente, não por causa dela,

Robin alegou que tinha um plano para mostrar a ela que Emma estava perdidamente apaixonada por ela, mas ela não tinha tanta certeza disso e muito menos que foi seu ex-namorado que inventou o truque, ele não era uma pessoa má, mas um coração ferido é capaz de cometer coisas loucas. O menino se divertia decifrando os olhares de ódio que Emma lhe dava, deixando-a furiosa e fervendo de ciúme era sua vingança insensata contra aquela mulher que tinha o coração de Regina, embora soubesse que o ódio naquelas pupilas água-marinha logo se extinguiria porque um Assim que Regina soubesse com certeza a magnitude de seus sentimentos, ela se jogaria em seus braços sem um momento de hesitação.

Finalmente chegou o dia tão esperado, Emma ia deixar o hospital, estava recuperada e no dia seguinte teria alta definitiva. Regina decidiu que a loira merecia uma festa de boas-vindas, pois já estava há muito tempo naquele local e preparou o apartamento com cuidado, com a ajuda de Robin, para receber os poucos convidados para aquele momento especial. Apenas Mary, David e Ruby, amigos há anos, família para eles. Eles fizeram alguma coisa para comer, fizeram alguns drinks e consertaram tudo para ficar perfeito. Emma não sabia de nada sobre aquela pequena recepção, Mary e David iriam acompanhá-la em casa e quando ela chegasse ficaria surpresa. Robin sorriu porque sabia que esta festa era o momento ideal para colocar seu plano em movimento e mostrar a Regina que ela não precisava ter medo, que Emma retribuiu seus sentimentos. Quando tudo ficou pronto sentaram-se para descansar, já que haviam combinado tudo em tempo recorde, Regina olhou para o relógio e sabia que não demorariam a chegar, então esperou pacientemente, sorrindo, sonhando acordada com o rosto de Emma ao ver a surpresa sem saber que Robin tinha planos muito diferentes para surpreender a loira.

Assim que saiu da cama do hospital, tirou a camisola branca e vestiu as roupas vermelhas e a jaqueta, Emma se sentiu vazia e mal-humorada ao mesmo tempo. Regina sabia que estava tendo alta e não apareceu para acompanhá-la em casa, apenas Mary e David que lhe deram uma vaga desculpa para explicar a ausência de sua filhinha.

No carro ela estava mais quieta do que de costume, ela havia virado a cabeça demais com o motivo de seu despertar, aquele beijo que parecia tão real deve ter sido produto de sua mente, assim como aquela promessa de amor que ressoou no meio de seu limbo deve ter sido o eco de um de seus sonhos mais bonitos, não era real, foi a única explicação que deu para o comportamento de Regina, ela a evitava desde que acordou, sempre na companhia do namorado. Agradecia por ter deixado tudo para ficar ao seu lado, mas não entendia por que não queria ficar sozinha com ela, como se tivesse medo dela, Regina nunca escondera dela e agora parecia que ela ficava mais calada do que falava, todos aqueles Os pensamentos permaneceram em sua mente, torturando-a quando chegaram a seu apartamento.

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