Missing you

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I look for love, but there's a space inside my mind. Well, I keep on missing you. If you've seen enough, know that I'll be right here. Now it's somebody new, I keep on missing you.

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Dois meses antes

Eu descobri há pouco tempo que a vida te dá coisas, mas também toma. Uma vez me disseram que nós sempre vamos perder alguma coisa, mas acho que todos nós somos como aquela criança egoísta e mimada, que não gosta de dividir seus brinquedos, que quer ter tudo ao mesmo tempo.

Se apaixonar é como aquela roupa que nós amamos demais. Aquela que você olhou pela primeira vez e percebeu que você precisava dela. Quando você pensa em sair de casa, é a primeira que vem em sua mente, como se fosse a única em seu guarda-roupa. Nós crescemos e ganhamos experiência com tudo que passamos com ela.

Com o tempo ela fica pequena demais para caber em você. Nem te serve mais, mas você a mantém ali no seu guarda-roupa. Deixa guardada apenas pelo fato que você não quer se desfazer dela. Você sabe que têm que dar a alguém, mas pelo fato de ter se apegado tanto, quer fazer o possível para mantê-la com você.

Depois que algo é tirado de nós, algo que realmente amamos, nós ficamos lembrando daquilo por muito tempo. É como um machucado. Você o vê todos os dias e se nós ficamos mexendo ele nunca cicatriza, mas eu sempre fui daquelas que fica tirando a casquinha.

Tudo começou a passar. Ela não dava mais sinal. As poucas vezes que a vi nós havíamos nos encontrado em frente ao nosso apartamento. Toda vez que isso acontecia eu desmoronava. Pensava nela todos os dias. Pensava em como eu sentia sua falta. Cada dia sem ela ao meu lado era como se meu coração tivesse sido tirado de mim. Eu chorava todas as noites com o aperto que aquela saudade me causava. Eu não sabia se a teria novamente, e comecei a duvidar disso cada vez mais. Não suportava pensar nisso.

Eu sentia raiva. Raiva de mim. Por ser tão fraca. Queria descontar toda essa raiva e saudade em qualquer coisa. Gritar com alguém ou quebrar alguma coisa. Eu queria achar alguma forma de acabar com essa dor horrível que me atormentava todos os dias. Por muito tempo passei a maior parte dos dias no meu quarto. Como eu ficava sozinha quase sempre no apartamento, muitas vezes eu optava por não almoçar. Queria apenas ficar por lá, deitada e existindo.

Eu me sentia horrível. Às vezes ria de mim mesma por ser tão... Será que existe uma palavra para o que eu sou? Eu deveria estar aceitando, mas não consigo. Uma parte de mim ainda queria acreditar que ela voltaria pra mim, que ela seria aquela doce garota que eu conheci no início do Ano, mas eu sabia que aquela garota não existia mais e isso deixava um enorme vazio em mim. Com o tempo eu decidi que teria que seguir minha vida, mesmo que ela não estivesse ao meu lado. Passei a tirar sua imagem da minha cabeça. Tentei me ocupar e me concentrar no Brad. Ele ligava para mim duas vezes por semana para conversarmos. Eu decidi que voltaria ao meu antigo costume, aproveitar a vida ficando com outras pessoas. Não queria que isso acontecesse.

Eu queria que houvesse só a Ana na minha vida, mas eu não podia ficar sofrendo por ela enquanto ela estava por aí vivendo a dela. A única forma era tentar colocar outra pessoa no lugar daquele vazio, mas adivinha. Elas nunca me preenchiam realmente. Meu coração era do tamanho de uma pessoa apenas. Só a Ana cabia perfeitamente nele. Por isso, no dia seguinte ou até mesmo na semana seguinte, eu tinha que tentar preencher novamente, porque as lembranças e a saudade sempre voltavam.


Sábado 14h30min

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