Capítulo 9 - Os antecedentes do sequestro

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► Gold — Chet Faker

Medford, Oregon — Estados Unidos.
Sábado, 5:04 A.M.

Mandy Williams Point Of View

Flashback on

5 horas atrás

Não entendi porque a Alana não insistiu para eu ir e foi com o Isaac. — o Samuel falou em tom de brincadeira.

Mais uma prova que de que ele gosta da Alana, mesmo que brincando, seu tom de voz deixa claríssimo que ele se importou de não ter ido e comprovando mais a minha suspeita que eles estão juntos, sem contar as trocas de olhares e as saídas que eles por "coincidência" fazem juntos.

— Tá com ciúmes, Samuel? — falei caindo em gargalhadas.

— Não, porque eu sei que o Isaac gosta... — ele parou de falar e ficou sério.

— Gosta de quem? — perguntei curiosa. — Hein? De quem ele gosta? — insisti.

É claro... da Violet, é dela que ele gosta. Como não pude notar antes? Quando eu falo no nome dela, ele nem comenta nada e muda de assunto, ela mesma o beijou na festa do último dia de verão, será que eles estão namorando? Eu não sei, só sei que o Isaac nem fala com ela.

O Samuel resmungou alguma coisa e foi até a sala, é exatamente por isso que eu desconfio que o Isaac gosta da Violet, seu melhor amigo nem me diz a verdade, porque a mesma me odeia e muitos pensam que eu a odeio de volta. Para mim é uma perda de tempo passar meu tempo odiando uma pessoa, é desnecessário, se ela insiste em fazer isso comigo, parabéns para ela.

Ouço alguém abrindo a porta da cozinha, que inclusive, é uma das portas da minha casa que também leva diretamente até a rua.

— Por que não entraram pela porta principal? Quiseram me assustar, né? — perguntei ainda de costas para o Isaac e a Alana.

Eles não responderam.

— Isaac... — virei-me e para a minha surpresa, não era nem o Isaac e nem a Alana; um homem totalmente mascarado segurando um taco de beisebol em uma de suas mãos adentrou andando lentamente pela cozinha em minha direção.

Aparentava ter mais ou menos a minha idade pela sua altura e a única coisa que eu consigo ver é que ele possuí olhos bem azuis.

Sinceramente não faço a mínima ideia de quem é.

O desconhecido agarrou o taco com força e veio com ele em minha direção, a única coisa que eu lembro ter feito foi ter gritado.

[...]

Acordei depois de alguns minutos ou horas, eu não tinha certeza. Eu só sabia que minha cabeça doía muito e algumas gotas de sangue caíam sobre minha coxa.

Eu não estou em minha casa. Aparentemente estou sentada no fundo de um porta-malas qualquer de um carro desconhecido em movimento. Naquele exato momento, me veio vários flashes e me lembrei que tinha sido derrubada por um taco de beisebol.

Minhas mãos e pernas estão amarradas e o pior de tudo, minha boca está amordaçada e eu tentava gritar, só que só saíam ruídos.

Eu não sei aonde ele está me levando, mas sei que é em um lugar mais afastado da cidade, porque já faz um tempo que eu estou aqui tentando escapar.

Escuto murmúrios de duas pessoas conversando, porém eu só ouvia mais a voz de um homem que as vezes exagerava e aumentava seu tom de voz.

— Eu sei o que estou fazendo, oras. Se não quisesse que eu te ajudasse nem precisava me chamar. — disse, o homem desconhecido, à outra pessoa que o acompanhava.

Eu tentava me esforçar ao máximo para tentar lembrar da voz dele, mas eu não me recordo.

Depois de alguns minutos o carro parou e meu coração palpitava em velocidade recorde, ouvia passos vindo em direção ao porta malas e tentei ficar calma, mas é impossível quando você é a pessoa que fora sequestrada, nem viu os rostos dos seus sequestradores e nem sabe o motivo do sequestro.

Flashback off

Abriram o porta-malas e antes de eu tentar visualizar o rosto dos meus sequestradores, meus olhos estão queimando com a luz do sol, tinha amanhecido.

— Eu não acredito... por que justo você está fazendo isso comigo? — tentei falar com o pano na minha boca. As palavras saíram abafadas, mas eu acredito que conseguiram ouvir.

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