Onde anda você

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Antes de começar, vamos a um breve aviso. Cada capítulo possui no título o nome de uma música, que pode ser utilizada para acompanhar a leitura.
A fic não é somente minha, é da Lissa também. Fizemos por amor ao shipp e esperamos que você goste de ler tanto quanto nós gostamos de escrever.

Boa leitura.


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- E o que você esperava de tudo isso? Eu não vou ficar parada esperando eles voltarem atrás com a opinião mesquinha deles. - a menina afirmava enquanto olhava para o amigo, os cabelos, agora curtos, eram bagunçados pelo vento que corria naquele fim de tarde. O café em suas mãos tratava de esquentar o corpo daquele frio que havia se instalado na cidade.

- Talvez alguma reação? - o moreno falou enquanto sentava-se de frente para a amiga. As roupas bem mais despojadas que o habitual, ele nunca tinha agradecido tanto por isso. O terraço do prédio. - Você sabe que não pode ficar assim para sempre, mas não estou mandando você mudar por causa deles. Sabe que não é um incômodo para mim, nem sei de onde veio essa ideia, na verdade!

O menino estava um tanto inconformado com o comportamento da amiga. Nunca havia cobrado nada dela, mas conseguia entender um pouco. Sua vida havia mudado da água para o vinho em meses, é claro que ela iria se sentir um incômodo para quem quer que fosse. Ela só não reparava no quanto havia mudado a vida dele junto.

- Você já tem algo. Já me ajuda bastante, tudo bem? Agora trate de tirar essa expressão do rosto e aceite o que temos aqui!

Os olhos da morena correram o espaço que ele falava. O terraço havia sido reformado por ela alguns meses antes, assim que se mudou, na verdade. Hoje o espaço havia se tornado uma vasta área verde. A vista era incrível, ela tinha de admitir e a companhia era melhor ainda. Estaria perdida sem o menino.

- Você tem razão, tudo bem? Desculpe se estou sendo chata esses dias. - a menina falou baixo, levando a caneca até os lábios e bebendo um pouco do líquido. Os pensamentos não estavam tão calmos quanto a fala. - Você sabe o quão chata me torno quando sinto que me dão tudo...

- Bom, nesse caso... - o menino sorriu de canto e levantou uma sobrancelha e dois de seus dedos. - Primeiro que você não está aqui sem fazer nada. Claramente faz mais do que eu... - um dedo foi baixo e o menino se esticou até a mesa e pegou um jornal que estava ali desde o momento que chegaram. - Segundo que você poderia começar a fazer algo para você mesma. Coragem você tem, agora só falta correr atrás.

Dito isso o menino entregou o jornal nas mãos da menina e se levantou. Deixou um beijo na testa dela, que fechou os olhos ao sentir os lábios do amigo, e se dirigiu para dentro. Ela ainda demorou para ver o que o amigo queria. Permitiu-se fechar os olhos e respirar fundo. O ar, bem mais puro por ali, entrou com facilidade em seus pulmões e pareceu limpar sua mente. Sua vida já não era mais a mesma. Ela já não era mais a mesma. Deixou a caneca sobre a mesa e arrumou sua postura na cadeira.

Pegou o jornal com calma, quase como se ele fosse se desfazer com um toque mais forte. Ao abrir encontrou o motivo de seus melhores sonhos. "Onde estão os heróis hoje?" era o que dizia a matéria, mas seu olhar foi atraído para a foto. Pansy não conseguiu segurar o suspiro assim que seus olhos bateram sobre a foto da jovem. Era ela, após meses. Hermione Jean Granger.

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"Onde estão os heróis hoje?"

Aquela era uma ótima pergunta. Hermione havia acabado de retornar de um dia exaustivo, repleto de estudos. Sua mente estava agitada e cansada quando ela adentrou o Largo Grimmauld, número 12, seu mais recente lar. Ela jogou a mochila no sofá e fitou o jornal que estava sobre a mesa de centro. A pergunta estava lá, tomando um grande espaço da página, seguida de uma foto em que ela, Ronald Weasley e Harry Potter apareciam sorrindo.

A casa estava vazia e isto ela percebera ao chegar. Quanto a Harry e Rony ela não sabia onde poderiam estar. O pior, no entanto, era a bagunça que os garotos haviam deixado na casa antes de sair para onde quer que tenham ido. Hermione suspirou e permitiu deixar seu corpo se jogar sobre o sofá. Por um lado, ela estava feliz, correndo atrás de seus objetivos e com uma aparente paz reinando no mundo. Por outro, ela estava exausta e se sentindo solitária. Harry e Rony não paravam em casa, parece que finalmente se dando conta que poderiam viver a adolescência outrora reprimida.

Os olhos da garota, de repente, se encheram de lágrimas. Seu pensamento vagou para seu último ano em Hogwarts, especificamente para alguém que a fizera tão bem, alguém cuja companhia tornava tudo mais leve, alguém de quem hoje ela sentia falta de coisas simples como um sorriso ou a maneira que ela cuidadosamente enrolava os pergaminhos de maneira a não ficarem amassados.

Ela daria tudo para ouvir a voz da amiga contando sobre seu dia e tinha certeza que poderia contar também sobre o seu, que seria ouvida com toda a atenção do mundo. O coração ficou apertado. Como pode, depois de um ano inteiro de cumplicidade, perderem completamente o contato? Uma lágrima teimosa escapou de seus olhos. Se perguntassem o que a faria se sentir melhor nesse momento, ela tinha uma resposta. Saber onde está Pansy Parkinson hoje.

Foi pensando nisso que ela abriu a mochila e retirou de dentro dela um pergaminho, uma pena e um tinteiro. Poderia ser uma loucura o que ela estava prestes a fazer, mas ela não tinha sido selecionada para a Grifinória à toa, não é? Coragem era algo que não lhe faltava...

My best half - PansMione - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora