My best half - PansMione - Concluída

Apenas mais uma de amor

- Se você não sentar nessa cadeira agora, eu juro que vou te bater! - o moreno falou baixo enquanto levava a xícara em direção aos lábios. O dia estava frio como sempre, as noites de sexta se resumiam a exatamente isso, os dois sentados no terraço enquanto observavam a vida correr pelas ruas. - Talvez eu tenha medo da resposta, mas qual o motivo de tanta agitação?

Pansy dirigiu o olhar para o menino. Tinha carinho e compreensão nos olhos dele, ela sabia que poderia contar qualquer coisa que ele entenderia e ajudaria, da sua forma, mas estaria ali por ela e isso já era tudo que ela desejava. Mas ela se sentia covarde no momento, então apenas negou com a cabeça e suspirou baixo. Deu um beijo na testa do amigo antes de sair do terraço. O dia tinha sido mais longo que o normal, precisava de um banho e descansar de alguma forma.

Não demorou tanto quanto queria, mas conseguiu pensar em bastante coisa. Hermione estava demorando para lhe dar uma resposta, talvez ela não deseje mais se comunicar com a menina e apenas esse pensamento fez uma dor surgir em seu peito. Os olhos se voltaram para a gaveta próxima da cama, onde o lenço estava guardado. Se aproximou da gaveta e estava prestes a abri-la e pegar o objeto quando a porta foi aberta e o perfume forte invadiu o ambiente.

- O que foi? - falou quando viu a expressão surpresa da amiga, mas ela rapidamente negou com a cabeça. A menina estava estranhamente quieta, foi essa a observação de Blásio quanto a amiga. - Eu vou sair agora, não sei se vou voltar hoje. - o sorriso no rosto dele mostrava sua satisfação quanto a possível noite, mas diminuiu um pouco com a falta de resposta, lê-se piadas, da amiga. - Tudo bem. Até amanhã. Ah, já ia esquecendo, chegou uma carta para você.

Pansy não sabia o motivo, mas algo se animou em sua barriga e seu sorriso apareceu, passou pelo amigo sem nem pedir licença e esbarrando em seu ombro. Sua animação diminuiu um pouco quando viu que não era de quem esperava, e isso não havia passado despercebido pelo moreno, que agora olhava para a gaveta parcialmente aberta e tinha o vislumbre de cores vermelhas no local. Não se estendeu mais na pequena residência, deixando Pansy com seus pensamentos.

A carta pertencia a Draco, o menino havia escrito após alguns meses incomunicável. Ela permitiu sentir tudo que vinha negando, se dirigiu ao telhado, acompanhada do lenço, que estava em sua mão e não em seu pescoço, e passou às próximas horas por ali. A resposta tão aguardada veio apenas no dia seguinte, o que fez com que ela largasse tudo que fazia, no caso sua própria refeição, e pegasse o pergaminho e entregasse um petisco para o animal, deixando-o partir logo em seguida.

Pansy leu a carta com um sorriso no rosto, se sentia bem, de alguma forma. Permitiu-se fazer uma careta com a forma que havia lhe chamado e sorrir em meio a algumas memórias, sobretudo o pequeno surto de Hermione quanto a noite que havia mencionado. Revirou os olhos quando leu a parte em que ela ainda era ocupada demais, Pansy sabia disso. Ela nunca pararia? A demonstração de carinho foi o momento que mais sorriu, mas claro que não diria isso para a menina... Não ainda. Jogou-se sobre a cama e pegou o que precisaria, dessa vez pena e pergaminho. Iria responder naquele momento mesmo.

"Londres, 22 de Janeiro de 2000

Cara Hermione Granger,

Começarei lhe agradecendo por mandar o lenço, agora sei que minha coruja acertou o caminho e não se perdeu, segurança em primeiro lugar. Agradeço, também, pelo belíssimo lenço que me mandou, não sei quando terei a audácia de colocá-lo no pescoço, mas saiba que ele sempre está comigo.

Confesso que minha falta de convicção quanto a uma resposta sumiu nesses três dias sem uma resposta, cheguei a pular móveis quando ouvi que havia uma carta, porém, acredite, não era a sua. Acabei de reparar que esse momento foi um pouco embaraçoso, então, caso queira me ajudar, poderia esquecer? Os jornais lhe amam, mas eu não os amo tanto assim, então recebi essa notícia de você, mas não me surpreende, tenho que admitir.

Como pode perceber, cara Hermione, o que ando fazendo é segredo de estado. Terei de lhe matar, caso chegue a contar. Ou não, sinto que não conseguiria. Apenas saiba que, após aquele ano, tudo mudou de uma forma quase impossível. Cobrarei você recitando para mim, aguarde minha coruja com a data, local e hora. Na verdade sinto falta da sua voz. Sinto falta de realmente conversar com você, confesso. Pode me julgar.

Você que não ousasse me acordar dos meus sonhos, Granger! Claramente teria adorado acordar ao seu lado, mas havia noites que não dormia tão bem, então posso dizer que estou fazendo um pouco de drama. A que ponto cheguei? Embora um café da manhã tivesse sido perfeito. E agora me sinto feliz por saber que você gostou da noite, gostou de me ter ao seu lado e dormir ali, isso me acalma e aquece.

Merlin, quando virei esse tipo de pessoa? Ah, eu falarei para o mundo como você disse que acertou ao me encontrar, nem se preocupe! Olhe os jornais e verá sua carta lá, vou mostrar para todos que quiserem ver. Confesso ter algo para você também, daria tudo para ver você recebendo, mas ainda verei, guarde minhas palavras. Até porque, você sabe que sou mais especial que muita gente.

Estarei esperando sua resposta, agora com maior ansiedade. Estou me sentindo melhor agora, confesso, mas estarei mais quando seu rosto aparecer para mim. Quando tiver você. Agora irei sofrer, apenas por não ter um elfo!

Carinhosamente,

Pansy Parkinson."

Pansy respirou fundo e simplesmente se jogou contra o colchão. Não acreditava que faria isso, onde estava se metendo? Pegou seu pequeno caderno e pegou uma foto que estava ali. Sorriu para a jovem Hermione que abaixava a cabeça envergonhada enquanto ela, um pouco mais nova, falava algo no ouvido da menina e jogava a cabeça para trás rindo. Colocou a foto junto da carta e entregou para a coruja, dando um petisco para ela e permitindo que saísse do lugar.

Ela olhou para a parede e suspirou, se levantou e seguiu para a cozinha novamente. "E vamos experimentar um pouco da vida de elfo" foi o que falou enquanto voltava para sua comida.