Flor de Desilusão

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Retalhos do meu coração, azedados em soda,

Errôneo e consumido pelo trauma sedutor.

O mundo vira do avesso e o âmago recai.

Em cada gota de chuva ácida vi o meu rosto,

Fadado a vagar na gélida noite da memória.

A flor negra que lhe prometi, pura como alma,

Está no funeral do meu orgulho, não chore.

Decepção filha mestiça da frustração nefasta.

Percola o vazio que ecoa em meio ao parque.

Você era a flor negra que era inábil de cortar,

Em vez de conforta-la a estripei em seu leito.

Risadas não costuraram minhas pernas.

Há única que nunca pude ser capaz de odiar,

Apenas há o vácuo do espaço no peito agora.

Me dê anistia em seu colo, não a corromperei,

Deite na rua da madrugada comigo, observe,

Beije minha lesão cutânea e cicatrize.

O inferno só espera o aquele que se rende,

Mas na mente do atormentado ele critica.

Pegue a bengala e pule na piscina de piche,

Nade pelo breu e segure minha mão calejada.

Querida sou um mártir, não há mais alforria.

Amor não habita em corpo mutilado,

Apenas esperança do perdão pela decepção.

Esquecimento é oposto de crescimento puro.

Agora me afogue em meu berço, meu pranto,

Sem julgamentos apenas belas pétalas negras,

Envolvendo minha face mansa já cicatrizada...

Poetry Shaped Box (Caixa em Forma de Poesia)Onde histórias criam vida. Descubra agora