Capítulo 4: Reencontro

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Peço desculpas pela demora para postar esse capítulo, acabei ficando com um grande bloqueio na hora de escrever e não queria postar de qualquer jeito, boa leitura.



Os dias se passavam a Saray já iria embora da casa de Macarena, ambas estavam tristes e isso não tinha como negar, na cabeça delas Zulema estava morta e elas podiam fazer nada sobre isso, apenas relembrar os bons momentos que viveram ao lado da morena, pois era só isso que havia restado, lembranças.

As horas passavam e o sol começava a aparecer, Saray não demorou muito para acordar e logo se dirigiu ao banheiro para fazer sua higiene matinal.

Pov  Macarena

Ouço alguns barulhos na casa e desperto no mesmo momento, acho que todos esses anos na prisão de trouxe um sexto sentido, afinal de contas se desse bobeira poderia acordar com alguém cravando uma escova afiada ou algo do tipo.

Levanto e saio do quarto, encontrando Saray lutando com a cafeteira na cozinha,agora todo aquele barulho sentido.

-Você já fez café antes? Ou o objetivo era uma luta mesmo? –digo escorada no batente da porta e rindo de toda aquela situação.

-Bom dia loira, essa cafeteira é complicada demais. –não sei como você consegue fazer café nisso.

-É bem fácil, tínhamos uma dessa na van. –falo me aproximando da mais nova. –me dê aqui

- Sente saudades? De morar na van eu digo.

- Sabe, era difícil no começo por causa do temperamento da Zulema que já conhecemos, mas não era nenhum bicho de sete cabeças, então com o tempo a nossa convivência foi ficando melhor.

- Você gostava dela não é?

- Apesar de tudo o que rolou entre a gente no passado, todo o mal que causamos uma a outra, de alguma forma conseguimos superar tudo isso. –Então sim, eu gosto dela.

Saray responde com um sorriso e se senta no sofá colocando suas botas.

- Onde você vai?

- Vou ao centro da cidade dar uma volta, comprar algo para Maria e Estrella também, já que vou embora no final da tarde.

- Posso ir com você? Tenho que comprar algumas coisas para a casa.

- Claro, só não demore, ou eu vou sair sem você.

- Certo, só vou colocar uma roupa e já saio.

[...]

Pov Narrador

Saray e Macarena estavam no centro da cidade em uma espécie de feira, Saray havia comprado um lindo par de brincos e um colar para a esposa, e alguns dos doces preferidos de Estrella. Ambas estavam cheias de sacolas andando em meio a feira.

Macarena havia visto uma tenda onde vendiam câmeras instantâneas, como as polaroids. Maca parou de andar e foi em direção a ela, ficou observando as câmeras com um sorriso triste no rosto e uma lágrima saindo de seus olhos, uma mão chega ao ombro da mais velha.

- Está tudo bem? –Saray diz em um tom de preocupação.

- S-sim –A voz da mais velha falha e a mesma enxuga o rosto –Só estava lembrando de uma coisa, vamos indo?

- Vamos, mas me diga qual foi a lembrança de te deixou tão triste ao ver uma câmera?

- Zulema, ela me deu uma no natal –A mais velha respondeu com um sorriso de canto.

As duas chegam até o carro, entram no mesmo e voltam para casa.

Pov Zulema

Depois de muitas horas de viagem finalmente chegamos ao Marrocos, Goya me deixa em frente a casa que eu havia escolhido para mim e para Maca dias antes de toda aquela confusão, a casa era algo mais para mim do que para maca, acho que depois de tudo ela acabaria seguindo o próprio caminho sozinha e eu começaria do zero naquela pequena casa no meio do nada, mas as coisas tinham mudado então não sei o que encontraria atrás daquela porta.

Adentro a casa na esperança de encontrá-la, mas tudo que encontro é uma casa vazia, entro em seu quarto e percebo roupas na cama, então deduzo que ela voltara logo.

- Dios, preciso de um banho.

Entro no banheiro e tomo um banho quente e demorado, afinal, após alguns dias de viagem eu precisava disso. Saio do banheiro enxugando meu corpo e indo em direção ao meu quarto.

Pov Macarena

Depois de uma viagem de quase uma de carro finalmente chegamos a casa, o dia tinha sido tão descontraído que nem nos demos conta de que havíamos passado a tarde toda fora de casa, estacionamos o carro e pegamos as sacolas, fiquei parada esperando Saray trancar o carro quando percebo que as luzes da sala estão ligadas.

- Saray... acho que alguém está dentro da casa –Digo em voz baixa quase inaudível.

- O quê? Fale mais alto Maca.

- Tem alguém na porra da casa Saray.

- Você tem certeza?

- Tenho, as luzes estão acesas, e eu tenho certeza de que não havíamos ligado nenhuma luz hoje.

Fomos em direção a porta da casa fazendo muito silêncio, já que não sabíamos quem estava lá e nem mesmo o motivo, Saray tira uma pistola da parte de trás da calça.

-Saray, desde
quando você está com essa arma?

- Desde sempre, segurança em primeiro lugar.

- Não vejo você e uma arma como algo seguro.

Eu abro a porta com cuidado sem fazer muito barulho, e então ouço uma voz sair do quarto.

- Maca, você tem usado minhas roupas? –Diz a árabe saindo do quarto secando o cabelo.

Eu não sabia o que dizer, apenas fiquei em choque parada na porta, Saray não demorou muito até passar com a maior rapidez para dentro da casa abraçando a amiga, tanto Saray como eu ficamos em choque ao vê-la ali na nossa frente.

Em meio ao abraço Zulema olhou diretamente para mim abrindo um pequeno sorriso.

- Por onde você andou? – Digo com voz firme tentando segurar as lágrimas.

- Estava fugindo de uns mexicanos, sabe como é –A morena diz com um sorriso divertido. –Estou faminta, vamos comer alguma coisa e eu conto tudo direito.

- Vou pedir uma pizza. –A cigana fala enquanto enxuga as lágrimas.

- Ótima ideia, mas agora me diga o que está fazendo aqui cigana?

- Eu vim por você Zule, você é como uma irmã para mim, fiquei com medo quando soube que vocês roubaram um narcotraficante, porra você acha que é quem? o rambo?

- Te quiero gitana, obrigada por se preocupar por mim.

- Te quiero Zule.

- Mas agora peça essa pizza porque estou faminta.

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