Capítulo 4- Tiro ao Alvo

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[ALERTA: O INÍCIO DESSE CAPÍTULO CONTÉM GATILHO, SE VOCÊ FOR SENSÍVEL, PULE ESTA PARTE.]

-Ela só é um pouco tímida, vamos Cora, mostre a eles.

-Não, eu não quero.

Vejo o olhar desapontado em seus rostos, eu estou totalmente desconfortável.

-Vamos Cora, não seja boba.

Ela aperta meu braço um pouco forte demais, enquanto força um sorriso amarelo.

-Me desculpem, mas eu não quero.

Eles reviram os olhos, parecendo ter aceitado, ao contrário de Jéssica, que me lança um olhar furioso.

-Me desculpem, hoje não é um bom dia.

-Nós entendemos, quem sabe na próxima.

Ela fecha a porta com força, me fuzila com os olhos.

-Quando eu mandar, você obedece, está me entendendo?

-Mas eu não quero, não consigo.

-Não me interessa o que você quer, tem que fazer o que eu mando, e ponto.

Sinto meus olhos encherem de lágrimas, ela está vermelha de raiva.

-E agora, vai aprender a não me desobedecer, me fazendo passar vergonha.

Ela vai na cozinha, e já sei o que vai pegar, sem pensar duas vezes, saio correndo.

-VOLTE JÁ AQUI, AINDA NÃO TERMINAMOS.

Eu continuo correndo em direção ao quintal, bato a porta e me escondo nos arbustos, ela não pode me achar ali.

-Vamos Cora, apareça, estou ficando sem paciência.

Ela se aproxima dos arbustos, sorrateiramente, prendo minha respiração e fico imóvel.

Ela sai de perto e entra na casa, espero algum tempo antes de entrar.

Entro pelos fundos, tiro minha sapatilha, não quero que ela me escute, ando tão devagar que posso ouvir minha própria respiração.

Subo as escadas tão minuciosamente, que um vento faria mais barulho do que eu.

Me arrasto pelo corredor até chegar em meu quarto, a porta está aberta, como eu deixei antes de sair.

Entro no quarto, enfim posso respir....

-Você achou mesmo, que iria escapar de mim?

Ela tapa minha boca e prende minhas mãos, eu a chuto com força enquanto tento me soltar, ela dá um tapa tão forte no braço que o sinto adormecer.

Meus olhos já transbordam lágrimas, eu sei o que vem pela frente, mas ela é o triplo do meu tamanho, não a nada que eu possa fazer.

-Agora você vem comigo- sussurra em meu ouvido.

Sei que ela está rindo, sua voz faz meu corpo estremecer.

Ela coloca um pano de tecido grosso em minha boca, o que me impede de gritar, me arrasta pelo braço até.....o quarto do pânico.

Eu choro tanto, sinto que meus pulmões estão perto de falhar, estou completamente desesperada.

-Senta aí, quietinha.

Harry Potter e O Mistério da Irmã PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora