Minha sede de vitória

Chocolate

-Uno!

  Viro meu pescoço em direção a voz que gritou o numeral em italiano , ele estrala e solto um rosnado tanto pelo estralo incomodo quanto pela visão do cabelo de merda sorrindo enquanto levanta a única carta do baralho colorido. O mesmo minutos antes se encontrava com o baralho abarrotado de cartas, e eu com a certeza que ganharia antes dele, porém agora ao abaixar meu olhar e dar de cara com 10 cartas na minha mão, todas uma bosta, vejo que os papeis se inverteram e não poderei suprir meu tão sem explicação prazer de ganhar desse rapaz de cabelos vermelho menstruação. Prefiro não pensar o porque disso assim como não questiono meus perfumes, todos doces que eu sempre compro na sessão feminina.

- Lançou a braba! – O idiota de cabelos loiros solta enquanto ele e Kirishima compartilham de um soco mal executado e torto. O loiro sorri pra nós apenas nos provando algo que sabíamos: ele era um idiota, pois o ato de Kirishima apenas o faria perder no jogo e ainda sim ele comemora. Decidimos não lembra-lo esse fato com zoações por Jirou fazer isso por nós lhe dando um tapa na cabeça:

 -Denki não grita, o Bakugou tem vizinhos!

 - Mas inda é cedo! São... – Denki mexe sua bunda estúpida e pega o celular dele com uma capinha tosca do Pikachu, desbloqueando o mesmo e arregalando os olhos – Caramba! Já é tão tarde assim? Nós temos turno de manhã!

 - Porra! – a morena baixinha leva à mão a testa – É mesmo, então levanta essa bunda e vamos logo!

  Jirou e Denki se levantam do tapete, nos pedindo desculpas e explicando novamente sobre o turno de seu trabalho. Ambos além de namorados trabalham no mesmo lugar e moram juntos. Não acredito em entidades movidas a base de luz ou qualquer coisa mas tenho que admitir que Jirou é uma santa. Os dois se despedem de todos os presentes e me seguem a caminho da entrada. Ambos calçam seus sapatos e o loiro se desequilibra ao calçar o tênis e tropeça em mim. Tenho vontade de explodir seu rosto, mas o mesmo abre a porta e enfim vão embora.
Devo dizer que essa festa não planejada em minha casa não está sendo as horas horríveis que achei que seriam; e não me entendam mal, eu odeio gente na minha casa. Porém nada pude fazer quando Kirishima bate em minha porta já com toda a trupe de palhaços pronta pra entrar, todos munidos de bebidas alcolicas que eu não bebo e salgadinhos que eu não como alegando um motivo idiota que agora não consigo me lembrar. Qual era mesmo...
Ah sim, meu aniversário.

 

- Bati! – Kirishima dessa vez grita e Uraraka dá um leve tapa em seu braço musculoso

 - Os vizinhos! – a Morena diz inflando as bochechas rosadas e rindo, parecendo um esquilo.

 - O Bakugou fica tocando aquela bateria aqui, você acha que os vizinhos já não estão acostumados? – A piriguete de cabelos rosa e espetados diz olhando para Kirishima. Desvio meu olhar da aberração pinky para ele e vejo que suas bochechas estão vermelhas ao olhar para Uraraka.

 - Cala boca Pantera cor de rosa! Eu só toco nos finais de semana e sempre a tarde. - rosno

 - Não muda o fato de ser uma bateria! – Mina diz cruzando seus braços em tom de afronte a mim depois de receber o novo amontoado de cartas da partida recém-começada.

 - Mais quatro pra parar de ser besta! – Sero diz interrompendo a briga de galo que eu e Mina iriamos começar.

 - O que eu te fiz cara? – Deku diz fingindo um olhar chorão. Todoroki que estava fora do jogo com o brócolis sentado no meio de suas pernas com as costas apoiadas no seu peito aperta o garoto entre seus braços e lhe dá um beijo no rosto. Deku olha para seu namorado meio a meio e depois novamente pra Sero, ainda com o bico em seus lábios.
Tenho que me recostar na parede para me recuperar da diabetes que tive com essa cena.
 

  Assim que me desencosto percebo que passei os minutos seguintes apenas viajando em meus pensamentos e não percebi quando mais algum dos idiotas bateu e eles desistiram de tentar jogar, guardado o baralho e ignorando minha falta de participação no jogo. Odeio admitir que eles me conheçam muito bem.
Levanto-me em direção a cozinha e antes de entrar percebo Kirishima e uraraka no cômodo, conversando envoltos em clima de flerte. Ela segura um copo de vidro com agua em suas mãos e deduzo que o ruivo a guiou para a cozinha por a mesma não conhecer a casa, diferente de kirishima que quase mora aqui e não me deixa em paz.

 - Sério, escuta depois pra tu ver, os caras são bons de verdade! – O ruivo apoia o braço no balcão se inclinando na direção da garota tentando fazer um charme, mas sua cara de besta me faz ver a cena de modo hilariante.
Já quem ambos não notaram minha presença decido assistir a cena e provar o quão sem educação eu sou.