O que eu sinto

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Chegamos ao fim. Foi incrível ''encarnar'' esses dois personagens que amo e viver tudo o que  viveram até aqui. KIRIBAKU É MINHA RELIGIÃO.
  Agradeço demais ao meu amigo Henrick, que me ajudou sempre dando opiniões e me incentivando.
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 O sol entra pela janela e irritantemente acerta meu rosto. Movo-me na cadeira a fim de livrar meus olhos da claridade, porém o universo parece conspirar para me ver puto e de nada adianta. Desisto, assim como desisti de tentar me acalmar durante esses dias. Estive estudando pras provas a semana toda, junto de dois turnos da madrugada que fui escalado e meu notebook que simplesmente parou de funcionar me obrigando a gastar uma grana que não podia para conserta-lo a tempo de voltar a estudar. 

Porra! Enfim me encontro terminando a ultima prova desse meu martírio, vou poder dormir durante dois dias inteiros para me recuperar.

 É isso ou acertar um soco em alguém, somente essas coisas poderiam me acalmar um pouco. 

Levanto-me sentindo dor na minha lombar pelas horas inclinado ao papel, entrego a prova e saio o mais depressa possível da sala.

  Ao sair paro no corredor e tiro meu celular do bolso de trás da calça jeans para ver o horário. Pelas minhas contas eu chegaria atrasado ao mercado se passasse em casa para almoçar, isso me obriga a comer alguma coisa que fará meu estômago acostumado a comer salada e beber 5 litros de agua por dia me castigar mais tarde. Que merda!

  Antes que eu possa gritar pelo quão privilegiado eu sou e problemas rotineiros me estressam, vejo Kirishima saindo de uma sala do fim do corredor. O mesmo sai apressadamente quase tropeçando em suas crocs, vejo que sua cabeça está baixa e seu corpo inclinado para frente. Ele abre a porta do banheiro masculino com o punho fechado e a porta bate de volta com força. 

  Sinto meu café da manhã voltar a minha garganta e respiro fundo, sentindo um djavu amargo desse comportamento do ruivo que já presenciei antes. Eu devia ignorar e me apressar a comer meu almoço insosso, visto que ele me evita desde aquela noite. Nenhuma mensagem, nenhuma visita e sorrisos amarelos quando finge estar com pressa e sair correndo da minha presença no mesmo corredor da faculdade. Estou puto, e ao mesmo tempo confuso quanto ao seu comportamento estranho. Sei o quão Kirishima é sensível a todas as situações da sua vida, porém não esperava essa reação dele. 

Tentei ao máximo tacar o fodaci e seguir minha vida, mas sei como ele deve estar assustado, por isso movo minhas pernas exaustas até o banheiro abrindo a porta devagar. Ao entrar encontro-o sozinho, sentado no chão do banheiro encostado a parede, pouco se importando o quão nojento isso possa ser. Suas mãos estão cobrindo o rosto e ele chora baixinho.

 - Ei cabelo de merda.

Ele se assusta com meu chamado, rapidamente vira o rosto limpando os olhos com as costas da mão

 - Ei bro haha você me assustou... – ele força uma voz alegre, porém está trêmula.

 - Quem foi o arrombado?

 - O que? – o ruivo se vira, agora ignorando seu estado, pois sente no tom da minha voz que estou prestes a bater em qualquer um mesmo sem resposta dele – Não, não foi ninguém! Eu só, você sabe como eu sou... Nunca fui bom nas matérias da escola, sempre precisei da ajuda de todos pra estudar, sua inclusive – Suas mãos tremem novamente – Eu estudei muito pra essas provas, não posso deixar meu andamento cair e perder a bolsa. Eu me esforcei ao máximo, mas acho que pode não ter sido o suficiente, eu posso não ser suficiente... - Ele abaixa o rosto que logo é coberto pelos fios tingidos.

Minha sede de vitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora