Manhã

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Somente esse capítulo é narrado pelo Kiri, o próximo voltamos a visão do biribinha.

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Narrado por Kirishima

Acordo com o som do despertador do meu celular mais alto do que gostaria. Sem abrir os olhos procuro o aparelho seguindo seu som e meus dedos encontram texturas de plástico. Abro meus olhos e jogo as embalagens de camisinha que estavam em cima do aparelho no chão, o alcanço e desligo o som irritante. A claridade da tela atinge meus olhos e me dá náuseas, tontura e dor de cabeça todas de uma vez como se fosse um soco, me lembrando de todas as latinhas e drinks que tomei sem nem perceber enquanto dançava. Fecho os olhos e respiro fundo a fim de amenizar a ressaca, dá certo, porém a persistência dos sintomas se manterem mesmo que fracos me avisa que o dia será horrível, como se me julgasse dos meus atos boêmios.

   Olho ao redor do ambiente onde estou deitado e percebo que estou no quarto de Katsuki, em sua cama especificamente. Como chegamos aqui eu não me lembro perfeitamente. Aliás, minha memoria da noite passada se resume a flashs e sensações das quais nem julgava sua origem. 

Puxo minha memoria e lembro-me de estar em um carro, depois de estar no apartamento de Bakugou em sua sala quando Uraraka me empurrou para o sofá sentando em minhas pernas e me beijando com violência enquanto puxava meus cabelos. Sua pele macia, com um doce perfume cítrico me deixou aéreos e a morena sabia exatamente oque fazer com as mãos.
Bakugou nunca esteve tão certo nos seu julgamento das ''princesas''.

 Me lembro da sensação do toque as mãos quentes do loiro pelo meu corpo, o beijo violento e desajeitado. A imagem de seu rosto contorcido em prazer, as pequenas lagrimas escapando de seus olhos fechados com força junto de seus gemidos manhosos. Produz um calor em meu baixo ventre apenas de lembrar, do tão terrível Bakugou Katsuki sendo submisso e implorando para que minhas estocadas em seu interior fossem cada vez mais fortes. Ele procurou meu toque a todo o momento, mesmo que um de nós estivesse dentro de Uraraka ou ela nos estapeando e chamando de putinhas, ele sempre procurava colar nossas peles como se fosse um contato viciante.

   Me mexo na cama e uma fisgada na minha lombar me atinge. Talvez pelo esforço de meter em Bakugou com Uraraka no seu colo, talvez pela série de tapas da garota na minha bunda. Não que essas fossem as únicas marcas em meu corpo, podia senti-las ainda quentes em meu pescoço, pulsos e tornozelos. Porra, sinto meu pau arder só de lembrar e vou acabar ficando duro.

   Um grunido resmungando tira minha atenção dos flashs da noite passada e percebo Bakugou deitado em meu peito. As bochechas coradas junto de sua feição contraída em raiva o fazem parecer um gatinho pronto para o ataque. Meu deus, que vontade de morder.

Levanto minha cabeça a procura da garota, porém percebo que estamos apenas os dois no quarto. Atento minha audição e percebo a casa em silêncio, o quarto apenas preenchido pelo som de nossas respirações.

- Ela já foi. – A voz rouca me assusta, como se lesse meus pensamentos – Faz muito tempo na verdade, ainda estava escuro. Ela chamou um carro logo depois que você pegou no sono aqui. Comeu e foi embora. – o loiro solta uma risada fraca contra meu peito nú, ainda com os olhos fechados.

 - Que caralhos aconteceu ontem? – Me perguntou olhando para o teto.

 - Vai saber – ele responde e só então eu percebo que deixei meus pensamentos vazarem em palavras – Mas que bom que foi com você. – ele murmura baixo, tão baixo que se não estivéssemos com os corpos colados eu não ouviria.

  Conheço Bakugou há muitos anos, tempo demais para saber que o mesmo se esconde por trás dessa carranca apenas por não saber se expressar. Ele se sente fraco, com medo e muito sozinho, assim como eu, assim como todo mundo. 

Minha sede de vitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora