EXTRA: Enfim

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 Obrigada a todo mundo que deu favorito! Assumo que minha ideia inicial pra um cap extra era a história do caso TodoBakuDeku, mas acabei parando o projeto no meio! Enfim se tiverem interesse mesmo assim me contem que vou dar o meu melhor!
 O extra que trago tem tudo que a gente ama: boiolagem, cafonice e Kirishima das fanfics.
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- SEGURA ESSA MERDA DIREITO SEU NERD INUTIL!

Deku maldito se assusta com meus gritos e solta de vez a prateleira de madeira que estava segurando na parede enquanto eu estava embaixo colocando os parafusos no suporte. O móvel cai certeiro na minha cabeça, por sorte era uma das menores, mas o suficiente para acabar com o pouco de paciência que eu tinha.

-DEKU! – Grito e me levanto do chão como um animal prestes a matar uma presa, e eu ia, um maldito brócolis inútil que não consegue segurar a porra de uma madeira. O maldito estava segurando com uma mão enquanto a outra estava agarrado ao telefone, em ligação com o maldito namorado.
- Calma Kacchan, foi sem querer! – O idiota recua de mim com pavor nos olhos e eu chego a me assustar com isso, não era como se eu realmente fosse mata-lo , porque esse drama?

ah sim, eu ainda estava com a furadeira ligada em uma das mãos enquanto avançava no rapaz.

- SHOTO EU TE AMO, POR FAVOR QUEIMA AS MINHAS REVISTINHAS DE HEROI E NÃO DEIXA NINGUEM VER! – Deku fala para o namorado no telefone como se estivesse se despedindo.
- PARA DE GRITAR SEU IDIOTA! – Digo já gritando.


O idiota não percebe seus passos e esbarra numa lata de tinta deixada pelo mesmo no meio do caminho. Cai igual bosta no chão derrubando a lata e manchando tudo e ele mesmo de amarelo.

- Levanta isso! – Levanto a lata rapidamente evitando da tinta manchar mais ainda o piso novo.

Nesse momento a porta do comodo é aberta de supetão. Inko entra correndo pelo comodo, com o macacão todo sujo de tinta e os longos cabelos verdes todos desgrenhados.

- Meninos! O que aconteceu? – Ela gesticula ainda com uma vassoura na mão.

Seu olhar recai para o filho ainda caído no meio da sala, todo sujo de tinta e agarrado ao telefone como se sua vida dependesse disso, com a chamada ainda em curso. E depois se vira pra mim, ainda com a furadeira em mãos e sem camisa. Parecia um protagonista de um pornô, mas só estava com calor mesmo.

- Esse seu filho inútil fazendo merda! – Exclamo olhando para Deku e colocando a furadeira no chão, quase consigo escutar o suspiro aliviado dele ao perceber que eu não iria prega-lo na parede e reviro os olhos para isso. Inko comprime os lábios e me lança um olhar de repreenda.

- Desculpa mãe, a culpa foi minha mesmo , acabei atrapalhando o kacchan. – O idiota se levanta e olha para a tinta em sua calça de moletom e pés descalços, fica parado olhando para eles e para nós, como se não soubesse o que fazer ou fosse idiota o bastante para se virar sozinho.

O tiro desse transe agarrando seu pulso e o puxando para fora da poça amarela, enquanto dou um cascudo em sua cabeça , estralando a minha língua. Minha vontade era de dar uma bica, mas Inko estava ali e não queria ouvir seus sermões de mãe.

Porque ela era como se fosse a minha, uma mãe que nunca tive ,visto que fui parido por uma bruxa que nunca soube demonstrar afeto, apenas cobranças que eu fosse o melhor e sequer se abalou quando saí de casa, pouco se importando se eu tinha realmente para onde ir ou se ia morar na rua.
Velha maldita.

- Para de me chamar de Kacchan, caralho! – Levanto o pulso para dar outro cascudo em Deku, mas ele o segura no ar e tenta abaixa-lo. Lanço meu corpo contra ele e ele lança o seu peso contra mim, cambaleamos e começamos uma briga de frango esquisita e desajeitada.

- Fico feliz que estejam se divertindo, meninos. – Inko nos interrompe, congelamos na posição e ela dá risada da situação – mas evitem destruir meu apartamento, ele é novinho! Bakugou, você parece uma bomba atômica, céus!

Estralo minha língua novamente e sinto minhas bochechas corarem ao ouvir a ultima frase, Deku percebe, virando seus olhos verdes berrantes pro meu rosto e eu logo trato de tirar meu pulso de sua mão com um puxão.

Inko disse a mesma frase no dia que nos conhecemos anos atrás. Naquele dia vergonhoso Deku e eu estávamos dando uns amassos numa rampa de skate de um parque, cabulando aula. Estavamos na parte mais alta da rampa, e assim que minha mão adentrou as calças do garoto ele se desequilibrou e caiu. A rampa não era muito alta, mas foi o suficiente para ele quebrar o braço, ou ele é muito idiota e tentou se apoiar na queda.

Por sorte não foi grave, mas não me poupou o constrangimento de entrar num hospital de pau duro, carregando um garoto que chorava e dizia o quanto o universo queria impedi-lo de perder o cabaço.

Se ele já não estivesse quebrado, eu iria quebrar a cara dele.

A real é que me senti culpado pelo acontecimento, fiquei com Deku durante todo o tempo, até mesmo quando ele quis fugir do hospital e fez um escândalo quando o médico disse que teria que pôr o osso no lugar antes do gesso. Meus pés quase se moveram sozinhos para fora daquele lugar, mas me mantive ao lado do chorão, que depois de um bom tapa e muitos gritos meus ficou quieto e deixou o médico fazer seu trabalho.

Quando chegamos na casa dele o idiota não conseguia sequer abrir a porta com a mão esquerda, e me vi obrigado a entrar e me assegurar que esse pedaço de coco estaria seguro quando a mãe dele chegasse.

Infelizmente sequer deu tempo de chegamos no sofá e fomos recepcionados pela própria, que havia saído mais cedo do trabalho quando recebeu uma chamada do hospital, dizendo que Midorya havia dado entrada.

Ao contrário do que eu esperava, ela não brigou conosco ou ligou para a policia, apenas sentou e abraçou o filho, perguntando um milhão de vezes se ele estava bem.

- Estou bem mãe, Bakugou ficou comigo e me ajudou, foi um acidente...

- Bakugou? – A moça disse enquanto afagava os cabelos do filho. Deku virou seu rosto em minha direção e os olhos dela, também verdes, se viraram para mim.

Ela analisou-me de cima a baixo. Olhei para minhas vestes, o uniforme da escola todo sujo de terra e sem a gravata. Fechei os olhos esperando o esporro, já acostumado com isso.

- Obrigada. – Abri meus olhos rapidamente, e encontrei Inko me encarando com seu eterno sorriso doce, tão semelhante ao de Deku. – Não deviam estar na escola?

Foi o esporro mais gentil que já recebi. Inko não gritou nenhuma vez, manteve a briga sem sequer levantar o tom como minha mãe fazia quando eu simplesmente respirava. Com muita persuasão ela fez Deku confessar que estávamos nos beijando escondido no parque, e contrariando qualquer merda, ela nos disse que se quiséssemos ficar juntos que eu era bem vindo em sua casa, mas com a condição que não matássemos mais aula ou fizéssemos isso na rua, pois era muito perigoso apanharmos.

Senti meu coração bater nos ouvidos e minha boca não conseguia se fechar, tamanho era meu espanto.

A partir desse dia Inko sempre me convidava para sua casa, e eu sempre ia, seja para sentir novamente aquele calorzinho no peito de enfim ter alguém se importando comigo, seja para ajudar o inútil do meu ficante que sequer conseguia se alimentar. Com o passar dos meses Midorya se recuperou e tirou o gesso, porém nunca mais parei de frequentar a casa de Inko, mesmo quando o esverdeado começou a namorar com todoroki e nos formamos na escola.

- Izuku, vá tomar um banho e pare de sujar o meu chão novinho! – Inko me tira da minha lembrança, me voltando a nossa realidade de estar ajudando a mesma a arrumar o apartamento novo, que tinha acabado de se mudar. – E Bakugou, está dispensado, o resto eu e ele conseguimos nos virar, Deku vai dormir comigo hoje aqui. – Ela sorri satisfeita e afaga meus cabelos, suspiro aliviado por enfim um dia inteiro carregando moveis tenha chegado ao fim.

- Alô amor? Sim eu tô vivo, kacchan me poupou dessa vez. – Deku fala no telefone até então esquecido com o meio a meio na linha e ruma para o banheiro.

Permaneço no lugar fuzilando o nerd, ele dá um sorriso sem graça em minha direção e eu o respondo com o dedo do meio. Como um ser tão irritante é filho da mulher mais doce e incrível do mundo?

- Me avise se aquele merda falar alguma coisa pra senhora. – rosno assim que Deku fecha a porta do banheiro.

- Largue de ser ciumento menino, ele apenas me deu bom dia.- Inko se abaixa para pegar a furadeira e se volta com um sorriso brincalhão.

- Não fui com a cara dele, não deixe ele saber que a senhora mora aqui sozinha. – olho para a parede do quarto, que é colada ao do vizinho idiota que me irritou assim que chegamos aqui de manhã, espero que ele esteja escutando meu aviso e meu ódio atravesse os tijolos.

- Toshinori é um homem gentil, apenas isso. – Rosno novamente e Inko tripudia em mim mudando o foco da conversa – Você devia tentar, ia te deixar menos brigado com o mundo! E traga seu namorado pra eu conhecer, faço questão. – Coro com a frase materna que Inko me lança, mas meu maxilar trava com sua afirmação.

- Eu não sou gay! – Inko afaga meus cabelos novamente quando termino de falar e eu desvio, não por me desagradar, mas para não dar esse gostinho para ela.

- Largue de ser ranzinza e leve essa toalha para o Izuku, vou pedir uma pizza para nós. – Ela abre o guarda roupa e me entrega a toalha, saindo do quarto logo em seguida, quase saltitante.

Abro a porta do banheiro sem nem bater, não estranhando não estar trancada pois o idiota do Deku fez o favor de quebrar o trinco enquanto instalávamos o chuveiro e isso terá que ser consertado depois.

- Kacchan? – puta que pariu, se eu ouvir esse apelido idiota de novo vou jogar esse garoto pela janela. – Me ajuda a regular o chuveiro? 'Tá gelado!

- Se vira ,idiota. – digo jogando a toalha por cima do box fechado e me movendo para fechar a porta.

-Kacchan! – o idiota esganiça a voz e bate o pé no chão como uma criancinha. Aperto os dedos na madeira da porta.

- Para de me chamar assim, caralho! - Bufo e entro no banheiro com a força do ódio, entrando no box onde o idiota estava para regular a temperatura. – Ah puta merda Deku, põe uma roupa!

- Até parece que nunca viu meu pau... – o desgraçado além de não cobrir sua nudez ainda estufa o peito como um orgulhoso.

- mas não 'tô afim de ver de novo! – Empurro seu corpo para o lado e fico na ponta dos pés para alcançar o chuveiro.

- Tudo bem, nós dois somos comprometidos agora. – Deku debocha enquanto alcança uma toalha no gancho – a menos que Kirishima se interesse numa reunião nossa...

- Apaga esse fogo. – Empurro Deku ao sair do box. – e nós não somos namorados!

- Mas vocês moram juntos-

- Não moramos juntos! – Grito e fecho a porta com força, consigo ouvir a risada debochada do maldito, espero que o chuveiro continue gelado naquela bundinha murcha dele.

Kirishima vive mais na minha casa do que na dele? Sim , porém é porque ele é como um carrapato com cola, grudado em mim sempre pedindo carinho. Felizmente isso não me incomoda, eu gosto do sexo e de dormir de conchinha.

Não sei como saímos de ''podemos descobrir juntos, aos poucos'' para Kirishima deixando tubos e mais tubos de tinta vermelha no meu banheiro e me encarregando de retocar sua raiz a cada 15 dias. Já faz quase um ano daquela noite em que brigamos/transamos, de lá pra cá Kirishima nunca mais se afastou de mim e cada dia mais me pego sorrindo e observando ele dormir de boca aberta ao meu lado na cama. Ou então amando os momentos que voltamos juntos da faculdade pra minha casa pra almoçar e Eijirou queima a comida em suas tentativas de cozinhar, ou as vezes que Kirishima me surpreende com flores no meu trabalho, mesmo que eu ache terrivelmente brega e elas morram em questão de dias. Ou quando Kirishima desfila pela minha casa de cueca e meias até a canela de tubarão, uma cena ridiculamente sexy, algo que descreve o jeito único que meu Kirishima é.

Estou de quatro por ele, mais que isso, apaixonado como um adolescente, sentindo as borboletas voarem no meu estomago.

E o melhor ou pior, é que é reciproco.

O ruivo vive tentando começar essa conversa comigo, ainda mais quando nossos amigos idiotas descobriram nossas ficadas e se dedicam a fazer campanha para namorarmos. Chegaram a fazer uma faixa escrita ''intervenção'' e slides mostrando como devemos ''deixar de ser duas bichas medrosas e casar pra kiribaku ser real'' 

Minha sede de vitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora