Capítulo 3

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— Bianca, quero que conheça Flayslane Melim, esposa de Diogo Melim, nosso antigo vizinho. — Uma mulher morena, que não aparentava mais de seus vinte e cinco anos, se virou sorridente para Bianca, lhe estendendo a mão de forma amigável.

— Olá, Senhorita Andrade. — Ela disse. — Confesso que os elogios que lhe fizeram condizem com tal aparência. És linda de tirar o fôlego de qualquer um por aqui. — Ela disse sorrindo. Bianca apertou sua mão a contragosto querendo, na verdade, sair correndo dali a qualquer custo.

— O-obrigada.— Agradeceu apertando a mão da mulher e segurando as lágrimas.

— Imagina, Diogo e sua mãe estavam absolutamente certos ao dizer que tu és tímida. — Ela disse rindo, soltando delicadamente do aperto exagerado de Bianca de seus dedos.

— Diogo fala de m-mim? — Não se aguentou em perguntar.

— Oh, claro. Somos casados há três anos, não há segredos entre nós. — Ela disse e Bianca arregalou os olhos. — Digo, devo admitir que ele é um ótimo professor e que eu também não sabia montar a cavalo antes de conhecê-lo. Fico feliz que seja aluna dele, ele parece gostar muito da sua amizade.

"Aluna? Cavalo? Eram essas as mentiras que ele havia inventado sobre a minha existência?" Pensou Bianca.

— Qualquer dia poderíamos sair nós três pra conversamos, hm? — Ela perguntou e Bianca assentiu.

— Seria, hm, seria bom. — Mentiu. — Eu realmente preciso ir, mas foi bom te conhecer. — Disse a menina, visivelmente aflita.

— Quer que eu te acompanhe filha? — A mulher questionou, mas Bianca apenas negou com a cabeça, atordoada demais pra dizer algo, saindo dali às pressas no instante seguinte.

— Acha que ela acreditou? — A mais nova perguntou e Mônica sorriu.

— Bianca é ingênua demais, Flay. Ela com certeza acreditou. — Disse satisfeita.

— Ela eventualmente, vai falar com ele e esclarecer tudo. Saberá que mentimos.

— Oh querida, não se preocupe. — Falou calmamente. — Ela costuma ir ver aquele rapaz apenas de tarde, e bem, tudo o que eu preciso é que ela acredite que ele é casado até amanhã de manhã. Depois disso o estrago já estará feito.

— O que tens em mente madame? — A garota perguntou. Apesar de Mônica e seu marido terem falido, todas as pessoas que haviam trabalhado para eles ainda não tinham conhecimento disso, crendo que eles ainda tinham seus patrimônios todos intactos.

— Espere amanhã e então toda a cidade saberá.

[...]

Rafaella jogava pedrinhas no rio distraidamente. Estava debruçada sobre a proteção de concreto feita para que ninguém caísse lá embaixo. Seus olhos acompanhavam o pequeno objeto em todo o seu trajeto até se encontrar com a água, fazendo um pequeno "splash".

Seus olhos se distraíram ao som de passos. Parou o que fazia e desviou sua cabeça da direção do rio, olhando diretamente para a pessoa que se aproximava.

Precisou levar alguns segundos para perceber que quem estava ali era ninguém mais, ninguém menos, que a garota que ela havia passado os últimos meses observando. Arrumou sua postura rapidamente e deixou as pedrinhas amontoadas sobre a proteção da ponte. A menina estava de cabeça baixa e aparentava ter chorado, o que fez com que o coração de Rafaella se espremesse.

— Essas coisas só acontecem comigo. — A garota sussurrou um resmungo qualquer, fazendo Rafaella franzir o cenho ao perceber que a menina não havia notado que não estava sozinha.

Over The Rainbow - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora