3. Apenas a Cristal

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Cristal Giorno
Chegada da Melissa

Depois que Teddy e Melissa já estavam interagindo um com o outro eu resolvi me afastar, meu peito se encheu de dor só de pensar que eu não fazia mais parte daquilo e que provavelmente nunca mais vou fazer.

Melissa roubou uma parte de meu coração, criei um carinho instantâneo por ela no momento em que a vi no aeroporto com a assistente social.

Quando me aproximei de Din novamente tudo que eu tinha vontade de fazer era gritar e chorar, Teddy fez mais parte da minha vida do que qualquer outro namorado que eu já tive fez, mesmo com todas as brigas eu o amo, e sinto como se esse amor nunca fosse apagar dentro de mim.

— É Cristal, o orgulho é mesmo traiçoeiro, se vocês soubessem o quão perceptível é o amor de vocês mesmo de longe... — Din falou e eu o encarei sentindo meus olhos arderem em lágrimas.

— Eu preciso ir, Chiara deve estar chegando de viagem daqui a pouco, me avisa se precisarem de qualquer coisa ok? — Falei e fui em direção ao carro, as lágrimas finalmente caíram e eu senti que a partir do momento que eu saísse dali, eu nunca mais poderia me sentir como parte daquilo, nem que fosse um pouco.

Entrei no carro e rodei minha chave quase sem forças, era melhor eu aceitar de uma vez por todas, aceitar que aquela não era mais a minha realidade.

Sai do MC em alta velocidade e segui caminho até a Vinícola, eu menti quando disse que Chiara voltaria de viagem, vai demorar uma semana para ela chegar ainda.

Mandei mensagem para as meninas mas nenhuma me respondeu, deduzi que estivessem todas dormindo ou fazendo alguma coisa mais importante.

E foi naquele momento que eu me dei conta, era apenas eu, no fim seria assim, como sempre foi, é claro que eu tenho a Chiara e as meninas, mas elas tem as próprias vidas, Chiara um dia irá crescer, as meninas seguirão os próprios caminhos, vão construir a própria família e eu estarei aqui, como sempre.

Decidi parar no hotel mesmo, não estava com paciência de dirigir até a Vinícola. Entrei no meu quarto e me joguei no sofá sem ânimo para nada. Ouvi algumas vozes no quarto ao lado e levantei a sobrancelha assustada, as meninas não me responderam, quem é que está aqui?

Abri a porta do quarto e me deparei com duas pestinhas aprontando no pátio do hotel, as famosas cópias de Vanessao estavam gritando umas com as outras.

— Oi diabinhas! — Chamei e elas vieram correndo em minha direção.

— Tia Cristal, meu pai tá vindo buscar a gente pra comprar um carro, mas eu quero uma moto! — Conxeleva gritou enfurecida e eu gargalhei.

— Carro é melhor sua burra! — Exubaquira berrou e eu sorri encarando as duas. — Coragem viu, a gente tem que dar o golpe, moto é barata!

— Barata o caralho! — A gêmea gritou e eu coloquei a mão na boca assustada.

— Conxeleva! — Berrei enquanto gargalhava e vi o carro de Max estacionar no hotel. — Você não pode falar isso sua diabinha.

— Tia Gabi fala toda hora e ninguém briga. — Ela justificou e eu vi Max, Teddy, Melissa e Barone descerem do carro, meu coração acelerou.

— Tia Gabi é grande e louca. — Eu falei e senti uma coisinha pequena agarrar minha perna.

— Melissa! — Teddy gritou e eu a peguei no colo enquanto ela sorria sem seus dentinhos.

— Teddy Teddy. — Ela sussurrou e eu sorri olhando para a pequenininha em meus braços, tão delicada, tão lindinha, me lembra Chiara com essa idade.

— Mel, essa é Conxeleva e essa é Exubaquira. — Apresentei as meninas que se encaravam emburradas.

— Xeleva e Xubaquira. — Mel repetiu e eu sorri.

Notei que Teddy nos observava atento, resolvi colocar Mel no chão e deixar que ele cuidasse disso, não me sinto confortável agindo assim.

— Dior... — Barone brincou e eu bati um hi-five com ele enquanto sorria pelo apelido que o mesmo havia me dado.

— Encoxta! — Brinquei e ele gargalhou.

— Polícia do Norte! — Teddy brincou e eu gargalhei junto deles.

— Cacone! — Din zoou e notei que Mel nos observava sem entender.

— Cacone... — Ela sussurrou e Teddy sorriu em minha direção.

As crianças começaram a brincar e correrem umas atrás das outras enquanto eu observava tudo de longe. Teddy, Max e Barone estavam zoando no meio do hotel, e eu só conseguia ficar parada no canto, como sempre senti como se não fizesse parte daquilo.

Eu era apenas a Cristal.

Nossa história - CriseddyOnde histórias criam vida. Descubra agora