Adrenalina

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Assim que o grito ecoou pela sala, minha outra faca parou na panturrilha de outro homem, rolei no chão no intuito de derruba-los, assim feito corri para outro canto escuro da casa.

- Desgraçada!
- Filha da puta!
- Apareça sua vadia!

Ouvi o engatilhar de uma arma, novamente meu coração parou por alguns segundos.
De olhos fechados tentei controlar minha respiração, eles estavam se aproximando novamente de mim.
Com a faca na mão aceitei as costas de um deles e sai em disparada para a cozinha, não poderia deixar que eles subissem até o quarto.

Um deles agarrou meu cabelo, Felipe!
Com força jogou meu rosto contra o fogão, senti um corte se formar na maçã do meu rosto ao ser rasgado pela grade.
Com a outra mão dei uma facada em alguma parte do seu corpo, Felipe pegou a faca da minha mão e a passou pelo meu braço, um longo corte, segurei o grito e posicionei meu pé para acertar seu saco escrotal, ele afundou a faca em meu ombro, a posição ajudou e logo ele se encolheu quase de joelhos, me virei de frente e com os polegares pressionei seus olhos e lhe dei  um golpe com o joelho.

De onde vinha aquela força? De onde vinha as ideias? De onde vinha a coragem? Eu não sabia as respostas para nenhuma dessas perguntas, mas a adrenalina pulsava em cada célula do meu corpo, precisa me manter viva, precisava manter Luísa a salvo, algo em mim me dizia que ela valia muito no mercado clandestino e que se eu não tentasse ao máximo me esforçar pela sua segurança até que a polícia chegasse, minha vida não teria nenhum significado.

Peguei outra faca que havia escondido em um ponto da casa e a luz da sala se acendeu. Luis veio com sua pistola na mão e acolheu o amigo que agonizava de dor.
Dor! Olhei meu braço e o sangue escorria, retirei minha blusa ficando apenas com o top e amarrei sobre meu braço.

As lágrimas surgiam, eu teria chance contra um cara armado? Se fosse apenas um homem não seria tanto problema assim para mim.
Mirei a faca em Luis e acertei sua barriga, um pouco embaixo no ventre, a faca ficou metade fincada em seu corpo. Ele olhou a faca e rapidamente me procurou nas sombras da cozinha, apontou sua arma e começou a atirar em todos os cantos escuros, me agachei quando a mira estava em mim e então sai correndo para fora da cozinha, passando a casa e indo para a psicina.

Meu corpo pedia um tempo sem a adrenalina, mas eu não conseguia parar, tantas ideias, tantas possibilidades, Luis vinha com a faca ainda na barriga e Felipe já estava se levantando.

- Deus! Me ajude! - sussurrei a mim mesma, com a mira da arma em mim pulei na psicina assim que ele demonstrou ir apertar o gatilho, precisava ir até o carro. Precisava buscar Luísa, droga! Como não pensei nisso Antes?
Você não sabe dirigir e sabe que usaria o carro em questão de emergência!

Ouvi mais alguns tiros e sai da piscina correndo envolta da casa, eu havia retardado os dois, estavam lentos e com dor como eu, mas a adrenalina me tornava mais consciente de pensar, meu corpo em forma não se vencia rapido.
Próximo ao carro teve outro tiro, pude ver do lado contrário Felipe se aproximando e atrás de mim Luis com a arma.
Entrei no carro.

- Marcha automática! - apertei com força o pedel ao mesmo tempo que girava a chave, o carro deu uma arrancada e eu controlei antes que ele virasse a esquerda, eu queria Felipe a minha direita.

Desliguei o farol e passei pelo gramado atingindo o corpo magro de Felipe, ele voou pelo teto e caiu atrás, novamente dei ré e senti passar por cima do seu corpo, o rosto assustado de Luis ficou em puro ódio quando ele me fitou através do vidro escuro, ele mirou a arma e fez inúmeros disparos, com a dor da faca em sua barriga ele não conseguia ter uma mira exata, novamente acelerei passando encima do corpo de Felipe e dei ré novamente sobre o corpo virando a esquerda, Luis se manteve parado mirando em mim, acelerei e quando estava próxima ele correu para a esquerda, achando que havia se esquivado dei ré e ele caiu no chão novamente, sem a arma na mão.

Instinto Protetor (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora