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— Mare, você está prestando atenção? — Sarah questiona, ajudando-a com os pesados livros que organizava.

— É claro — Mare vira-se para a adolescente, sua expressão, como sempre, séria. É como se ela constantemente estivesse tentando solucionar enigmas.

Sarah faz uma careta, concordando. Sua chefe sempre está focada, às vezes em várias coisas ao mesmo tempo, mas ainda assim focada. Ela gostaria de ter esse dom.

— Ótimo. Então ele bem que poderia me convidar outro dia, ou talvez...

— Sarah, se está tentando me pedir para sair mais cedo hoje, deveria dizer logo — Mare se vira para a mais nova e sorri — eu posso liberá-la agora mesmo.

— Eu já disse que você é a melhor chefe do mundo? — a morena praticamente pula em cima da outra, a abraçando animada.

— Hoje não — ri a mais velha.

— Eu deveria dizer todos os dias — comenta Sarah, tirando seu avental e chutando algumas caixas vazias do seu caminho — tenha uma boa noite, chefinha!

— Bom encontro, Sarah — a loira acena, observando a adolescente sair correndo.

Mare sorri sozinha, o jeito de Sarah a lembra alguém que ela ama muito, mas não vê há anos. Antes que sua memória possa puxá-la para lugares sombrios, Mare continua arrumando os livros e começa a contar em voz alta.

— Um, dois, três...

Quando finalmente termina a tarefa, a loira decide fechar a loja mais cedo. Não há movimento e ela poderia aproveitar o tempo livre.

Ela anda tranquilamente até sua casa, apenas uma quadra de distância da loja. Acena para alguns vizinhos educados, observa crianças brincando e nega gentilmente quando algumas a convida para participar.

Ao chegar em casa, sua mão para no ar, seus instintos dizendo que algo está errado. Ela abaixa a mão e recua alguns passos. Percebendo seu tapete está claramente mexido, ela se agacha e levanta ele, vendo que sua chave reserva sumiu.

Lutar é como andar de bicicleta para ela. Apesar de nunca ter apreciado, a loira sabe que poderia chutar muitas bundas se quisesse. E nesse momento ela acabaria com quem invadiu sua casa.

Seu primeiro pensamento é que ela poderia usar o poder e imaginar uma arma, mas logo nega isso a si mesma. Mesmo se desejasse, ela provavelmente não conseguiria. Mas ela não quer. Não, não.

— Não, não — sussurra, procurando rapidamente algo ao seu redor que possa ajudá-la. Ela agarra um vaso de plantas, jogando a terra no chão.

A porta está destrancada. Ela prende a respiração, abrindo com lentidão e acendendo a luz, se deparando com o invasor.

— Você realmente precisa de roupas melhores — Klaus Hargreeves, ou Número Quatro, acena para a irmã no meio da sala.

nightmare | the umbrella academyOnde histórias criam vida. Descubra agora