Viro-me e vejo Luther no canto da sala, provavelmente nos observando há um tempo. Mas ele está diferente... está enorme.
— Oh, Luther — meu murmuro sai algo entre surpresa e lamento, sem querer.
— Você está... está... bom, você realmente trabalhou duro esses anos — Klaus, que saiu da cadeira, faz movimentos de malhação para o loiro.
— Klaus...
— Não precisa de sermão, eu já estava indo mesmo — ele corta Luther — vocês podem... conversar — ele olha sugestivamento de Luther para Alisson.
— Acho que é minha deixa também — me retiro, mas percebo que quando Klaus me segue, é parado por Luther.
— Solte — o loiro diz com sua voz de líder, só que mais suave até.
— Perdão? — Klaus questiona, mas eu suspiro.
— Só dê logo, Klaus — reclamo.
— Agora — insiste Luther.
Mais uns segundos se passam e Klaus finalmente faz birra, se soltando de Luther e jogando os objetos roubados no chão.
— Foi só um adiantamento da nossa herança, só isso — diz, irritado — não precisava fazer um escândalo.
Então ele passa por mim todo irritadinho. Fecho a porta, dando mais privacidade ao casal-não-casal e vou atrás do meu irmão problemático. Um deles, pelo menos.
Bem a tempo de ver ele tirando uma caixa de ouro de suas costas, mas sinceramente não consigo imaginar como ele escondeu ali.
— Você poderia conseguir algum papel com Alisson — comento.
— Eu sou uma estrela — faz uma reverência.
Enquanto ele vai examinar seu achado, vou até meu quarto, mas acabo parando ao ver Diego no dele. Me encosto no batente da porta, observando-o mexer em seus objetos antigos.
— Nostalgia? — pergunto.
— É como um soco no estômago — comenta — ou um beijo de boa noite da mamãe.
— Eu sei — suspiro, entrando e pegando uma foto nossa pendurada na parede. Há várias, houve um tempo em que seu hobbie era fotografia. Ele e Ben realmente gostavam disso. Pena que Ben se foi, causando assim o afastamento de Diego e da câmera.
— Você não mudou nada — ele diz, sorrindo um pouco — parece a mesma boneca de sempre.
— Frágil?
— Adorável — eu poderia socar a próxima pessoa que dissesse essa palavra.
Forço um sorriso, indo até ele e o abraçando.
— Senti sua falta — falo quando nos separamos.
— Eu te procurei algumas vezes, para ter certeza que estava bem — conta — mas nunca falei com você.
— Por quê?
— Poderia ter sido um desastre — ele comenta. Eu concordo. De qualquer jeito, poderia ter acabado mal.
— Mas é bom te ver novamente — seguro seu rosto repleto de cicatrizes — mesmo que seja nessa situação.
— Não imagino situação melhor — ele sorri falsamente.
— Bom, pelo menos não foi mamãe — comento. Ele parece se incomodar, provavelmente porque sempre foi um bebê da mamãe. Infelizmente não posso zombar disso, já que também sou.
— E nem nunca será — diz — nós morreremos e ela continuará viva.
— Cuidará da próxima geração de números.
VOCÊ ESTÁ LENDO
nightmare | the umbrella academy
FanfictionMare está confortável vivendo em uma cidade pacata, sem amigos ou parentes, apenas ela e sua lojinha de livros. A loira segue impecavelmente sua rotina há anos, acomodada na segurança que criou para si. Até que Klaus aparece em sua casa anunciando a...