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SÉRIE AS YOU ARE - Livro I
"Ela era como o mais caótico paraíso."
Alice pensou estar fugindo de seu passado, de sua família instável e de seus erros, quando chegou na...
E L E "Dirijo rápido, vento no meu cabelo. Te ponho nos limites, porque eu não me importo." Lana Del Rey • Burning Desire
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ALICE WONDERS
Seria completamente errado se eu aceitasse ficar sozinha com ele. Eu não tenho auto controle há muito tempo. Eu deixei de tentar lidar com a minha personalidade instável aos treze anos, e sim, eu nunca mais tentei.
Eu faço coisas por impulso há muito tempo e já causei muita confusão. Mesmo assim, nunca tentei. Eu não quero mudar, mesmo com Nicholas me achando angelical e calma. Ele não faz ideia do quão errado está.
As horas de aula passaram rapidamente, eu não ouvi uma palavra sequer. Fui consumida pelo calor de seu corpo ao meu lado, e por vez as encaradas de Chris Vender — que não parece muito feliz ao me ver —, depois de me sentir queimar por minutos intermináveis, mergulhei numa onda de desejo incontrolável.
Eu quero Nicholas Thompson, mas me nego a aceitar isso. Tão rápido, tão fácil. É estranho. Ele não me conhece e vice-versa, podemos transar, mas não aceito sentir esse calor estranho quando ele está no mesmo ambiente.
— Você ainda não disse sim — sussurra enquanto o professor de no máximo trinta anos, Claus, explica sobre literatura inglesa.
Enfio as unhas nas palmas das mãos. Ele me tortura com suas frases e sua voz rouca, chega a ser irritante. Queria ter a capacidade de lhe socar a cara, só por vingança.
— Alice — chama. Me viro lentamente e encontro suas íris. Seu corpo está cheio de desejos obscuros, eu noto logo. Nick não diz nada, apenas fita meus lábios, posso sentir sua respiração em meu rosto, a eletricidade percorrendo minhas veias.
— O quê? — pergunto.
— Viu como é ruim ser provocada com perguntas tentadoras? — sussurra, se aproximando um pouco mais. Suspiro, baixinho, abafado. — Você já fez isso comigo algumas vezes.
— Então gosta de se vingar? — brinco, me forçando a admirar a cor de seus olhos.
Nick desce o olhar para meu corpo, mas dessa vez não há um decote. A camiseta verde é larga o suficiente.
— Gosto — sussurra. — Mas gosto mais de te olhar.
— Nossa, muito apropriado pra uma sala de aula. — Rio, porém me contenho em seguida. Claus ainda fala sobre livros clássicos. — A gente não se conhece.
— Ainda. — Dá de ombros. — Não me disse se quer passar a tarde comigo.
— Eu nunca sei se seus convites são verdadeiros.
— Certo. — Molha os lábios. Nick finalmente olha nos meus olhos. — São. Mas você tem que responder.
— Não seria certo, você pode ser um serial killer.
