A oitava carta

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“Os sonhos não se realizarão enquanto continuares dormindo...”

São 4h AM, estou aqui a tentar escrever esta carta, mas está difícil, não consigo equilibrar os pensamentos e encontrar as palavras congruentes, porém vou tentar, até porque por ti eu diria o indizível.

Sempre que penso em sonhos, lembro-me de quando eras ainda muito pequeno, lembro que dizias que o teu maior sonho era ser professor (concernente à profissão), dizias isso com demasiada alegria. Sempre que aprendias algo ias correndo para ensinar ao seu irmão mais novo ou a qualquer pessoa que te deparasses com ela.

Não poderia existir uma profissão melhor para ti do que ser professor, ensinar te tornava muito feliz. Lembro-me que tu nem te importavas com o quanto virias a ganhar, mesmo quando as pessoas diziam-te que a maior parte dos professores são pobres e que provavelmente tu serias mais um a acrescer essa estatística, tu sorrias e dizias: “Mas quem te disse que eu farei isso apenas pelos bens ?” Mesmo assim as pessoas ainda te diziam que: “Provavelmente não conseguirias realizar esse sonho e que acabarias por ser uma outra coisa
qualquer.”

Eras tão pequeno, mas eu admirava-te muito, porque mesmo tu sendo criança já sabias que “sonhos são que nem medos” são apenas teus, provavelmente a maiore parte das pessoas não conseguiriam
perceber, então tu relaxavas, não te estressavas e nem tentavas
provar nada a ninguém, sabias que não importava o que tu dissesses
eles continuariam a duvidar e só acreditariam quando vissem a
realizar-se.

Hoje fico me perguntando se já te esqueceste daquilo, onde anda
aquele caráter ? Hoje vives provando as pessoas o que tu és, tens ou sonhas, mesmo sabendo que duvidarão das suas palavras. Eu não consigo perceber isso, não percebo por que tu vives provando e obrigando as pessoas a acreditarem em ti, porque além de ti mais ninguém é obrigado a acreditar nos teus sonhos, essa é uma obrigação apenas tua.

É como eu já havia escrito numa das cartas anteriores, o que tu tens que fazer é encontrares alguém... que te ajude a cumprir os teus sonhos (objetivos), mas antes disso, tu tens que te encontrar primeiro, tens que te encontrar a ti mesmo, tudo parte de ti e do quanto te acreditas.

Na segunda carta eu escrevi: “... sobre a realização do teu suposto sonho, não se iluda achando que virá do nada ou da noite para o dia
(os sonhos não se realizarão enquanto continuares dormindo ou passando o dia todo nesses chats, não), não foi do nada que tu conseguiste as tuas atuais conquistas. Demandaram tempo, disciplina e foco, então não ache que desta vez será diferente. Tenha calma, paciência e persistência. E dê o melhor de si, eu acredito que vais conseguir, eu acredito em ti, porém o mais importante é tu acreditares
em ti.”

Quis com isso te fazer perceber que o mais importante é acreditares em ti, se por acaso deixares de acreditar em ti, os teus sonhos serão roubados, então nunca podes permitir que isto aconteça, mantem-te sempre em pé. Se caires levante, se te sentires no fundo do poço
aproveite essa oportunidade e bebe um pouco de água e lembra-se que o caminho é apenas subir (topo) só nunca podes permanecer
sentado, mantem-te em pé.

Lembra-te também que nem tudo é como a gente quer, tem vezes que a realização de algo não será como idealizamos, por isso o mais importante dos sonhos tem que ser a caminhada, pois eles (os sonhos), provavelmente têm forças para tirar-nos dum lugar para o outro.

Que nunca pares de acreditar nos teus sonhos, nem em ti, não
coloque limites nos teus sonhos, coloque fé, nunca desista e continue sempre a orar por eles.

As 11 cartas do meu paiOnde histórias criam vida. Descubra agora